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24/10/12
• Rádio Digital - O retorno (19) - "Ecos" da primeira reunião do "novo"
Conselho Consultivo do Rádio Digital
Olá, WirelessBR e Celld-group!
01.
Em maio, no
primeiro "post" desta Série sobre o "retorno" do Rádio Digital (foram
70 "posts" na série inicial) fiz esta brincadeira com o ministro Paulo Bernardo,
das Comunicações:
(...)
Creio que o sonho dourado do Sr. Paulo Bernardo, quando crescer, é ser Helio
Costa. :-)
Houve época em que Helio Costa foi favorável à reativação da Telebrás mas depois
desistiu. Bernardo foi lá e reativou.
Helio Costa tentou emplacar um PNBL com as operadoras e não conseguiu. Bernardo
foi lá e emplacou.
Costa tentou impor um padrão de Rádio Digital e não teve êxito. Bernardo está
lá, fazendo sua tentativa.
Freud poderia explicar se Bernardo não tivesse um histórico nos governos
petistas, que são gestões de muitos planejamentos, poucas execuções e muitos
balcões de negócios.
(...)
O "Convergência Digital" informa, na matéria transcrita mais abaixo:
"O novo ministro também já indicou sua preferência pelo IBOC. “Os técnicos no
ministério mostram tendência pelo modelo americano”, disse Bernardo ao Congresso
Nacional, em agosto do ano passado. Não é por menos que para alguns integrantes
do conselho, a agenda atual busca apenas referendar essa escolha."
Pronto: sonho concretizado. Paulo Bernardo transformou-se em Helio Costa! :-))
02.
Na primeira reunião do Conselho Consultivo do Rádio Digital, realizada
ontem, 23, foram estabelecidas datas de novas reuniões e criadas três comissões
técnicas.
Abaixo estão os primeiros "ecos" (uma opinião de um dos membros do Conselho, uma
matéria diferenciada do "Convergência" e uma pauta do
Tele.Síntese):
Leia na Fonte: Observatorio da Imprensa
[23/10/12]
O rádio digital brasileiro pode morrer antes de nascer - por Ismar
Capistrano Costa Filho
Leia na Fonte: Convergência Digital
[23/10/12]
Rádio digital: Governo promete, de novo, decidir padrão até dezembro - por
Luís Osvaldo Grossmann
Leia na Fonte: Tele.Síntese
[23/10/12]
Conselho define cronograma de discussões sobre rádio digital
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal WirelessBRASIL
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Leia na Fonte: Observatorio da Imprensa
[23/10/12]
O rádio digital brasileiro pode morrer antes de nascer - por Ismar
Capistrano Costa Filho
[Ismar Capistrano Costa Filho é doutorando em Comunicação pela UFMG, mestre
em Comunicação pela UFPE, jornalista pela UFC, coordenador executivo da
Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária no Ceará (Abraço Ceará) e
membro titular do Conselho Consultivo do Rádio Digital]
Desde 2006, o governo brasileiro adotou o padrão ISDB-TB de TV Digital, que
permite convergência, interatividade e multiprogramação. Mandar a opinião, votar
em enquetes, assistir outros programas no mesmo canal e até mesmo acessar a
internet, através do aparelho televisivo, são possibilidades dos espectadores
neste modelo. No entanto, tudo isso parece mais cena de ficção futurista do que
realidade. O explícito boicote das emissoras aos recursos digitais e a ausência
de regulamentação governamental revelam que a TV digital brasileira ainda
inexiste, senão como canais HD (alta definição de som e imagem) porque o
interesse empresarial, que predomina também no Ministério das Comunicações,
tenta construir uma TV com menor custo, maior lucro e uma audiência concentrada
em poucos canais, o mais passiva, acomodada e disciplinada possível.
O rádio digital corre o risco de repetir a fatídica situação. Com atraso de,
pelo menos, cinco anos, o governo federal ainda não definiu seu padrão (IBOC e
DRM são os principais concorrentes), nem as diretrizes do modelo. Somente em
agosto de 2012, o Ministério das Comunicações criou um Conselho Consultivo para
discutir esta decisão. Composto por representantes do governo, das emissoras e
dos fabricantes, o órgão tem sua primeira reunião no dia 23 de outubro. Além de
atrasada, a discussão começa totalmente desequilibrada. Sem quase investimentos,
o Conselho não conta com qualquer estrutura para sua instalação, sequer as
condições para participação dos conselheiros é garantida. Não há subsídios para
passagens, transporte, hospedagem e alimentação para quem voluntariamente
prestará o serviço público de construir posições para a decisão governamental
sobre o tema.
