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14/01/13
• Mariana Mazza: "E o fim da assinatura básica?"
Olá, WirelessBR e Celld-group!
01.
"O fim da assinatura básica de telefonia pode voltar à pauta do plenário da
Câmara Federal a qualquer momento, tendo em vista que na primeira semana de
novembro o deputado André Moura (PSC/SE) apresentou um requerimento pedindo
urgência à apreciação do Projeto de Lei 5.476/01, do ex-deputado Marcelo
Teixeira, que prevê o fim da cobrança desta taxa. O tema lidera há oito anos
consecutivos o ranking de participação popular entre as propostas que os
cidadãos esperam ser votadas. De 2004 até o final de setembro de 2012, os
serviços 0800 e Fale Conosco da Câmara já atenderam a 2,5 milhões de ligações
sobre o fim da tarifa básica, 550 mil delas só no ano passado. Entre entidades
de defesa dos direitos do consumidor e associações do setor, o assunto divide
opiniões."
02.
Mariana Mazza voltou ao tema em dezembro passado:
Leia na Fonte: Band / Colunas
[10/12/12]
E o fim da assinatura básica? - por Mariana Mazza
Recorte:
(...) Neste contexto deveria ser fácil aprovar um projeto pelo fim da assinatura
básica da telefonia fixa. O problema é que a assinatura tem um motivo para
existir: custear a manutenção da rede, que no caso dos telefones fixos, está
disponível o tempo inteiro mesmo que o cliente não use o telefone. Mesmo
existindo um motivo para que essa taxa exista é pouco provável que o projeto
seja rejeitado se for à votação. Além do apelo popular para que assinatura deixe
de existir, pesa contra as teles a ganância de ter mantido por anos essa taxa
nas alturas.
Na última década todos os reajustes concedidos pela Anatel serviram para
turbinar especificamente a assinatura básica. Para piorar a situação, o modelo
tarifário adotado na telefonia ainda permite que as empresas redistribuam cinco
pontos percentuais além do reajuste concedido sobre um ou mais itens da cesta de
serviços. Com esse aval, as teles foram ano após ano reduzindo os custos de
outros itens, como o preço do minuto da chamada, e reforçando ainda mais a
assinatura, reajustando este item bem acima da inflação. No fim, a assinatura
tornou-se uma espécie de barreira de entrada. O custo em si da chamada é
baixíssimo, caso o cliente se disponha a pagar o pedágio mensal exigido pelas
empresas.(...) Ler mais
03.
As operadoras reclamam, e muito:
Leia na Fonte: O Globo
[26/11/12]
Fim da assinatura básica de telefonia: boa para quem? - por Daiane Costa
Recorte:
Pela proposta, as prestadoras de serviço de telefonia fixa prestado em regime
público cobrarão do assinante apenas pelos pulsos e minutos efetivamente
utilizados. Em média, o consumidor paga R$ 40 por esta taxa, que dá o direito de
usar 200 minutos em chamadas locais. Para a Associação Brasileira das
Concessionárias de Serviço Telefônico Fixo Comutado (Abrafix), o fim da
assinatura básica prejudicaria os consumidores e inibiria investimentos em
telecomunicações.
Em comunicado divulgado à imprensa, a entidade defende que a cobrança da taxa
fixa mensal segue “uma lógica econômica que é aplicada em outros serviços
públicos, como os de energia, gás, água e esgoto”, em que também são cobradas
tarifas mensais básicas. A Abrafix ainda ressalta que levantamento da União
Nacional de Telecomunicações (UIT) mostra que a taxa existe em “todos os países
do mundo, à exceção do Irã e da Guatemala”.
“Para assegurar o equilíbrio-financeiro, previsto nos contratos de concessão, e
cobrir os custos fixos com manutenção e investimentos necessários à modernização
dos serviços, o fim da assinatura exigiria uma nova fonte de remuneração pelos
serviços prestados, o que poderia gerar um aumento no valor das ligações,
penalizando o consumidor”, alerta a entidade em comunicado. (...) Ler mais
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal WirelessBRASIL
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Leia na Fonte: Band / Colunas
[10/12/12]
E o fim da assinatura básica? - por Mariana Mazza
Nas últimas semanas testemunhamos como o lobby apesar de não ser regulamentado
no Brasil está vivo e forte no nosso Congresso Nacional. A vítima da vez no
setor de telecomunicações foi o Marco Civil da Internet, defendido por quem usa
a rede e criticado pelas empresas que querem ter cada vez mais controle sobre os
brasileiros. Mas em meio a toda a confusão que suspendeu a votação, um outro
assunto de interesse da sociedade parece ter sido esquecido na pilha de projetos
em análise na Câmara dos Deputados. Falo do projeto pelo fim da assinatura
básica da telefonia fixa, o PL 5476/01.
