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21/03/13
• Anatel e Teles: A polêmica troca de multa por investimento (2) - Mazza:
"Multa boa é multa paga" + Convergência: "Oi dispara contra multas" e "Teles
estão entre os maiores financiamentos do BNDES entre 2009 e 2012"
Olá, "WirelessBR" e "telecomHall Brasil"!
01.
Aqui está o "post" anterior:
Anatel e
Teles: A polêmica troca de multa por investimento (1) - Matéria do portal
"Convergência Digital" + Íntegra da Consulta Pública nº 13
02.
Conforme combinado, transcrevo mais abaixo esta matéria, com o famoso "vale
conferir":
Leia na Fonte: Portal da Band / Colunas
[20/03/13]
Multa boa é multa paga - por Mariana Mazza
Recorte para degustação:
(...) Um aspecto que precisa ser analisado com cuidado nestes casos é que esses
acordos de ajustamento de conduta não precisam, necessariamente, eliminar as
multas. O fato é: se a empresa descumpriu uma obrigação na oferta dos serviços,
ela deve ser punida. E a punição administrativa básica é a multa. Trocar a pena
pecuniária por uma promessa de investimento é dar uma segunda chance para
empresas que sabiam muito bem que estavam descumprindo as regras do setor. Sendo
assim, os TACs devem ser preventivos e não remediadores de falhas comprovadas.
Mas por que o agente regulador abriria mão do poder de multar as companhias?
Simplesmente porque a Anatel não consegue fazer com que as empresas paguem essas
punições. E boa parte da responsabilidade pela baixíssima efetividade das multas
aplicadas é da própria agência. Brechas nos métodos utilizados pela Anatel para
calcular as multas tem permitido que as empresas consigam na Justiça o direito
de não pagar as penas. Isso sem contar nas centenas de processos que acabam
prescrevendo pela demora da agência em finalizar os casos. Na tentativa de
resolver este último problema, o órgão regulador se afundou em uma situação
ainda mais crítica.(...)
03.
Para compor o cenário, que inclui as "complexas relações entre o governo e as
teles" transcrevo também, para formação de opinião (sorry, achei melhor
"complexas" para não perder a elegância nem a compostura):
Leia na Fonte: Convergência Digital
[19/03/13]
Oi dispara contra multas aplicadas pela Anatel - por Luís Osvaldo Grossmann
Trecho inicial:
"A discussão pública sobre cálculos de sanções da Anatel serviu de palco para
várias críticas das empresas de telecomunicações às “milionárias”, “irrazoáveis”
e “desproporcionais” das multas aplicadas pelo regulador. Para as empresas, as
novas propostas em nada mudam a lógica de “valores excessivos”.
“Multas milionárias viraram cotidiano na Anatel. A Oi é exageradamente
penalizada. As sanções aplicadas, especialmente na telefonia fixa, têm alcançado
níveis muito elevados, que não se coadunam com os princípios de razoabilidade e
proporcionalidade, e que já levaram até a expressas manifestações internas na
agência”, disparou o representante da Oi, Jorge Correa.
Como o descumprimento de metas de universalização da telefonia fixa é um dos
principais motores das multas, a Oi, maior empresa em linhas fixas, é de fato o
maior alvo das punições. Vale lembrar que só no último mês, ao desovar processos
próximos da prescrição, a empresa foi multada em cerca de R$ 50 milhões." (...)
Leia na Fonte: Convergência Digital
[11/03/13]
Teles estão entre os maiores financiamentos do BNDES entre 2009 e 2012 - por
Luís Osvaldo Grossmann
Recortes:
"As empresas de telecomunicações aparecem na lista dos maiores financiamentos do
BNDES entre 2009 e 2012, segundo relatório gerencial dos recursos do Tesouro
Nacional divulgado pelo banco de fomento. As teles também figuram entre os
principais aportes realizados no último trimestre do ano passado. (...)
(...) Das sete maiores operações do período relacionadas à telecom, quatro
tratam de recursos para o grupo Oi. As demais foram direcionadas à TIM, Vivo e
GVT. Em todos os casos, os aportes se deram com base nos planos de investimentos
das empresas.
