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09/10/13
• A novela continua: A Anatel e os Bens Reversíveis
Olá, "WirelessBR" e
"telecomHall Brasil"!
01.
O presidente da Anatel, João Rezende, volta a praticar seu conhecido esporte
quando o assunto é "Bens Reversíveis": soltar balões de ensaio.
Transcrevo mais abaixo quatro matérias publicadas ontem e que já estão registradas no arquivo do website "Bens Reversíveis" do WirelessBRASIL:
Fonte: Tele.Síntese
[08/10/13]
Bens reversíveis não devem ser resolvidos na renovação dos contratos - por
Lia Ribeiro
Fonte: Teletime
[08/10/13]
Reversibilidade precisa ser esclarecida por lei, diz João Rezende - por
Helton Posseti
Fonte: Convergência
Digital
[08/10/13]
Anatel: Mudanças em bens reversíveis exigem nova lei - por Luís Osvaldo
Grossmann
Fonte: Tele.Síntese
[08/10/13]
Anatel quer discutir bens reversíveis e fim da concessão agora - por Lúcia
Berbert
02.
Todos nós que acompanhamos o noticiário, estamos carecas de saber (e eu,
de cabelos branquíssimos) que o ambiente cordial entre Anatel e as teles não
pode ser descrito como um clima "santo", parecido com aquele reinante num Convento das Carmelitas
Descalças.
E que a Anatel, como as demais agências reguladoras aparelhadas pelo PT e sua base
aliada, está longe de ter uma desejável independência como se "órgão de estado"
fosse.
Lembro que já discutimos muito aqui que, mesmo que as agências não sejam de fato
"órgãos de estado" de acordo com a legislação, poderiam muito bem ser
autorizadas por um governo sério, a agir como tal.
Voltemos ao Sr. João Rezende.
Creio que é oportuno lembrar um trecho de
"post"
de 2011 sobre este personagem:
(...)
Na
primeira coluna acima, Mariana [Mazza] encerra seu texto com esta
observação:
(...)
"O
já conselheiro João Rezende deve ser promovido à presidente em novembro,
fechando a nova composição do comando da Anatel. Rezende é bastante próximo do
ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e foi seu chefe de gabinete no
Ministério do Planejamento. Infelizmente, também parece ser bastante chegado das
empresas.
Rezende foi flagrado confraternizando com representantes da Net e da Oi
em um restaurante em Brasília neste ano, fato denunciado no
Jornal da Band. O encontro era para
comemorar um acordo para votar, sem debate, a nova lei que mudou o mercado de TV
por assinatura, onde Net e Oi eram grandes interessadas. É por essas e outras
que é preciso ter muito cuidado ao escolher os conselheiros das agências."
Perfil de João Rezende:
João Rezende é membro do Conselho Diretor da Anatel desde 2009. Mestre em
Economia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, formou-se em 1988,
também em Economia, na Universidade Estadual de Londrina.
Ele foi chefe de gabinete do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
Entre 2005 e 2006, foi vice-presidente da Associação Brasileira de
Concessionárias de Serviço Telefônico Fixo Comutado (Abrafix). Presidiu a
Sercomtel e a Companhia de Desenvolvimento de Londrina (PR), cidade onde foi
Secretário de Fazenda e diretor financeiro da Cohab.
Rezende atuou ainda como economista no Departamento Intersindical de Estatística
e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e foi diretor financeiro da Fundação Paulista
de Educação e Tecnologia. Atuou, ainda, como consultor e professor de
pós-graduação.
Em
2009 tratei
de João Rezende num "post" do
BLOCO Tecnologia,
dentro do tema "Loteamento da Anatel", na oportunidade de sua nomeação
para o Conselho Diretor:
Destaco dois comentários que fiz:
- "Meno male"! João Rezende tem experiência na área!
- Sr. João Rezende! Bem-vindo à bordo da Anatel, com votos de um trabalho
competente, equilibrado, isento e desengajado do partido que o indicou!