De autoria do deputado Marcelo Teixeira (PMDB/CE), a proposta é bem simples: que
as empresas só cobrem pelas ligações efetuadas pelos clientes. O texto está em
análise há nada menos do que 11 anos e só agora chegou ao Plenário da Câmara. Se
passar pelo pleno, ainda terá uma longa jornada pelo Senado Federal. No fim de
novembro, o deputado André Moura (PSC/SE) apresentou um requerimento para que o
projeto seja votado em regime de urgência. O requerimento continha a assinatura
de vários líderes partidários. Ainda assim, o pedido de urgência continua sem
ser votado.
Com projetos na pauta bem mais polêmicos e com maior repercussão como a Reforma
Política, que pode ser votada nesta semana o projeto pelo fim da assinatura
básica é sempre colocado de escanteio. Acontece que, na opinião popular, não há
nada mais importante do que o PL 5476/01. Por oito anos consecutivos, o fim da
assinatura foi o líder isolado no rol de pedidos dos cidadãos feitos ao serviço
de atendimento da Câmara.
A liderança é impressionante considerando a quantidade de assuntos que são
debatidos pela Câmara dos Deputados todos os anos com enorme impacto na vida dos
brasileiros. A explicação para esse fenômeno é bastante óbvia: ninguém aguenta
mais ter que pagar em média R$ 40 por mês só para ter o direito de usar o
telefone fixo. Além de reclamar, o brasileiro demonstrou na prática seu
incômodo. A telefonia fixa, único serviço prestado em regime público no país,
minguou nos últimos anos. Muitos clientes deixaram as concessionárias para
assinar planos alternativos mais baratos das empresas autorizadas. Mas a maioria
simplesmente desistiu de custear um telefone fixo e partiu para o uso exclusivo
do celular. Dados do Censo 2010, divulgados em outubro deste ano, mostram que
53,5% das famílias possuíam apenas telefones móveis na época da pesquisa. Não há
dúvidas de que nos dias de hoje esse percentual está ainda maior.
A troca do telefone fixo pelo móvel pode ser mais cômoda e barata em um primeiro
momento, mas a longo prazo o cenário não é positivo. Os preços cobrados para as
chamadas feitas de telefones móveis são absurdamente mais caros do que as
tarifas da telefonia fixa. Mas, em um país onde mais de 80% dos celulares em
funcionamento são pré-pagos está bem claro que as famílias resolveram cortar
todos os gastos com telefonia. Eis o contraditório mercado de telefonia no
Brasil. Comemoramos todos os meses a quebra de recordes na expansão da telefonia
celular, mas o direito à comunicação anda cada vez mais limitado pelos custos.
Neste contexto deveria ser fácil aprovar um projeto pelo fim da assinatura
básica da telefonia fixa. O problema é que a assinatura tem um motivo para
existir: custear a manutenção da rede, que no caso dos telefones fixos, está
disponível o tempo inteiro mesmo que o cliente não use o telefone. Mesmo
existindo um motivo para que essa taxa exista é pouco provável que o projeto
seja rejeitado se for à votação. Além do apelo popular para que assinatura deixe
de existir, pesa contra as teles a ganância de ter mantido por anos essa taxa
nas alturas.
Na última década todos os reajustes concedidos pela Anatel serviram para
turbinar especificamente a assinatura básica. Para piorar a situação, o modelo
tarifário adotado na telefonia ainda permite que as empresas redistribuam cinco
pontos percentuais além do reajuste concedido sobre um ou mais itens da cesta de
serviços. Com esse aval, as teles foram ano após ano reduzindo os custos de
outros itens, como o preço do minuto da chamada, e reforçando ainda mais a
assinatura, reajustando este item bem acima da inflação. No fim, a assinatura
tornou-se uma espécie de barreira de entrada. O custo em si da chamada é
baixíssimo, caso o cliente se disponha a pagar o pedágio mensal exigido pelas
empresas.