Oi e TIM também aparecem na relação dos sete maiores projetos listados pelo
BNDES referentes a operações realizadas no quarto trimestre do ano passado. No
caso da TIM, o BNDES inclui operações relacionadas à Intelig, comprada pelo
grupo em 2009.
Ainda pelos números apresentados pelo banco de fomento, percebe-se que o setor
de telecomunicações apresenta ritmo crescente na procura por recursos do BNDES.
Foram R$ 2,1 bilhões em 2010, R$ 3,1 bilhões em 2011 (alta de 47,7% sobre o ano
anterior) e R$ 4,8 bilhões em 2012 (+55,6% sobre 2011)."
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal WirelessBRASIL
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Leia na Fonte: Portal da Band / Colunas
[20/03/13]
Multa boa é multa paga - por Mariana Mazza
O acesso aos serviços de telecomunicações cresceu muito na última década. E,
conforme o consumo desses serviços foi aumentando, os problemas de atendimento
também se avolumaram. Os consumidores insatisfeitos reclamam que as empresas
precisam ser punidas com mais rigor. Mas, apesar do apelo coletivo para que as
penas fiquem mais duras, também cresce a impressão de que de nada adianta multar
as companhias. A velha máxima de que é preciso doer no bolso para que as
empresas atendam melhor sua clientela já não vale como antes.
Essa sensação de que as multas são inúteis existe há muito tempo dentro do órgão
regulador, a Anatel. Há anos a agência discute uma série de propostas para mudar
a forma de penalizar as companhias telefônicas. Acontece que as vias estudadas
são bastante polêmicas e os métodos debatidos com as empresas têm colocado ainda
mais combustível na relação entre os técnicos da agência e das operadoras.
Uma das grandes jogadas da Anatel é apostar na troca das multas por promessas de
investimento. Para levar a cabo o projeto, a agência iniciou uma consulta
pública para permitir a criação de Termos de Ajustamento de Conduta (TACs). Os
TACs são acordos que permitem que as companhias corrijam as falhas localizadas
sem serem penalizadas com as multas. Normalmente as empresas apresentam planos
de investimento que devem ser cumpridos para que os acordos tenham validade.
Mesmo antes de aprovar o regulamento dos TACs a Anatel já vem colocando em
prática esses acordos. O mais recente, embora não tenham ganhado o nome de Termo
de Ajustamento de Conduta, foi selado com as operadoras móveis após a suspensão
das vendas de novas linhas no ano passado. Pelas informações divulgadas até
agora pela agência reguladora, os planos de investimento estão sendo cumpridos,
mas ainda não há um efeito perceptível nos índices técnicos das empresas.
Um aspecto que precisa ser analisado com cuidado nestes casos é que esses
acordos de ajustamento de conduta não precisam, necessariamente, eliminar as
multas. O fato é: se a empresa descumpriu uma obrigação na oferta dos serviços,
ela deve ser punida. E a punição administrativa básica é a multa. Trocar a pena
pecuniária por uma promessa de investimento é dar uma segunda chance para
empresas que sabiam muito bem que estavam descumprindo as regras do setor. Sendo
assim, os TACs devem ser preventivos e não remediadores de falhas comprovadas.
Mas por que o agente regulador abriria mão do poder de multar as companhias?
Simplesmente porque a Anatel não consegue fazer com que as empresas paguem essas
punições. E boa parte da responsabilidade pela baixíssima efetividade das multas
aplicadas é da própria agência. Brechas nos métodos utilizados pela Anatel para
calcular as multas tem permitido que as empresas consigam na Justiça o direito
de não pagar as penas. Isso sem contar nas centenas de processos que acabam
prescrevendo pela demora da agência em finalizar os casos. Na tentativa de
resolver este último problema, o órgão regulador se afundou em uma situação
ainda mais crítica.
