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10/01/14
• Mazza, Estadão e Teletime: Ainda os TACs e as multas + A fusão entre Oi e Portugal Telecom
Olá, "WirelessBR" e "telecomHall Brasil"!
01.
Resumo da legislação:
Em 07 de maio de 2012 foi assinada a
Resolução nº 589 da Anatel que aprovou o Regulamento de Aplicação de
Sanções Administrativas.
O artigo 5 deste Regulamento cita que "Anatel poderá, a seu critério
e na órbita de suas competências legais, com vistas ao melhor atendimento do
interesse público, celebrar, com os infratores, compromisso de ajustamento de
conduta às exigências legais."
Em 18 de dezembro de 2013 o Diário Oficial da União publicou a
Resolução nº 629, de 16 de dezembro de 2103, que aprova o Regulamento de
Celebração e Acompanhamento de Termo de Compromisso de Ajustamento de
Conduta (TAC), entre a Anatel e concessionária, permissionária ou
autorizada de serviços de telecomunicações.
Ler mais no website
Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) do WirelessBRASIL.
02.
Mariana Mazza volta ao tema em sua última coluna, transcrita mais abaixo:
Leia na Fonte: Band / Colunas
[07/01/14]
A norma rasa da Anatel - por Mariana Mazza
Recorte:
(...) "No novo regulamento, a agência reguladora institucionaliza o uso dos
Termos de Ajustamento de Conduta (TAC), dispositivos muito utilizados em casos
de cartel pelo sistema antitruste. No caso das telecomunicações, os TACs seriam
usados para conciliar processos que já estão em andamento dentro da Anatel. Uma
forte corrente dentro da agência defende, inclusive, que os acordos sejam
aplicados para equacionar processos já encerrados e com multas expedidas. Ou
seja, a empresa descumpriu as normas da Anatel, foi multada e, ainda assim,
ganha um "prêmio" ao assinar um acordo para não pagar penalidade alguma em troca
de uma promessa de investimento. Investimentos estes que, se tivessem sido
feitos antes teriam evitado as falhas que geraram a multa. É um absurdo.! (...)
02.
Mariana cita o caso da Oi:
(...) Apesar de estranha, há uma forte chance dessa lógica ser aplicada. O
motivo é o nível de endividamento das empresas de telecomunicações. O exemplo
mais utilizado é o da Oi. Em novembro do ano passado, a companhia valia R$ 8
bilhões. E, segundo dados extraoficiais, a dívida em multas não pagas à Anatel
já soma R$ 10 bilhões. Não custa lembrar que esses valores só são tão altos
porque as empresas não pagam essas penas há anos (e, em muitos casos, porque a
Anatel não as executa). Sendo assim, só um TAC nos moldes sonhados pela agência
reguladora será capaz de fechar essa conta.(...)
03.
Por falar em Oi, aqui está uma notícia recente, "muito interessante", talvez uma
grande TACada:
Leia na Fonte: Teletime
[08/01/14]
Fusão entre Oi e Portugal Telecom já está em análise no Cade - por Letícia
Cordeiro
Recorte:
"Já está em análise no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) o ato
de concentração da proposta de fusão entre a Portugal Telecom (PT) e a Oi. A
publicação do edital foi determinada no despacho da Superintendência-Geral do
órgão no dia 20 de dezembro.
Na justificativa do pedido, as empresas explicam que a operação "implica a
efetiva combinação dos ativos da Oi e da PT em uma única companhia aberta
brasileira, sem controlador definido, temporariamente denominada 'CorpCo',
que controlará todas as atividades das duas empresas no Brasil e no mundo""
(...) Transcrição mais abaixo.
04.
Transcrevo também esta matéria (cada fonte traz um detalhe a mais...) que será
anexada ao arquivo do WirelessBRASIL:
Leia na Fonte: Estadão
[09/01/04]
Anatel quer negociar com teles troca de R$ 3,5 bi em multas por investimentos
- por Eduardo Rodrigues e Anne Warth
Recortes:
(...) "Sabemos que as empresas estão resistentes e consideram que podem ainda
derrubar algumas multas na Justiça, por isso não sabemos ainda qual será o
impacto desses acordos", admitiu João Rezende, presidente da Anatel. "Mas o
custo para se recorrer de uma multa hoje é grande, com depósitos judiciais,
cartas de garantia. Cada empresa vai analisar o que é mais oportuno neste
momento."(...)