Apenas no último reajuste a Anatel resolveu tomar uma providência e pressionou
as empresas a reduzir o valor da assinatura. A estratégia deu certo ao evitar
mais um aumento escorchante. Mas ainda não foi suficiente para levar a taxa a um
patamar tolerável para o bolso do consumidor.
A aprovação do PL 5476/01 não servirá apenas para atender ao clamor popular
registrado pelo sistema de atendimento da Câmara dos Deputados. O fim da
assinatura poderá derrubar essas barreiras que têm afastado o brasileiro do
direito constitucional de se comunicar. É o mínimo que se pode fazer em um setor
que tem como um de seus pilares a universalização. Não dá mais para entender a
universalização como o direito do brasileiro de ter acesso à telefonia a preços
abusivos. Se a telefonia fixa é o serviço público principal desse setor, nada
mais justo do que o Congresso Nacional agir para garantir que realmente todos
tenham capacidade financeira de arcar com esse serviço.
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Leia na Fonte: O Globo
[26/11/12]
Fim da assinatura básica de telefonia: boa para quem? - por Daiane Costa
Proposta em trâmite na Câmara lidera há oito anos consecutivos o ranking de
participação popular entre as mais esperadas a serem votadas pelos cidadãos
Câmara já recebeu 2,5 milhões de ligações pedindo a votação do projeto que pode
acabar com a tarifa
RIO — O fim da assinatura básica de telefonia pode voltar à pauta do plenário da
Câmara Federal a qualquer momento, tendo em vista que na primeira semana de
novembro o deputado André Moura (PSC/SE) apresentou um requerimento pedindo
urgência à apreciação do Projeto de Lei 5.476/01, do ex-deputado Marcelo
Teixeira, que prevê o fim da cobrança desta taxa. O tema lidera há oito anos
consecutivos o ranking de participação popular entre as propostas que os
cidadãos esperam ser votadas. De 2004 até o final de setembro de 2012, os
serviços 0800 e Fale Conosco da Câmara já atenderam a 2,5 milhões de ligações
sobre o fim da tarifa básica, 550 mil delas só no ano passado. Entre entidades
de defesa dos direitos do consumidor e associações do setor, o assunto divide
opiniões.
Pela proposta, as prestadoras de serviço de telefonia fixa prestado em regime
público cobrarão do assinante apenas pelos pulsos e minutos efetivamente
utilizados. Em média, o consumidor paga R$ 40 por esta taxa, que dá o direito de
usar 200 minutos em chamadas locais. Para a Associação Brasileira das
Concessionárias de Serviço Telefônico Fixo Comutado (Abrafix), o fim da
assinatura básica prejudicaria os consumidores e inibiria investimentos em
telecomunicações
Em comunicado divulgado à imprensa, a entidade defende que a cobrança da taxa
fixa mensal segue “uma lógica econômica que é aplicada em outros serviços
públicos, como os de energia, gás, água e esgoto”, em que também são cobradas
tarifas mensais básicas. A Abrafix ainda ressalta que levantamento da União
Nacional de Telecomunicações (UIT) mostra que a taxa existe em “todos os países
do mundo, à exceção do Irã e da Guatemala”.
“Para assegurar o equilíbrio-financeiro, previsto nos contratos de concessão, e
cobrir os custos fixos com manutenção e investimentos necessários à modernização
dos serviços, o fim da assinatura exigiria uma nova fonte de remuneração pelos
serviços prestados, o que poderia gerar um aumento no valor das ligações,
penalizando o consumidor”, alerta a entidade em comunicado.
A Abrafix entende que todos os usuários seriam prejudicados, inclusive aqueles
que dependem dos telefones públicos para fazer ligações e os de localidades
remotas, atendidas principalmente pela telefonia fixa.
“A medida, que pode ser entendida como ruptura do modelo regulatório e quebra de
contrato, provocaria insegurança regulatória e jurídica, inibindo investimentos,
especialmente na implantação de infraestrutura de suporte a novos serviços.
Adicionalmente, o fim dessa tarifa poderia ter impacto negativo para a expansão
da banda larga no Brasil, já que os dados que trafegam pela internet de alta
velocidade são distribuídos, em grande parte, por meio das redes fixas das
concessionárias”, defende a entidade.
