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31/12/13

• Renato Cruz: "Pouca energia (nas baterias)" + "Dinheiro digital" + "O fim da privacidade" + "Menos inovação" + "A reinvenção de Bill Gates"

Olá, "WirelessBR" e "telecomHall Brasil"!

Continuo com as sugestão de "leituras de festas e férias"...   :-)

01.
Faço minha visita rotineira ao website do jornalista Renato Cruz (foto).

Renato Cruz é colunista de novas tecnologias do jornal O Estado de S. Paulo, Rádio Estadão (SP) e blogueiro da área. Atua também como professor de Audiovisual do Senac SP. É autor de três livros sobre inovações tecnológicas e coautor do e-book 'Para entender as mídias sociais', vol/2. E-mail: renato@renatocruz.com

No final desta página está o perfil completo do Renato Cruz, anotado aqui, no Portal dos Jornalistas.

02.
Transcrevo abaixo este textos recentes do Renato Cruz publicados em seu website e no Esdadão:

Leia na Fonte: Website de Renato Cruz
[29/12/13]  Pouca energia - por Renato Cruz

Leia na Fonte: Website de Renato Cruz
[19/12/13]  Dinheiro digital - por Renato Cruz

Leia na Fonte: Website de Renato Cruz
[15/12/13]  O fim da privacidade - por Renato Cruz

Leia na Fonte: Website de Renato Cruz
[08/12/13]  Menos inovação - por Renato Cruz

Leia na Fonte: Website de Renato Cruz
[24/11/13]  A reinvenção de Bill Gates - por Renato Cruz

Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal WirelessBRASIL


Leia na Fonte: Website de Renato Cruz
[29/12/13]  Pouca energia - por Renato Cruz

O poder de processamento dos eletrônicos dobra a cada dois anos. Sua capacidade de armazenamento cresce ainda mais rapidamente. O volume de dados transportados pelas redes móveis brasileiras quase dobra em um ano. A explosão dos tablets, smartphones e outros dispositivos móveis enfrenta, no entanto, um gargalo sério. Existe um componente importante cuja evolução não consegue acompanhar esse ritmo: as baterias.

Você compra o modelo mais recente de celular, contrata um plano caro da sua operadora e, no dia em que usa o aparelho de verdade, a bateria morre no meio da tarde. Os fabricantes de smartphones prometem oito, dez horas de uso, mas a prática não chega a alcançar essa promessa. Eles adaptam hardware e software para gastar menos energia. A própria tendência de se lançar aparelhos com telas cada vez maiores acaba criando mais espaço para baterias. Mas isso não é suficiente.

Como pode haver uma revolução móvel se estamos presos aos fios da tomada? As baterias de íon de lítio – usadas nos celulares, computadores portáteis e carros elétricos – são uma tecnologia que está há duas décadas no mercado. Sua capacidade tem aumentado, em média, somente 5% ao ano.

Existe bastante gente tentando melhorar isso. Por exemplo, o Laboratório Nacional Argonne, nos Estados Unidos, recebeu, no fim de 2012, US$ 120 milhões do Departamento de Energia do seu país para desenvolver novas formas de armazenar energia. O objetivo é desenvolver, em cinco anos, baterias cinco vezes mais poderosas, a um quinto do custo. Eles testam novos materiais, como magnésio e alumínio, e novas maneiras de construir as baterias.

Se a evolução das baterias é importante para os celulares, para os carros híbridos e elétricos ela é essencial. Atualmente, a gasolina armazena seis vezes mais energia por quilograma que as baterias de íon de lítio. A competitividade dos carros elétricos depende da redução dessa diferença.

A Tesla Motors – montadora criada por Elon Musk, que era o principal acionista do PayPal – tem conseguido avanços importantes nessa área. O Tesla Model S tem autonomia de mais de 400 quilômetros, sem precisar recarregar baterias, mais que o triplo dos concorrentes produzidos por grandes montadoras. Mas o Model S ainda é um carro de luxo, que custa entre US$ 70 mil e US$ 100 mil nos Estados Unidos.

Alguns postos criados pela Tesla, chamados “superchargers” (supercarregadores), conseguem recarregar as baterias de um carro em meia hora. Ainda não é a mesma coisa do que encher o tanque de gasolina ou etanol, mas é bem melhor que alternativas de concorrentes, que exigem horas para recompor a carga. No caso do Model S, toda a base do carro, das rodas dianteiras às traseiras, é formada por baterias.

