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10/10/12
• "Essa é a primeira vez que a Anatel fala explicitamente na possibilidade de
a figura dos bens reversíveis ser extinta" + Novo website: "Bens Reversíveis"
Olá, WirelessBR e Celld-group!
01.
Estou inaugurando mais um "website interno" no Portal WirelessBRASIL:
Bens Reversíveis
A página inicial traz um temerário "resumão" e as notícias de 2012.
As matérias ("posts", artigos, notícias e mensagens) dos anos anteriores estão
colecionadas nestas páginas:
2008 /
2009 /
2010 /
2011.
02.
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, recebeu o título de "Homem do Ano
das Telecomunicações" concedido pela Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil),
pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) e pela
Futurecom.
Sem comentários.
Aproveito e faço uma singela homenagem.
O Portal WirelessBRASIL, se fosse distribuir tal honraria, teria que dividir o
título de "Homem do Ano das Telecom" entre duas Mulheres (com M maiúsculo), duas
guerreiras que realmente fizeram sua parte e muiiiita diferença: a advogada da
Proteste, Flávia Lefèvre e jornalista e articulista, Mariana Mazza.
Basta fazer um rápido voo panorâmico pelas páginas do novo website
Bens Reversíveis para comprovar o merecimento.
Flávia e Mariana, obrigado e parabéns... por tudo!!!
03.
Já estão registradas no
Bens Reversíveis estas novas matérias sobre o tema, transcritas mais
abaixo:
Leia na Fonte: Portal da Band / Colunas
[09/10/12]
12 anos antes, governo quer acabar com as concessões - por Mariana Mazza
Leia na Fonte: Convergência Digital - Cobertura Especial
FUTURECOM 2012
[09/10/12]
Anatel, em 2013, quer antecipar debate das concessões - por Luís Osvaldo
Grossmann
Leia na Fonte: Teletime
[09/10/12]
João Rezende quer mudar o marco legal antes de 2025 - por Helton Posseti
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal WirelessBRASIL
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Leia na Fonte: Portal da Band / Colunas
[09/10/12]
12 anos antes, governo quer acabar com as concessões - por Mariana Mazza
Existem momentos na vida em que a gente prefere estar enganado mas,
infelizmente, não está. Nesta terça-feira, após ler várias matérias sobre a
apresentação do presidente da Anatel na Futurecom o maior evento de
telecomunicações do país fui obrigada a encarar essa realidade. No dia 28 de
setembro escrevi sobre os riscos do processo de verticalização completa do setor
de telecomunicações, inaugurado pela unificação de CPNJ das empresas do grupo
paranaense Sercomtel. Conclui o texto lembrando de uma conversa que tive com um
executivo das teles, anos atrás, sobre os planos das empresas de devolver as
concessões bem antes da data final do contrato, em 2025. E que todo esse
movimento associado ao CNPJ único podia ser o primeiro passo para que esse plano
fosse levado a cabo. Pois saibam que é isto mesmo que está acontecendo.
Como as teles sequer precisam mais se dar ao trabalho de expor suas ideias já
que elas e o governo têm tido um alinhamento ideológico impressionante , a
notícia foi dada por João Rezende. O presidente da Anatel defendeu que o governo
comece a partir do ano que vem uma reforma no modelo das telecomunicações,
eliminando as concessões públicas e, com isso, enterrando para sempre temas
importantes para a sociedade como os bens reversíveis e a universalização dos
serviços públicos. Rezende admitiu que a Anatel não tem nada a ver com isso
afinal, uma mudança de marco legal só pode ser feita pelo Congresso Nacional -,
mas ainda assim passou o recado.
Na visão da Anatel, o mundo será bem melhor sem um serviço público. Pode uma
coisa dessas? Usando a tática de sempre, o presidente da agência usou a falta de
ação do governo para justificar a nova maldade. Segundo Rezende, os acessos de
telefonia fixa têm caído até 10% ao ano. Esse desinteresse da população teria o
poder de desvalorizar a rede usada para a prestação do serviço. E, ai, seguindo
a lógica peculiar da Anatel, naturalmente a telefonia fixa deveria morrer como
um serviço universal e os bens reversíveis, extintos. Aceitaria o argumento se
ele tivesse saído da boca de um executivo, mas de um agente regulador, jamais.
Realmente a telefonia fixa está minguando a cada ano. O motivo é muito simples:
quem vai pagar uma assinatura básica de R$ 45, em média, se pode ter um celular
pré-pago? Da parte das empresas, é compreensível não querer investir nesse
serviço. Mas vamos falar francamente. Sem o devido estímulo, as empresas sempre
investirão o mínimo em um serviço público. A meta de uma empresa privada é
lucrar e não investir. Se para aumentar o lucro, os aportes precisam ser
cortados, sob pena de prejudicar a qualidade do serviço, nenhum conselho de
administração se furtará em aprovar a tesourada. Vide a baixíssima qualidade da
telefonia móvel serviço que vai muito bem, na visão da Anatel, apesar de a
própria agência admitir que a prestação é péssima. Mas a telefonia móvel não tem
tarifa, metas de universalização ou briga por bens reversíveis, que tanto
infernizam a Anatel. Não importa tirar a única garantia de comunicação prevista
na lei para o consumidor. Se for pra tornar a vida da Anatel mais fácil, vamos
matar a telefonia fixa.