Grupos empresariais são favorecidos
Além de institucionalizar a gestão de financiamento do privado para o público, a
situação favorece a inversão dos interesses sociais em particulares, dado que a
falta de condições simétricas para a participação no debate privilegia os grupos
empresariais. A impossibilidade de entidades como a Associação Brasileira de
Radiodifusão Comunitária (Abraço) enviarem seu representante titular por falta
de recursos financeiros enfraquece a defesa de uma rádio digital popular e
democrático.
Pensar este modelo é muito mais do que a escolha de um padrão e os custos para
implantação. É planejar e executar uma série de medidas que possibilitem mais
amplos acessos e participação no rádio digital. É muito mais do que uma questão
tecnológica. É uma decisão política que deve orientar a horizontalização da
produção e potencialize o uso da tecnologia. Assim, muitas questões e escolhas
podem ser elaboradas. Como empoderar as pequenas e médias emissoras a produzirem
conteúdo multiforme, interativo e colaborativo? O modelo irá agravar as
diferenças entre os grandes e pequenos grupos radiodifusores? Como a
multitransmissão num mesmo canal será distribuída? As emissoras poderão veicular
diferentes programações simultâneas ou os canais serão compartilhados por
emissoras educativas, comunitárias e comerciais? O rádio digital poderá ser uma
forma de acesso à internet, possibilitando inclusão digital? Como os ouvintes
serão preparados para o uso da nova tecnologia? Haverá orientações para sua
participação mais efetiva na produção e gestão das emissoras?
A falta de condições de paridade de participação nesse Conselho revela que não
há no governo disposição política de, provavelmente, debater essas questões,
respondê-las e, muito menos, executá-las. Reflete também a inexistência de uma
política pública de comunicações, favorecendo a força dos grupos empresariais
consolidados pelo mercado de gerir, conforme seus interesses bens públicos, como
a radiodifusão, que deveriam alicerçar a educação e a participação cidadãs.
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Leia na Fonte: Convergência Digital
[23/10/12]
Rádio digital: Governo promete, de novo, decidir padrão até dezembro - por
Luís Osvaldo Grossmann
Recauchutada, foi mais uma vez aberta a discussão sobre o padrão tecnológico do
rádio digital no Brasil. O formato de um “conselho consultivo” multilateral para
orientar a decisão do governo ganhou uma cara nova. Mas a batalha, em si, é a
mesma: americanos e europeus desfilam os dois pacotes concorrentes.
Em essência, representantes do governo, de entidades de radiodifusores e da
indústria de equipamentos vão avaliar (e reavaliar) testes que começaram ainda
em 2007 sobre os dois padrões: o In Band On Channel (IBOC), também chamado de HD
Radio, e o Digital Radio Mondiale (DRM).
Ao longo desses anos, foi o componente político que impediu uma decisão.
Tecnicamente, os testes apontavam para o europeu DRM, mas uma fatia influente de
radiodifusores sempre preferiu o americano IBOC – ainda que, diferentemente da
escolha da TV Digital, o cenário aqui seja mais fragmentado.
A escolha é relevante porque, ao menos no patamar atual, os brasileiros que
comprarem equipamentos de um padrão não conseguirão ouvir rádios que transmitam
no outro. Daí mesmo as emissoras comerciais aguardarem, em sua maioria, que uma
definição seja tomada.
“É uma questão que se arrasta e não se toma uma decisão. Espero que esse
conselho chegue a uma posição o mais rápido possível”, reconheceu o secretario
de Serviços de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações, Genildo
Lins, ao abrir nesta terça-feira, 23/10, a primeira reunião do conselho
consultivo.
Pelo calendário apresentado, o Minicom espera ter tal posição até o fim deste
ano – se possível, na reunião prevista para 13/12. Mas parte do conselho
gostaria de promover audiências públicas sobre o assunto em diferentes regiões
do país, o que tem forte potencial de empurrar a decisão mais para frente.
Com base nos testes feitos até ali, em 2010 o então ministro Hélio Costa, apesar
de notório defensor do IBOC, esteve prestes a se render ao DRM. Costa acabou
deixando a pasta sem uma definição e o assunto só foi retomado quando Paulo
Bernardo assumiu o cargo – e o (novo) governo resolveu recomeçar o processo.
O novo ministro também já indicou sua preferência pelo IBOC. “Os técnicos no
ministério mostram tendência pelo modelo americano”, disse Bernardo ao Congresso
Nacional, em agosto do ano passado. Não é por menos que para alguns integrantes
do conselho, a agenda atual busca apenas referendar essa escolha.