Sem fio

O nome da Tesla Motors é uma homenagem ao inventor Nikola Tesla, pai do sistema de corrente alternada, sem o qual não haveria linhas de transmissão de energia de longa distância. Ele também tentou criar um sistema para a transmissão sem fio de energia, no começo do século passado. Chegou a erguer uma torre próxima de Nova York, e planejava erguer outra em Londres, para transmitir eletricidade através do Atlântico. O dinheiro acabou e suas ideias sobre eletricidade sem fio nunca foram postas em prática.

Sem bateria

Pesquisadores da Universidade de Washington criaram uma tecnologia chamada “ambient backscatter” (algo como retroespalhamento ambiental), que permite criar aparelhos que funcionam sem baterias. Eles refletem e absorvem os sinais de rádio que já existem na atmosfera, usando-os como fonte de energia e meio para se comunicar com outros dispositivos.

Leia também:  Os percalços da Tesla Motors

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Leia na Fonte: Website de Renato Cruz
[19/12/13]  Dinheiro digital - por Renato Cruz

Na semana passada, o valor do bitcoin despencou. O governo chinês baniu as transações com a moeda virtual no país, e ordenou que a BTC China, maior bolsa de bitcoins do mundo, parasse de aceitar depósitos na moeda local. Com isso, o bitcoin – que já chegou a valer a US$ 1.242 – era negociado a US$ 653. Apesar da queda, é uma cotação interessante, já que a moeda, em 2011, valia somente US$ 0,30.

Mas quem é o banco central responsável pelo bitcoin? Não existe. A moeda é descentralizada. Uma rede de computadores de usuários armazena cópias da lista de todas as carteiras eletrônicas de bitcoins, com os valores de cada uma dessas carteiras. A cada transferência de moeda, essa lista (também chamada de “blockchain”) é atualizada em todos os computadores, impedindo, por exemplo, que alguém use mais de uma vez o mesmo dinheiro.

As máquinas que fazem parte dessa rede resolvem problemas criptográficos complexos e, em troca, seus usuários conseguem extrair novos bitcoins do sistema. Essa “mineração” de bitcoins é uma recompensa à rede que mantém a moeda funcionando. Também é responsável por aumentar o volume de moeda em circulação, até o limite de 21 milhões de bitcoins.

Por que existe esse limite? Porque o sistema foi projetado assim. O bitcoin é a criação de um programador que usa o pseudônimo Satoshi Nakamoto. A primeira versão do software que permite a sua existência foi lançada em 2009.

Cada carteira da moeda digital tem um endereço e uma chave privada. Somente com essa chave é possível transferir o dinheiro dessa carteira, que é anônima. A chave é representada por um número de 64 caracteres em hexadecimal. O sistema hexadecimal, no lugar de ir de 0 a 9, vai de 0 a F. O número FF, por exemplo, equivale a 255 em decimal.

Ao mesmo tempo em que essa arquitetura garante o anonimato e impede fraudes, ela tem sido apontada com insegura por muita gente. Quem perde sua chave privada não pode mais usar os bitcoins de sua carteira. O criminoso que conseguir copiar a chave privada de alguém pode usar o dinheiro virtual da carteira correspondente à chave.

Computadores pessoais com carteiras de bitcoin e até serviços especializados em armazenar essas chaves têm sido alvos constantes de ataques de criminosos virtuais. Uma reportagem recente da Technology Review apontou esse fator como um dos grandes obstáculos a uma adoção mais ampla dos bitcoins.

Tem gente que acaba optando pelo que chamam de “armazenamento frio”: guardar sua carteira de bitcoins num disco externo sem conexão à internet, protegido com criptografia, fora do alcance de hackers. O investidor Steve Kirsch, citado pela Technology Review, chegou a comprar um laptop extra somente para armazenar seus bitcoins.

Carteira

Por incrível que pareça, o dono da maior carteira de bitcoins é o FBI, segundo a Wired. A polícia federal americana prendeu, este ano, o responsável pelo site Silk Road, que funcionava como um mercado ilegal de armas e drogas em que a moeda corrente eram os bitcoins. Com a prisão, o FBI apreendeu uma carteira com mais de 144 mil bitcoins, quase US$ 100 milhões. Mas os bitcoins também circulam fora do submundo da internet. Existem empresas que operam legalmente e aceitam a moeda virtual.

Pioneiro

Apesar da carteira do FBI, acredita-se que o maior detentor de bitcoins seja seu criador, Satoshi Nakamoto, que extraiu cerca de 1 milhão de moedas no começo do sistema, quando os problemas criptográficos recompensados com bitcoins eram mais fáceis de se resolver. A fortuna estaria dividida em várias carteiras.