É inacreditável que a agência reguladora use a queda no tráfego da telefonia
como álibi para que as concessionárias parem de investir na rede. Basta lembrar
que uma parte considerável dessa infraestrutura fixa é usada para carregar os
dados que circulam na oferta de Internet. Mesmo que a banda larga não existisse,
as concessionárias assinaram contratos onde se comprometeram a manter essa rede
atualizada. E não me lembro de nenhum artigo dizendo que, se ninguém usar o
telefone fixo, elas podem sucatear a rede.
O argumento de Rezende não é uma justificativa, mas sim um aval. Não é um
eventual sucateamento da rede que justifica o fim dos contratos e dos bens
reversíveis, porque os contratos não permitem que as empresas façam isso. É a
insistente postura do governo em eliminar o serviço público que permite às
empresas não investir. No fim elas sabem que tudo será resolvido em uma
canetada.
Se a Anatel está vislumbrando uma queda no investimento das empresas na rede
fixa, por que a agência reguladora não pune as concessionárias? Isso é quebra de
contrato e, sendo a agência a gestora da concessão, nada mais normal do que
processar as companhias que estiverem descumprindo o que foi acordado. Se as
pessoas estão deixando de ter um telefone fixo em casa, por que a agência
reguladora não toma medidas para tornar esse serviço mais atrativo? Tem muita
gente comprando banda larga por ai que, na prática, tem conexão semelhante a de
uma linha discada. Se é pra navegar no dial up, vamos dar o direito ao
brasileiro de pagar uma conta só, a do telefone fixo.
É óbvio que sou favorável a que todos os brasileiros tenham acesso à banda larga
barata, veloz e de qualidade. Mas também é desejável que os consumidores que
quiserem a comodidade de ter um telefone fixo em casa possam pagar por esta
linha. Tudo tem que caber no bolso e não só os serviços que a Anatel elegeu como
os bons.
O conceito de serviço público é uma das coisas mais nobres incluídas na Lei
Geral de Telecomunicação (LGT). Mais do que meras palavras, a ideia de um
serviço público inclui princípios muito importantes para a sociedade, como a
continuidade (a oferta não pode ser interrompida), a modicidade (a procura pela
menor tarifa) e a universalização (todos devem ter acesso ao serviço). Se o
plano externado por Rezende for levado adiante, a população pode dar adeus a
essas garantias. As metas de universalização serão trocadas por compromissos de
abrangência, onde a companhia assume a responsabilidade de cobrir uma certa área
geográfica ou atender a um número específico de pessoas, mas nada de todo mundo
ter o direito ao serviço. Se a oferta for interrompida, as penas são mais leves,
afinal, não há como cobrar da companhias a prestação ininterrupta no mercado
privado. Por fim, a modicidade tarifária deixa de existir pelo simples fato de
que não haverá mais tarifa e sim preço, acertado livremente pela empresa
privada. Aos agentes públicos só restará coibir abusos extremos, como o dumping.
É difícil aceitar que um agente público pior, um agente regulador defenda o fim
do serviço público sem substituí-lo por nada e com argumentos tão superficiais.
A coincidência entre os planos do governo e os interesses das empresas tem sido
efusivamente comemorada pelos executivos das teles. Enquanto o presidente da
Anatel falava sobre seus planos para o setor, o ministro das Comunicações, Paulo
Bernardo, ganhava o prêmio de Homem do Ano das Telecomunicações. Obviamente, o
prêmio foi entregue pelas grandes empresas representadas na associação das
teles, a Telebrasil, na Abinee e na organização da Futurecom. O presidente da
Telebrasil que também preside a Telefônica elogiou a coragem de Bernardo ao
entregar o prêmio. O senhor tem tido a coragem e o discernimento para tratar de
questões que são sensíveis e delicadas. E não tem se furtado a levar essa
discussão à sociedade brasileira, sempre com muita transparência, afirmou
Antônio Carlos Valente. Realmente é preciso de muita coragem para apoiar
reformas que irão soterrar os pilares que ainda protegem, mesmo que fragilmente,
a sociedade brasileira no setor de telecomunicações. E não custa lembrar que,
quando Bernardo assumiu o Ministério das Comunicações uma de suas primeiras
declarações foi de que ele seria o ministro das teles.
Apesar da perspectiva sombria que as palavras do presidente da Anatel apontam,
ainda é possível vislumbrar um efeito positivo disso tudo. Se o governo
completar essa reforma legal, talvez os parlamentares percebam que a Anatel não
terá utilidade alguma neste novo cenário de liberalismo total.