(...) Ao todo, o setor possui cerca de R$ 25 bilhões de multas e outras
penalidades acumuladas - os R$ 3,5 bilhões representam 14% do total. "A maior
parte da dívida do setor, desses R$ 25 bilhões sobre os quais se comenta,
trata-se de dívidas tributárias sobre as quais nós nem podemos discutir acordos",
afirmou Rezende ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência
Estado. "Boa parte das multas aplicadas pela agência já foi depositada em juízo
por causa das contestações na Justiça."(...)
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal WirelessBRASIL
Leia na Fonte: Estadão
[09/01/04]
Anatel quer negociar com teles troca de R$ 3,5 bi em multas por investimentos
- por Eduardo Rodrigues e Anne Warth
Embora o setor tenha cerca de R$ 25 milhões de multas e outras penalidades
acumuladas como dívidas, apenas 14% desse total poderá ser negociado com órgão
regulador para a assinatura de acordo (TAC) que permite a troca de multa por
investimento
BRASÍLIA - A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) tentará negociar
acordos com as empresas do setor para transformar R$ 3,5 bilhões em multas
aplicadas pelo órgão regulador em investimentos e descontos para os usuários.
Isso será formalizado por meio de Termos de Ajustamento de Conduta (TACs), que
têm valor legal.
O objetivo desses acordos é trocar multas por abatimento nas contas dos usuários
e melhorias em áreas consideradas estratégicas pelo governo, desde que as falhas
que causaram as punições também sejam solucionadas.
O regulamento que disciplina a negociação e fechamento dos acordos foi aprovado
pela Anatel no começo de dezembro, e estipulou que apenas as multas ainda em
tramitação no âmbito administrativo podem ser discutidas. Com isso, as
penalidades já questionadas na esfera judicial não poderão ser convertidas em
outras medidas.
De acordo com a Superintendência de Controle de Obrigações da Anatel, os R$ 3,5
bilhões passíveis de serem negociados se referem a processos relativos a quatro
grandes causas de reclamações dos clientes: direitos dos usuários, interrupções
dos serviços, qualidade do atendimento e universalização.
"Sabemos que as empresas estão resistentes e consideram que podem ainda derrubar
algumas multas na Justiça, por isso não sabemos ainda qual será o impacto desses
acordos", admitiu João Rezende, presidente da Anatel. "Mas o custo para se
recorrer de uma multa hoje é grande, com depósitos judiciais, cartas de
garantia. Cada empresa vai analisar o que é mais oportuno neste momento."
Prazo. Ao assinar os acordos, as companhias terão seis meses para corrigir as
falhas que deram origem às multas e poderão trocar o valor da penalidade por
compromissos adicionais que terão até quatro anos para serem executados. Essas
ações poderão se dar por descontos aos usuários ou investimentos em programas do
setor que a Anatel considere interessantes.
"Por exemplo, a empresa poderia dar um desconto de 5% na assinatura básica
durante esse período. Isso inclusive a deixaria mais competitiva", explicou
Rezende. "É possível que as teles tenham resistência num primeiro momento
alegando perda de receita, mas não acho que seja isso. O que nós percebemos é
que quando o preço das ligações cai, as pessoas falam mais minutos. A relação
não resulta em queda de faturamento", acrescentou.
Ao todo, o setor possui cerca de R$ 25 bilhões de multas e outras penalidades
acumuladas - os R$ 3,5 bilhões representam 14% do total. "A maior parte da
dívida do setor, desses R$ 25 bilhões sobre os quais se comenta, trata-se de
dívidas tributárias sobre as quais nós nem podemos discutir acordos", afirmou
Rezende ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. "Boa
parte das multas aplicadas pela agência já foi depositada em juízo por causa das
contestações na Justiça."
Lista. Segundo o presidente da Anatel, o órgão deve publicar em breve uma lista
dos investimentos que terão prioridade na negociação dos acordos. A maior parte
deles deve beneficiar áreas menos atendidas, como as regiões Norte e Nordeste,
além dos pequenos municípios do resto do País. "As empresas também podem
apresentar propostas, que serão analisadas. Há muitas possibilidade de se
resolver essas questões", ressaltou.