Leia também: A quebra da criptografia

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[15/12/13]  O fim da privacidade - por Renato Cruz

O ano ainda não terminou, mas, em um retrospecto, a notícia de maior impacto do setor de tecnologia foi o escândalo de espionagem revelado por Edward Snowden, ex-técnico da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês). Nem tanto pelo fato de haver espionagem na rede, mas pelos métodos utilizados e pela extensão da bisbilhotice.

O que Snowden revelou foi uma nova forma de arapongagem, no atacado, que se beneficia de todas as vantagens trazidas pela tecnologia digital. A internet facilita e reduz o custo de ações em larga escala. As agências de espionagem americanas se aproveitaram disso: criaram meios de recolher o máximo de informação possível do maior número de pessoas.

No caso de haver suspeita sobre algum indivíduo, suas informações já estão no banco de dados. Num mundo analógico, isso seria impensável. Não haveria como dar conta dos investimentos para armazenar e indexar essa montanha de informação.

Os dados vieram da interceptação de cabos de fibra óptica, de cabos submarinos, de centrais telefônicas, de portas dos fundos colocadas em sistemas desenvolvidos por empresas americanas de tecnologia. A colaboração dessas companhias (criando as portas dos fundos ou simplesmente entregando dados de clientes) pegou mal.

Tanto que, na semana passada, Google, Microsoft, Apple, Facebook, Twitter, LinkedIn, Yahoo e AOL publicaram uma carta aberta ao presidente Barack Obama e ao Congresso dos EUA pedindo restrições às atividades de vigilância. Afinal, a prosperidade dos negócios depende de uma internet livre. E não só dos negócios das empresas de tecnologia. Difícil encontrar um setor econômico, hoje, que consiga sobreviver sem a rede mundial.

Antes de Snowden, parecia haver a internet controlada pelo governo de países como China, Cuba e Coreia do Norte e a internet livre defendida pelos EUA. A realidade mostrou que não é bem assim. É claro que a política americana não chega a definir o que as pessoas podem ver na rede, como os países que abertamente controlam a internet, mas onde está a privacidade dos cidadãos? Pior ainda: onde está a privacidade dos cidadãos de todo o mundo?

A espionagem não poupou chefes de Estado, como a presidente Dilma Rousseff e a chanceler alemã Angela Merkel. O mundo discute como pôr um limite nisso. Depois do fim da Guerra Fria, teve quem apostou que o mundo pendia na direção de uma distopia do tipo Admirável Mundo Novo, em que as pessoas são controladas por um ambiente de hiperconsumismo. E que uma distopia no estilo de 1984, em que as pessoas são controladas por um aparato de hipervigilância, só surgiria em regimes totalitários. Nada disso. Snowden acabou por revelar que, na prática, os dois cenários não são excludentes.

Governança

Em 23 e 24 de abril de 2014, deve acontecer em São Paulo a Reunião Multissetorial Global sobre Governança da Internet. O evento é organizado pelo Comitê Gestor da Internet (CGI) no Brasil, em parceria com entidades internacionais envolvidas com a governança da internet. Um dos objetivos do encontro é encontrar maneiras de evitar ações de espionagem como as que foram denunciadas por Snowden.

Setores

“Não é uma questão somente de governo”, afirmou Virgílio Almeida, coordenador do CGI, secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência e Tecnologia e responsável pela organização da reunião. “Vamos reunir governo, sociedade civil, academia e empresas.” A agenda do evento será construída a partir de contribuições desses setores, que poderão ser enviadas a partir do próximo mês pela própria internet.

Leia também: Espionagem digital

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[08/12/13]  Menos inovação - por Renato Cruz

O Brasil está menos inovador. Um estudo do IBGE, divulgado semana passada, mostrou queda no porcentual de indústrias que inovam. A taxa de inovação passou de 38,1% no triênio 2006-2008 para 35,7% no período 2009-2011. Na prática, isso significa perda de competitividade.

Uma empresa inova se consegue fazer dinheiro com processos e produtos novos. Normalmente, isso ocorre quando consegue cobrar mais por seu produto, que se diferencia da concorrência, ou, mesmo oferecendo um produto igual aos outros, melhora sua margem, usando a tecnologia para reduzir prazos e custos.

Não é por acaso que os resultados da balança comercial brasileira vêm se deteriorando. O saldo comercial, que havia sido de R$ 46,4 bilhões em 2006, chegou a R$ 19,4 bilhões no ano passado. Neste ano, até outubro, o comércio exterior brasileiro acumulava déficit de R$ 1,8 bilhão. Isso mostra a dificuldade das empresas brasileiras em conquistar mercado, e até mesmo em competir com os produtos importados no próprio mercando nacional.