Há pouco mais de três anos, o então procurador-geral da União José Antonio Dias
Toffoli realizou um mutirão para avaliar o tamanho do prejuízo à União gerado
pelas prescrições de processos nas autarquias federais. Na época, a Anatel era
uma das campeãs em processos à beira do arquivamento por não terem sido
concluídos no prazo de cinco anos. Para resolver o problema, a agência adotou
uma tática bastante questionável. A escolha foi consolidar em um único documento
processos semelhantes contra uma mesma empresa. Com essa jogada, a autarquia não
só ganhou tempo, mas também teve um ganho de eficiência enorme uma vez que, na
contagem dos processos, a unificação garantiu uma queda sensível no número de
processos em tramitação na agência.
Mas, como tudo tem seu preço, a estratégia se mostrou extremamente ineficaz. Ao
consolidar os processos, o valor das multas acabou ficando muito acima do
considerado razoável na administração pública. Na prática, o método escolhido
deu mais munição para que as empresas se esquivem das multas ao recorrer na
Justiça. A mudança também não garantiu uma maior celeridade na análise dos
processos. Moral da história: a AGU calcula que ainda existam processos no valor
aproximado de R$ 25 bilhões à beira da prescrição dentro da Anatel.
No início deste ano, esse fantasma voltou a assombrar a agência. O resultado
desta vez foi a publicação de uma sequência de multas contra as empresas, todas
milionárias. O maior alvo foi a Oi, que já acumula mais de R$ 50 milhões em
multas apenas nos primeiros meses deste ano. Não há dúvida de que as penas são
merecidas, geradas a partir da comprovação de falhas na operação das empresas.
Mas o que na superfície parece uma ação dura da agência reguladora, na verdade
oculta a falta de um método claro de penalizar as empresas e a lentidão dos
processos administrativos nesse setor. No fim, a própria Anatel tem consciência
de que, mal aplicada, a multa não tem utilidade alguma. Ignorar os princípios da
administração pública, como a razoabilidade das penas, não traz benefícios para
ninguém. Ao contrário, cria uma falsa impressão de zelo, ocultando o fato de que
as empresas jamais pagarão multas tão pesadas e poderão continuar sem nenhum
castigo pelas falhas que cometeram.
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Leia na fonte: Convergência Digital
[19/03/13]
Oi dispara contra multas aplicadas pela Anatel - por Luís Osvaldo Grossmann
A discussão pública sobre cálculos de sanções da Anatel serviu de palco para
várias críticas das empresas de telecomunicações às “milionárias”, “irrazoáveis”
e “desproporcionais” das multas aplicadas pelo regulador. Para as empresas, as
novas propostas em nada mudam a lógica de “valores excessivos”.
“Multas milionárias viraram cotidiano na Anatel. A Oi é exageradamente
penalizada. As sanções aplicadas, especialmente na telefonia fixa, têm alcançado
níveis muito elevados, que não se coadunam com os princípios de razoabilidade e
proporcionalidade, e que já levaram até a expressas manifestações internas na
agência”, disparou o representante da Oi, Jorge Correa.
Como o descumprimento de metas de universalização da telefonia fixa é um dos
principais motores das multas, a Oi, maior empresa em linhas fixas, é de fato o
maior alvo das punições. Vale lembrar que só no último mês, ao desovar processos
próximos da prescrição, a empresa foi multada em cerca de R$ 50 milhões.
Correa insistiu que a Anatel é, de longe, a campeã em multas entre todas as
agências reguladoras do país. “A ANS, que cuida de saúde, aplicou multa máxima
de R$ 4 milhões. O Ibama aplicou multa recorde de R$ 50 milhões pelo vazamento
de petróleo campo de Frade, na Bacia de Campos. E a Anatel já aplicou multa de
R$ 252 milhões em um único processo, provavelmente a maior multa já aplicada em
escala mundial”, alegou. A multa recorde foi para a Oi.
A empresa não foi a única a aproveitar a audiência pública realizada nesta
terça-feira, 19/3, para reclamar. O advogado Fernando Vernalha, que alegou
defender diversas operadoras, sustentou que “de nada adianta harmonizar as
fórmulas se seguirmos com valores de referencia excessivos”. “Ao longo dos anos
foi criado um dos maiores passivos do mundo. O estoque de multa é tão expressivo
que não encontra paralelo em outras agências”, afirmou.