No citado "post" lembrei porque o Sr. João Resende se enquadrava no tema "loteamento", e transcrevi dois recortes da repercussão da mídia na época da indicação:
(...) O governo Lula continua a usar os cargos das agências reguladoras como moeda política. O Diário Oficial da União publicou ontem a mensagem presidencial com a indicação do economista João Rezende para uma vaga no Conselho Diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Foi o despacho de um acordo político que daria ao PT a indicação do posto na Anatel, caso o PMDB ficasse com o comando das duas Casas do Congresso. (...) [Fonte: Estadão - 18/02/09 - Rateio político dá ao PT cargo na Anatel]
(...) Representantes do PT, dentro e
fora do Palácio do Planalto, circularam nos últimos dias em busca de alguém
ligado ao partido e que pudesse ocupar a cadeira vaga no conselho diretor da
Anatel. A busca se intensificou depois que o presidente Lula disse ao
ministro Hélio Costa que o nome seria pensado sob a perspectiva além de 2010.
Ou seja, Lula indicou que quer uma pessoa de confiança do partido para o cargo.
Segundo fontes do Planalto e do Congresso que acompanham a questão, o único
nome do PT que se enquadraria no perfil é o de João Batista Rezende,
atualmente chefe de gabinete do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, mas
que até 2006 ocupava a presidência da Sercomtel, o que lhe garante conhecimento
do setor. Rezende teria manifestado a vontade de ir para a Anatel e ao que tudo
indica já conta com apoio da ministra Dilma Rousseff, segundo fontes ouvidas por
este noticiário. (...) [ Fonte: Teletime - 27/11/08-
João Rezende é o nome
do PT para o conselho diretor por Samuel Possebon]
(...)
03.
O noticiário cita também que o superintendente de Planejamento e Regulação da
Anatel, José Alexandre Bicalho fez comentários sobre os bens reversíveis
e outros temas.
Fui ao Google para saber mais sobre o Sr. Bicalho e encontrei esta
"curiosidade":
Leia na Fonte: Hora do Povo
[10/10/09]
Sardenberg
nomeia funcionário do cartel para sua assessoria
O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Ronaldo
Sardenberg, contratou no início deste mês como seu assessor José Alexandre
Bicalho, funcionário da Associação Brasileira de Concessionárias de Serviço
Telefônico Comutado (Abrafix), que congrega a Oi, BrT, Telefónica, Sercomtel e
CTBC.
Antes de ir para a Abrafix, em 2007, Bicalho pertencia aos quadros da Anatel –
exatamente na função de assessor da presidência -, que tem entre suas
atribuições a fiscalização das operadoras de telecomunicações. A agência, ao que
parece, não vê grandes problemas nesse livre trânsito.
04.
Mas não precisa ter ido ao Google. Sobre o Sr. Bicalho, lembro de dois "posts"
no Blog da
Flávia Lefèvre (não transcritos aqui)
04/10/09
•
A volta
do Bicalho
16/10/09
•
Resposta
do Bicalho
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal WirelessBRASIL
Leia na Fonte:
Tele.Síntese
[08/10/13]
Bens reversíveis não devem ser resolvidos na renovação dos contratos -
por Lia Ribeiro
Embora na pauta, o presidente da Anatel acredita que mudanças dependem de
alteração na legislação
Entre os itens principais a serem debatidos na renovação dos contratos de
concessão de telefonia fixa que vão valer a partir de janeiro de 2016, está
a questão dos bens reversíveis à União para a continuação da prestação do
serviço ao final da concessão. O problema aí é que com a convergência dos
serviços sobre a rede do STF são prestados também serviços de dados. Como
discriminar a parte que é reversível tendo em vista o compartilhamento da
rede?
Para João Rezende, a questão é complexa e fundamental, mas ele considera que
dificilmente poderá ser solucionada no âmbito do debate da renovação dos
contratos pelos aspectos legais que envolve. Ele lembra que a LGT,
sabiamente, não definiu um rol de bens reversíveis, mas estabeleceu que
serão aqueles imprescindíveis para a prestação do serviço. “Portanto, o rol
de bens reversíveis será aquele necessário para a prestação do serviço em
2023, quando será feita o debate sobre a renovação dos contratos de
concessão, que se encerram em 2025”, esclareceu.