Um dos principais argumentos pelo IBOC é a maior oferta de equipamentos – escala
que pode ser muito importante na migração digital. Números dos Estados Unidos
sugerem que a digitalização de uma estação de rádio custe por volta de US$ 100
mil.
O DRM, por sua vez, teria a vantagem de utilizar menos espectro (faixas de 96
khz, contra 400 khz do americano) e, principalmente, por abranger transmissões
em Ondas Curtas e Ondas Tropicais, fundamental caso se pretenda levar a
digitalização para fora dos centros urbanos e à região Amazônica.
Mas talvez não seja esse o caso, como sugere o Minicom. “Temos que pensar nos
interesses econômicos, por isso não queremos forçar nas ondas curtas e
tropicais. São ouvintes rurais, distantes dos grandes centros, o que dificulta a
digitalização nesses casos, uma vez que é caro”, afirmou Genildo Lins.
É uma questão que parece interessar mais as rádios públicas do que as privadas,
mas promete gerar algum ruído dentro do próprio conselho consultivo. A EBC – que
controla, por exemplo, a Rádio Nacional da Amazônia – vai insistir no tema.
“Queremos discutir sim a digitalização das ondas curtas”, afirmou o diretor
geral da empresa, Eduardo Castro.
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Leia na Fonte: Tele.Síntese
[23/10/12]
Conselho define cronograma de discussões sobre rádio digital
(Fonte: Ministério das Comunicações)
Primeira reunião do Conselho Consultivo do Rádio Digital estabeleceu datas de
reuniões e criou três comissões técnicas
A criação de três comissões técnicas e a definição do cronograma de trabalho até
o fim deste ano foram os resultados da primeira reunião do Conselho Consultivo
do Rádio Digital, realizada nesta terça-feira (23), na sede do Ministério das
Comunicações, em Brasília. O grupo vai suportar a implantação do sistema de
rádio digital no Brasil e conta com 19 representantes do Governo Federal, do
Poder Legislativo, do setor de radiodifusão e da indústria.
“A decisão sobre o rádio digital se arrasta há anos. A expectativa é que o
conselho consiga tomar uma decisão o mais rápido possível para que a gente possa
levar adiante a definição sobre o padrão de rádio digital que será implantado no
Brasil”, afirmou o secretário de Comunicação Eletrônica do ministério, Genildo
Lins, que faz parte do Conselho Consultivo, na abertura do encontro.
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, declarou recentemente que até o
final do ano deverá ser escolhido o padrão de rádio digital a ser adotado no
país. Dois padrões de rádio digital estão sendo testados no país desde 2010: o
Iboc (HD Radio), que é norte-americano, e o DRM, europeu. O ministério, em
conjunto com o Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro), testou os sistemas em
quatro capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília. As
avaliações foram concluídas em julho deste ano e o Inmetro fez relatórios sobre
a performance das duas tecnologias em cada localidade.
Os resultados desses testes serão o tema da próxima reunião do conselho, que
ocorrerá no dia 28 de novembro. Até o fim desta semana, os relatórios serão
disponibilizados no site do MiniCom para que as emissoras e entidades
representativas tenham acesso e avaliem os aspectos técnicos dos dois sistemas.
Em dezembro deste ano, o conselho realiza outros dois encontros: no dia 6,
haverá um debate com representantes dos sistemas DRM e HD Radio e no dia 13 será
apresentado um estudo sobre o rádio no Brasil.
Genildo Lins ressaltou que a principal missão do conselho é firmar uma posição
técnica sobre qual modelo de rádio digital funciona e melhor. Segundo ele,
vários cenários são possíveis e o que cabe ao Ministério das Comunicações é
informar qual a tecnologia mais adequada. A partir disso, outras discussões vão
ocorrer, levando em consideração aspectos econômicos e diplomáticos. “Nosso
interesse não é pelo sistema em si, mas pelo rádio. A gente tem de ter no Brasil
um rádio digital de qualidade. Nosso foco é o rádio”, destacou.
Comissões - A primeira reunião definiu ainda a composição de três comissões
técnicas do conselho que ficarão responsáveis por aprofundar as discussões e
decisões em três áreas: política industrial, inovação tecnológica e análise e
acompanhamento dos testes técnicos. A atuação do Conselho Consultivo vai além da
definição do padrão de rádio digital e envolver temas como financiamento da
transição do sistema e parâmetros internacionais.
O diretor de Acompanhamento e Avaliação de Outorgas do ministério, Octavio
Pieranti, ressaltou a importância da participação de representantes do setor de
radiodifusão no conselho consultivo: “A decisão sobre o padrão de rádio digital
a ser adotada no país é séria e precisa ser tomada com a participação de todos.”
(Fonte: Ministério das Comunicações)