O sindicato nacional das teles – Sinditelebrasil – fez queixas semelhantes sobre
a “irrazoabilidade” das punições. E, nesse sentido, prepara um estudo sobre os
Processos Administrativos por Descumprimento de Obrigações (Pados) – de onde
partem as multas – para se contrapor à Anatel. Como o estudo ainda não está
pronto, quer que a consulta pública, prevista para terminar em 30/3, seja
estendida por mais um mês.
É fato que o passivo é gigantesco. Uma estimativa da AGU, apenas sobre processos
em fim de tramitação, calcula em R$ 25 bilhões o estoque dos últimos dez anos,
em valores corrigidos. Mas se a Anatel é forte na hora de multar, não demonstra
a mesma disposição para cobrar. O mesmo TCU que verificou ser ela a agência que
mais multa, também demonstrou que é a que menos recolhe – menos de 5% dos
valores são efetivamente pagos.
Segundo Ildomar Calçado, coordenador do grupo da Anatel que desenhou as novas
metodologias de cálculo de multas, duas considerações devem ser feitas diante
das críticas. “Se houvesse zero infrações, as multas seriam zero. Além disso os
valores têm relação ao porte do setor, que representa 8% do PIB”. Ainda assim,
os representantes da Anatel se mostraram favoráveis a estender o debate por mais
30 dias, bem como a realizar mais uma audiência pública.
Grosso modo, a iniciativa da Anatel com relação às multas representa uma
novidade: é a primeira vez que a agência dá publicidade a fórmulas para calcular
as sanções. Além disso, a proposta busca unificar o tratamento das punições, com
metodologias válidas a diferentes serviços de telecom. Embora louvem a ideia, as
empresas lamentam a direção tomada. “Ao contrário de adequar as multas à
realidade, as novas metodologias seguem a lógica já vigente, em nada mudam e em
alguns casos até agravam a situação”, completa o representante da Oi.
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Leia na Fonte: Convergência Digital
[11/03/13]
Teles estão entre os maiores financiamentos do BNDES entre 2009 e 2012 - por
Luís Osvaldo Grossmann
As empresas de telecomunicações aparecem na lista dos maiores financiamentos do
BNDES entre 2009 e 2012, segundo relatório gerencial dos recursos do Tesouro
Nacional divulgado pelo banco de fomento. As teles também figuram entre os
principais aportes realizados no último trimestre do ano passado.
O relatório não indica, no entanto, valores individualizados por empresa. No
agregado, operadoras de telecomunicações receberam do BNDES empréstimos que
totalizaram R$ 10,41 bilhões – o equivalente a 3,2% do total de financiamentos
do banco no período.
O percentual é pequeno comparado com os principais “fregueses” do banco – os
setores automobilístico e de petróleo & gás – mas vale lembrar que, de acordo
com o relatório, os valores relacionados a telecom foram dirigidos a um número
pequeno de empresas.
Apesar de não apresentar os valores separadamente, as teles aparecem na lista
dos “maiores projetos” no período de janeiro de 2009 a dezembro de 2012. Dessa
relação constam 21 operações, sendo sete delas de operadoras de
telecomunicações.
Das sete maiores operações do período relacionadas à telecom, quatro tratam de
recursos para o grupo Oi. As demais foram direcionadas à TIM, Vivo e GVT. Em
todos os casos, os aportes se deram com base nos planos de investimentos das
empresas.
Oi e TIM também aparecem na relação dos sete maiores projetos listados pelo
BNDES referentes a operações realizadas no quarto trimestre do ano passado. No
caso da TIM, o BNDES inclui operações relacionadas à Intelig, comprada pelo
grupo em 2009.
Ainda pelos números apresentados pelo banco de fomento, percebe-se que o setor
de telecomunicações apresenta ritmo crescente na procura por recursos do BNDES.
Foram R$ 2,1 bilhões em 2010, R$ 3,1 bilhões em 2011 (alta de 47,7% sobre o ano
anterior) e R$ 4,8 bilhões em 2012 (+55,6% sobre 2011).