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Leia na Fonte: Convergência Digital - Cobertura
Especial FUTURECOM 2012
[09/10/12]
Anatel, em 2013, quer antecipar debate das concessões - por Luís Osvaldo
Grossmann
A Anatel quer avançar ainda mais rapidamente em mudanças estruturais nas
telecomunicações. Embalada pelas alterações previstas no novo regimento interno
e a liberação para unificação dos negócios das empresas sob um mesmo CNPJ, a
agência agora quer discutir o futuro das concessões, o destino dos bens
reversíveis e um novo modelo para o setor.
“Vamos tentar antecipar o debate das concessões e dos bens reversíveis em 2013.
Nos preocupa essa incerteza sobre 2025 – ou mesmo antes, 2022, quando pela lei
já devem ser feitos os estudos. As ligações fixas caem 8% ao ano, em minutos. A
União tem que pensar”, afirmou o presidente da Anatel, João Rezende, ao
participar nesta terça-feira, 9/10, do Futurecom 2012.
Rezende não esconde que prefere um modelo sem serviços prestados em regime
público e resume um possível futuro como “regime privado com metas”. “O modelo,
como está, prejudica os investimentos. A telefonia fixa mostra um certo cansaço.
Temos que antecipar esse debate, pensar no fim da reversibilidade e em um novo
marco regulatório. O mercado está maduro”, afirmou.
Para o presidente da Anatel, a legislação do Serviço de Acesso Condicionado “foi
a lei mais importante dos últimos 30 anos, com exceção da privatização da
telefonia”. É com base nessa lei, originalmente para tratar de TV paga, que as
operadoras já começam a unificar suas operações sob um mesmo CNPJ. A paranaense
Sercomtel foi a primeira.
“A Sercomtel já é o parâmetro para os demais pedidos”, garante Rezende. Em
essência, ele acredita que os ganhos tributários será revertidos aos clientes,
nesse caso com redução de 2% a 3% na assinatura básica. E não vê dificuldades
nas fiscalizações. “Haverá separação contábil, mesmo na telefonia móvel”,
sustenta. “A fusão dos negócios é redução de custos e aumento da eficiência”,
conclui.
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Leia na Fonte: Teletime
[09/10/12]
João Rezende quer mudar o marco legal antes de 2025 - por Helton Posseti
O presidente da Anatel, João Rezende, defendeu nesta terça, 9, que o marco legal
do setor seja alterado antes de 2025, o que poderá significar o fim dos bens
reversíveis. Essa é a primeira vez que a Anatel fala explicitamente na
possibilidade de a figura dos bens reversíveis ser extinta. Rezende explica que
o tráfego nas redes fixas cai de 8% a 10% ao ano, o que significa que o valor
dessas redes em 2025 será muito inferior ao que é hoje. Por esse motivo, o
presidente da Anatel acha que a partir do ano que vem o debate sobre a alteração
do marco legal do setor deve ser iniciado. Na sua visão, um passo importante
nesse sentido foi a publicação na semana passada da lista de bens reversíveis
das concessionárias, obrigação vigente desde 1997, com a publicação da LGT.
“Mudar o modelo antes de 2025 envolve projeto de lei na Câmara e Senado.
Evidentemente ainda não estamos preparados, mas a União deverá fazer o debate
sobre essa questão e isso pode incluir o fim dos bens reversíveis”, disse
Rezende em conversa com jornalistas após a palestra de abertura da Futurecom.
O presidente da Anatel já adianta a sua visão sobre como deverá ser o serviço de
telefonia fixa após essa mudança de modelo. Para ele, a União deverá colocar
metas de atendimento e abrangência como hoje se faz nos leilões de
radiofrequência. “Precisamos dar uma remodelada nesse serviço para atrair novos
investimentos e exigir algumas metas”, afirma. "Acho que o modelo que está aí
vai prejudicar o investimento em telefonia fixa", disse ele.
Integração
Embora seja uma decisão unicamente empresarial, na sua palestra Rezende
demostrou interesse em que as concessionárias façam a consolidação sob um único
CNPJ, a exemplo do que fez a Sercomtel recentemente. Essa integração foi
possível a partir da aprovação da Lei 12.485/2011 que alterou o artigo 86 da LGT,
segundo o qual a concessionária só poderia prestar o serviço de telefonia fixa
que é o objeto da concessão. A Telefônica/Vivo tem um pedido semelhante
tramitando na agência. No caso da Sercomtel, segundo ele, só os ganhos
tributários (que são descontados integralmente na assinatura básica)
representarão uma redução de 2% a 3% na assinatura básica. Além dos ganhos
tributários, os ganhos de eficiência serão repassados ao consumidor através do
fator X.
O presidente da Anatel negou que a integração possa dificultar a fiscalização da
agência. Ele lembrou que no caso da Sercomtel foi exigido que a empresa faça a
separação contábil para que haja visibilidade da utilização de meios da operação
fixa pela móvel. Além disso, a Anatel exigiu que a empresa mantenha os registros
de despesas e receitas internas da concessão. Para as grandes concessionárias,
caso sigam com um modelo de consolidação como o da Sercomtel, a Anatel já
indicou que as exigências serão mais pesadas, e devem incluir uma separação
funcional.