Divergências
Explorada no painel “A concessão e os investimentos em banda larga”, no 35º
Encontro Tele.Síntese, a reversibilidade dos bens foi motivo de divergência
entre os painelistas. Enquanto Claudia Viegas, diretora de regulação da LCA
Consultoria, acha que é preciso deixar claro qual parte da rede será
reversível para dar segurança jurídica ao investimento, Veridiana Alimonti,
advogada do Idec, considera que a confusão sobre a reversibilidade dos bens
decorrente da convergência voz-dados terá uma solução mais simples com o
reconhecimento da essencialidade da rede de dados, ou seja de banda larga.
A proposta de entidades da sociedade civil é transformar a rede (backbone e
bachaull) em serviço público e a prestação ao usuário final em serviço
privado. Segundo Veridiana, essa reforma poderia acontecer antes de 2025.
Alexandre Bicalho, superintendente de regulação da Anatel, acredita que esta
proposta não tem sustentabilidade econômica para o operador de rede, mas
disse que são ideias que precisam ser aprofundadas.
Ao contrário do que imagina João Rezende, Bicalho acredita que o debate que
se inicia sobre a esta etapa de renovação dos contratos de concessão que
valerão para 2016 pode, sim, ser o início da alteração do modelo.
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Leia na Fonte:
Teletime
[08/10/13]
Reversibilidade precisa ser esclarecida por lei, diz João Rezende - por
Helton Posseti
Prestes a iniciar o debate sobre a próxima revisão dos contratos de
concessão do Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC), o presidente da
Anatel, João Rezende, descarta que a polêmica da reversibilidade dos bens
possa ser resolvida nos novos contratos de concessão. Para ele, apenas uma
lei poderia esclarecer o entendimento sobre o que diz a Lei Geral de
Telecomunicações (LGT) sobre o assunto.
"Eu acho que precisa de uma lei para melhorar o entendimento sobre
reversibilidade. É um debate difícil porque existem visões diferentes", diz
ele. Como se sabe, o entendimento da Anatel é de que a LGT não nomina quais
são os bens reversíveis justamente porque os bens indispensáveis para a
prestação do serviço público variam conforme evolui a tecnologia.
Mas, como disse João Rezende, o grande nó está na questão dos bens imóveis,
principalmente, e não dos equipamentos. "Nós estamos amarrados na questão
patrimonialista. Recebemos carta do BNDES dizendo que o que foi vendido (na
privatização), foi o controle acionário e não os bens", afirma ele.
Rezende observa, contudo, que quanto maior o ativo imobilizado das
concessionárias menos eficiente é a empresa do ponto de vista contábil.
Segundo ele, os bancos já se desfizeram das suas sedes e passaram a alugar
os prédios.
A revisão dos contratos de concessão deve entrar em consulta pública até
março do ano que vem e os novos contratos entram em vigor em 1º de janeiro
de 2016. "É evidente que nós temos que encontrar modelos que fortaleçam a
telefonia fixa", diz ele. Hoje, segundo o presidente, metade dos acessos em
serviço não faz sequer duas ligações por mês.
Áreas locais
Entre os tópicos que serão discutidos pela Anatel, como antecipou este
noticiário, está a revisão das áreas locais. Segundo João Rezende, o Brasil
tem hoje 4,2 mil áreas locais e, muitas vezes, a ligação para uma cidade
distante apenas 30 km, por exemplo, já fica fora da mesma área local.
Outro ponto em discussão é permitir que as empresas prestem serviço de voz
sobre IP. "Eu acho que a gente tem que abrir essa possibilidade, mas tem que
resolver a questão da reversibilidade", destaca. Rezende falou nesta terça,
8, durante o 35º Encontro Tele.Síntese, em Brasília.