Pelos cálculos da Abrafix, o fim da assinatura também geraria uma queda na
arrecadação dos Estados e da União, que deixariam de recolher cerca de R$ 4,5
bilhões ao ano em ICMS (governo estaduais) e R$ 3,8 bilhões ao ano em impostos
federais.
Entidades de defesa do consumidor defendem extinção
Para a Proteste - Associação de Consumidores, “não tem sentido o consumidor ser
onerado com esta cobrança, que se tornou injusta, pois já pagou, e muito caro,
pela expansão da infraestrutura”. O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
(Idec) também é contra a cobrança. Para a entidade, a taxa de cerca de R$ 40 é
um “grande empecilho para o acesso à telefonia fixa, serviço considerado
essencial, e inviabiliza o cumprimento da obrigação da universalização e do
princípio da modicidade tarifária".
Como a competência de legislar sobre o assunto é da União, o Idec defende que a
questão da assinatura básica seja debatida nacionalmente.
A assinatura básica foi criada com a privatização do setor de telecomunicações
em 1998. Hoje, de acordo com a Proteste, há cerca de 45 milhões de linhas de
telefone fixo e mais de 10 milhões delas estão ociosas. “Dados da ONU mostram
como o serviço de telefonia no Brasil é caro e ruim. A telefonia fixa no Brasil
é 14 vezes mais cara que nos Estados Unidos, seis vezes mais cara que na
Argentina, três vezes mais cara que na China, e quase duas vezes mais cara que
no México”, ressaltou a entidade.
Anatel não comenta o assunto
A matéria aguarda a instalação de uma comissão especial criada em 2005. Em 2004,
a Comissão de Defesa do Consumidor havia aprovado um substitutivo estendendo a
regra para as contas de celulares. Sua análise depende também da aprovação de um
requerimento de urgência, o que permitiria a designação de um relator em
Plenário.
O Idec também tem uma ação civil pública em andamento, na qual pede o
reconhecimento da ilegalidade e inconstitucionalidade da cobrança da tarifa de
assinatura básica, cobrada pelas empresas de telefonia fixa (Anatel, Telecom,
CTBC, Sercomtel, Telemar Norte Leste, Telesp - Telefônica), com consequente
proibição da cobrança e devolução, em dobro, dos valores já pagos pelos
consumidores.
Procurada para comentar o assunto, a Anatel, reguladora do setor, informa que
não se manifesta sobre temas que estão em discussão no Legislativo.
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A matéria aguarda a instalação de uma comissão especial criada em 2005. Em 2004, a Comissão de Defesa do Consumidor havia aprovado um substitutivo estendendo a regra para as contas de celulares. Sua análise depende também da aprovação de um requerimento de urgência, o que permitiria a designação de um relator em Plenário.
Há oito anos consecutivos, o PL 5476/01 é o campeão de atendimentos realizados pela Câmara por meio dos serviços 0800 e Fale Conosco. De 2004 até o final de setembro de 2012, foram 2,5 milhões de atendimentos sobre o projeto. Somente neste ano, de janeiro a setembro, foram 204.136 manifestações.
Segundo a diretora da Coordenação de Participação Popular (CPP), Simone Ravazzolli, os cidadãos perceberam que esse canal de comunicação com a Casa podia ser usado como uma forma de engajamento para conseguir pautar projetos de seu interesse. A coordenação faz parte da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Câmara.
“A Casa está aberta, mais do que nunca, para ouvir a sociedade. A criação da coordenação, com a finalidade de trabalhar os dados dessa participação e encaminhar informações aos deputados, permite um diálogo contínuo da Câmara com a população”, afirmou.
Serviço antigo
Esse serviço de atendimento à população existe desde 1998, quando foi
implantado o 0800-619619, por meio do qual os cidadãos ligam de graça de
qualquer lugar do Brasil. Naquele ano, foram 9.800 atendimentos.
Em 2004, o trabalho foi ampliado com a criação do
Fale Conosco. Em 2010, esses dois canais receberam 725.393. Número
que chegou a 734.948 em 2011.
Por meio desses canais, as pessoas se manifestam sobre proposições que
tramitam na Câmara, pedem informações sobre a atividade parlamentar e
institucional da Casa, além de fazerem sugestões, denúncias, críticas,
elogios e reclamações.
Mensalmente, a Central de Atendimento envia aos deputados um relatório com todas as manifestações recebidas por meio de ligações telefônicas e e-mails.