Você pode dizer que essa falta de competitividade não está relacionada à inovação, mas aos componentes do chamado custo Brasil, como a infraestrutura logística precária. Mas acontece que vários desses componentes também são barreiras à inovação.

Um exemplo é a falta de mão de obra qualificada. A Pesquisa de Inovação Tecnológica (Pintec), do IBGE, apresentou, pela primeira vez, essa deficiência como uma das principais barreiras à inovação. A formação inadequada do trabalhador ficou atrás somente dos custos elevados entre as principais preocupações das empresas quando o assunto é inovação.

Outro componente que emperra a inovação brasileira é a burocracia. É muito difícil abrir uma empresa por aqui e ainda mais difícil fechá-la. E não existe inovação sem a possibilidade de fracasso. Não pode ser complicado tentar de novo, porque o empreendedor perde a oportunidade de aprender com os próprios erros.

No Vale do Silício, berço de algumas das principais empresas de tecnologia americanas, se o fracasso não foi motivado por alguma ilegalidade ou comportamento muito estúpido, o empresário costuma ter nova chance.

Se um investidor coloca dinheiro numa startup americana e a empresa quebra, ele perde o que investiu. Aqui, se a startup deixar dívidas, ele é obrigado a assumir os débitos deixados pela empresa. Por causa de diferenças desse tipo, o apetite por risco costuma ser bem menor no Brasil.

Todo mundo já cansou de ouvir que brasileiro é criativo. Talvez esteja na hora de parar com essa conversa condescendente. Se alguém tem uma ideia e não consegue colocá-la em prática, não ganha nada com isso. Ideia todo mundo tem. O que faz diferença é a execução.

Educação

O resultado do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, na sigla em inglês), que também saiu semana passada, mostra como é sério o problema da educação, origem da falta de mão de obra qualificada. Na análise de 65 países, os estudantes brasileiros do ensino básico ficaram em 58º lugar. Difícil ser inovador sem saber ler, escrever, fazer contas e entender um pouco como o mundo funciona.

Melhora

O governo ampliou as linhas de crédito à inovação, e o volume total de recursos aplicados cresceu, apesar da redução no número de indústrias inovadoras. O investimento em inovação chegou a R$ 64,9 bilhões em 2011, comparado a R$ 54,1 bilhões em 2008. Para os pesquisadores do IBGE, a aparente contradição entre a taxa de empresas inovadoras e o dinheiro aplicado se explica porque esse tipo de investimento demora a dar resultado. A ver.

Leia também: Os caminhos da inovação

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Leia na Fonte: Website de Renato Cruz
[24/11/13]  A reinvenção de Bill Gates - por Renato Cruz

Deve ser difícil para um jovem imaginar como era a imagem de Bill Gates na década de 1990. Gates se transformou num grande filantropo, que ataca com seus bilhões grandes problemas do mundo, por meio da fundação que dirige desde que se aposentou da Microsoft. Ele coloca sua fortuna e sua experiência gerencial para combater globalmente doenças e pobreza de uma forma que governos e empresas não se mostram capazes de fazer.

Há pouco mais de 20 anos, Gates era temido e, para usar a palavra certa, odiado por muita gente. Depois de decidir colocar fora do mercado a Netscape, empresa de navegadores responsável pela popularização da internet, a Microsoft foi alvo de um processo antitruste movido pelo governo dos Estados Unidos. O depoimento de Gates durante o processo foi considerado, na época, um símbolo de arrogância e até de falta de humanidade.

Muita coisa mudou. Entre os jovens empreendedores do Vale do Silício, Gates chega a ser uma figura mais admirada até que Steve Jobs, fundador da Apple. Não tem como essa garotada, que combina idealismo e ambição sem limites, deixar de sentir admiração pelo trabalho da Fundação Bill & Melinda Gates.

Recentemente, Gates voltou a liderar a lista dos homens mais ricos do mundo, com uma fortuna avaliada em US$ 76,5 bilhões, segundo a agência Bloomberg. Apesar de se classificar como um “fã devoto” do capitalismo, o fundador da Microsoft escreveu na edição mais recente da revista Wired: “o capitalismo sozinho não consegue atender as necessidades dos muito pobres. Isso significa que a inovação orientada ao mercado pode, na verdade, aumentar o fosso entre ricos e pobres”.

A estratégia de Gates foi buscar áreas de pesquisa que recebiam poucos recursos, e cujos resultados poderiam beneficiar muitas pessoas. Segundo ele, seu primeiro investimento em pesquisa sobre malária quase dobrou os recursos disponíveis na área, “não porque nossa doação tenha sido muito grande, mas porque a pesquisa sobre malária estava muito subfinanciada”.