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Leia na Fonte:
Convergência Digital
[08/10/13]
Anatel: Mudanças em bens reversíveis exigem nova lei - por Luís Osvaldo
Grossmann
Em pleno processo de ‘reavaliação’ das concessões, a Anatel adianta que
embora não descarte nada por enquanto, mudanças ‘profundas’ talvez só sejam
vistas na próxima revisão dos contratos, em cinco anos. Não há, porém,
limites aos debates, ainda que o presidente da agência, João Rezende,
ressalte que alterações no tema dos bens reversíveis precisam do Congresso
Nacional.
“A reversibilidade não dá para discutir dentro do contrato, uma mudança do
regime jurídico dentro do contrato. Acho arriscado e difícil que consigamos
encaminhar essa questão. Precisa de uma lei para melhorar o entendimento.
Teremos dificuldades jurídicas e até de entendimento dentro do próprio
Conselho Diretor da agência”, afirma Rezende.
Conforme lista o superintendente de planejamento regulatório, José Bicalho,
praticamente não há tema de fora dos debates atuais. Seja a existência do
regime público, universalização, seguros-garantia, mudanças nas ‘áreas
locais’, liberdade tarifária na longa distância, assinatura básica e,
naturalmente, os bens reversíveis, “questão fundamental”, como ele menciona.
Embora fundamental, é um tema reconhecidamente com ‘pés-de-barro’. “O
processo de privatização não nomeou uma lista. Recebemos uma comunicação do
BNDES de que no processo de privatização só foi vendido o controle
acionário, não teve inventário do patrimônio. Foi claramente uma venda de
controle acionário, não uma venda de bens”, diz João Rezende.
Ainda assim, ressalta, a ausência de descrições na legislação tem impacto em
ambos os lados. “Como a lei não nomina os bens reversíveis, se tiver lá
usando VoIP para fazer telefonia, o Estado pode dizer que aquilo é
imprescindível. É uma armadilha que as empresas caíram também. Se não
nomina, há apenas critério, as empresas não fizeram essa distinção, é uma
armadilha para os dois lados.”
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Leia na Fonte:
Tele.Síntese
[08/10/13]
Anatel quer discutir bens reversíveis e fim da concessão agora - por
Lúcia Berbert
Um amplo debate com a sociedade civil, sem deixar de lado temas polêmicos,
como regime público e bens reversíveis, é o que promete o superintendente de
Planejamento e Regulação da Anatel, José Alexandre Bicalho, durante o
processo de discussão da revisão dos contratos de concessão, que terá de ser
concluído em dezembro de 2015. O primeiro passo, disse ele durante o 35º
Encontro Tele.Síntese que debate o tema, nesta terça-feira (8), será uma
pesquisa de opinião, que começa ainda este mês, com apresentação das opções
em estudo para que a sociedade opine. Com esses resultados, será elaborada
uma proposta, que será colocada em consulta pública em março de 2014.
“Não vamos descartar nenhuma alternativa nesse debate”, disse Bicalho,
inclusive a antecipação do fim das concessões, marcado para 2025. Ele
entende que é preciso ouvir todos os segmentos para formatar uma proposta
que seja suficiente para reformular o serviço, que perde espaço a cada ano,
mas que ainda é muito útil para a inclusão social.
Os temas elencados para essa pesquisa são: regime público, bens reversíveis,
universalização, telefones de uso público, seguro garantia como mais uma
forma de fazer as concessionárias cumprir as obrigações, longa distância,
oferta e cobrança, outros serviços e qualidade. Bicalho entende que é
necessária a reavaliação das tarifas de chamadas originadas em orelhões, em
função da queda constante do uso desses equipamentos.
Outro tema que, segundo o superintendente, merece reflexão, é a ampliação
das áreas locais para coincidir com cidades com o mesmo DDD. Assim como a
implantação da liberdade tarifária para as chamadas de longa distância
nacional, como já foi feito com as internacionais. Prevê também debate sobre
as franquias do plano básico local em conjunto com a reavaliação da
assinatura básica. E ainda a edição de Planos Gerais de Metas de
Universalização regionais e atendimento às pessoas de baixa renda.
Para Bicalho, embora a questão não possa ser resolvida imediatamente, não é
possível discutir contratos de concessão sem tratar desse tema. Ele
ressaltou que é preciso usar todos os esforços para modernizar e inovar o
STFC.