O fundador do Microsoft chama a forma de atuar da fundação de “filantropia catalisadora”. Ao colocar dinheiro na busca de solução para problemas que não recebem a atenção devida, ele quer incentivar que governos e empresas também se dediquem a esses problemas, fazendo com que a inovação passe a beneficiar também as pessoas pobres.

Quando foi criada, a Microsoft tinha como missão “colocar um computador em cada mesa de trabalho e em cada casa”. Sob o comando de Gates, a empresa teve tanto sucesso que a missão acabou mudando para “permitir que pessoas e empresas ao redor do mundo realizem todo seu potencial”. Vamos ver o que ele consegue com seus esforços para combater miséria e doenças.

Retorno

Em 1993, durante um safári na África para ver animais selvagens, ele e sua mulher Melinda tiveram o primeiro contato direto com a pobreza extrema, e resolveram fazer alguma coisa. Uma de suas primeiras doações foi para comprar vacinas contra o sarampo. Gates ficou sabendo que muitas crianças ainda morriam da doença, e que a vacina custava somente US$ 0,25 a dose. Como o próprio Gates escreveu: “havia uma grande oportunidade de salvar muitas vidas gastando relativamente pouco”. Esse é um exemplo de seu pensamento empresarial aplicado à filantropia. Só que, no caso, o retorno do investimento vai para os outros.

Dinheiro

Isso não quer dizer que ele tem gastado pouco em suas atividades filantrópicas. Desde a sua criação, em 1997, a Fundação Bill & Melinda Gates doou US$ 28,3 bilhões. Somente no ano passado foram US$ 3,4 bilhões.

Leia também: Steve Ballmer vira Dr. Evil

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Perfil

Renato Cruz
Colunista de novas tecnologias do jornal O Estado de S.Paulo, Rádio Estadão (SP) e blogueiro da área. Atua também como professor de Audiovisual do Senac SP. É autor de três livros sobre inovações tecnológicas e coautor do e-book 'Para entender as mídias sociais', vol/2. E-mail: renato@renatocruz.com.

Renato Cruz nasceu em São Paulo (SP) no dia 24 de maio de 1973.

É graduado em Jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) desde 1995; na mesma instituição obteve os diplomas de Mestrado (2000) e de Doutorado (2006) em Ciências da Comunicação.

Iniciou a carreira em 1996 como colaborador da Revista Nacional de Telecomunicações, veículo impresso e virtual da área de novas tecnologias e ali permaneceu até 2001.

Em seguida foi para o jornal O Estado de S.Paulo onde passou a trabalhar como repórter da área de tecnologia e, posteriormente, a escrever para o caderno Link e o de Economia para os quais produziu inúmeras reportagens e especiais sobre assuntos de novas tecnologias, telecomunicações em geral e negócios do setor.

No veículo, também acumulou o trabalho na reportagem impressa com a atividade de colunista do Blog Estadão, sobre os temas de sua especialidade. No grupo esteve por quase 12 anos cobrindo o gigantesco mundo corporativo das telecomunicações que abrange ainda área do varejo e os relacionamentos com os usuários de novas tecnologias.

Em março de 2006 lançou o Blog do Renato Cruz onde passou a postar os textos e matérias produzidos, além de ampliar os horizontes de cobertura do setor. Mantém o blog no ar atualizado.

No início de 2012 ingressou como professor da graduação em Audiovisual no Centro Universitário Senac. Em dezembro desse mesmo ano voltou a atuar para o jornal O Estado de S.Paulo, dessa vez, como colunista do caderno Economia onde escreve e comenta sobre negócios do setor de telecomunicações e novas tecnologias.

Em 2013 passou a acumular as atividades do impresso, do blog e as aulas no Senac com a atividade de colunista da Rádio Estadão 700 AM; aos ouvintes do veículo informa sobre as novidades do mercado das novas tecnologias.

É autor dos livros O que as empresas podem fazer pela inclusão digital (Ethos/CDI, 2004); TV digital no Brasil: tecnologia versus política (Senac São Paulo, 2008) e O desafio da inovação: a revolução do conhecimento nas empresas brasileiras (Senac São Paulo, 2011). Todas as obras na linha das perspectivas a respeito de inovações tecnológicas.

Foi um dos colaboradores do e-book Para entender as mídias sociais - vol. 2, organizado pela jornalista Ana Brambilla, e lançado pela Editora Globo em março de 2012. O livro eletrônico e gratuito foi produzido com a colaboração voluntária de 37 pesquisadores e profissionais da área.