Procuradas, as quatro principais teles que atuam no País - Claro, Oi, TIM e Vivo
- responderam por meio de suas assessorias de imprensa que estão analisando o
regulamento. Nenhuma delas informou se pretende procurar a Anatel para negociar
TACs, nem citou eventuais medidas que seriam propostas por elas nesses acordos.
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Leia na Fonte: Band / Colunas
[07/01/14]
A norma rasa da Anatel - por Mariana Mazza
Mais um ano se inicia. Novos planos são traçados e se renova a expectativa de
que as promessas passadas sejam, enfim, cumpridas. Esse ciclo de promessas não
acontece só com os seres humanos. A administração pública funciona da mesma
forma, renovando seu rol de projetos com um orçamento novinho em folha. No mundo
das telecomunicações, 2014 certamente será um ano mais de realizações do que de
promessas. Infelizmente, nem todas as realizações têm uma boa perspectiva sob a
ótica do cansado consumidor.
Uma das ações mais aguardadas é que a Anatel coloque em prática seu novo
regulamento de sanções. Ao longo de todo o ano passado, a agência discutiu uma
reforma no modelo de punição das companhias telefônicas. Parece bom, não é? Em
um dos setores mais reclamados do país, falar em multar as companhias
telefônicas sempre parece uma boa medida. Mas o novo regulamento trouxe consigo
uma grande polêmica: a possibilidade de fechar acordos com as teles para trocar
as penalidades financeiras por projetos de investimento no setor.
Há algum tempo esse método tem sido utilizado informalmente. Na última grande
crise no setor, envolvendo as operadoras móveis, a Anatel ao invés de multá-las,
exigiu que cada uma delas apresentasse um plano de melhoria do serviço. Assim,
as multas surgirão apenas se as companhias não cumprirem as promessas de
investimento. A sensação que fica é que foi dada uma segunda chance para as
empresas, apesar do enorme volume de reclamações feitas pelos consumidores e
pela comprovação de que a operação está aquém dos níveis de qualidade exigidos
pela Anatel.
Mas há uma situação ainda mais polêmica que esta. No novo regulamento, a agência
reguladora institucionaliza o uso dos Termos de Ajustamento de Conduta (TAC),
dispositivos muito utilizados em casos de cartel pelo sistema antitruste. No
caso das telecomunicações, os TACs seriam usados para conciliar processos que já
estão em andamento dentro da Anatel. Uma forte corrente dentro da agência
defende, inclusive, que os acordos sejam aplicados para equacionar processos já
encerrados e com multas expedidas. Ou seja, a empresa descumpriu as normas da
Anatel, foi multada e, ainda assim, ganha um "prêmio" ao assinar um acordo para
não pagar penalidade alguma em troca de uma promessa de investimento.
Investimentos estes que, se tivessem sido feitos antes teriam evitado as falhas
que geraram a multa. É um absurdo.
Apesar de estranha, há uma forte chance dessa lógica ser aplicada. O motivo é o
nível de endividamento das empresas de telecomunicações. O exemplo mais
utilizado é o da Oi. Em novembro do ano passado, a companhia valia R$ 8 bilhões.
E, segundo dados extraoficiais, a dívida em multas não pagas à Anatel já soma R$
10 bilhões. Não custa lembrar que esses valores só são tão altos porque as
empresas não pagam essas penas há anos (e, em muitos casos, porque a Anatel não
as executa). Sendo assim, só um TAC nos moldes sonhados pela agência reguladora
será capaz de fechar essa conta.
A distração da Anatel ao batizar o novo regulamento que permitirá esse exercício
matemático deu um motivo para os críticos do projeto sorrirem. O Regulamento de
Aplicação de Sanções Administrativas está sendo chamado dentro da agência pela
sua sigla: RASA. É uma boa sigla para um norma que, ao invés de fechar o cerco
contra a má prestação do serviço, poderá beneficiar as companhias que
descumpriram as regras do setor ao longo dos anos. A norma RASA da Anatel deve
fazer rir até os advogados das empresas de telefonia, embora eles tenham muito o
que comemorar. Se não foi uma ironia proposital, o nome dado só pode ser fruto
de um ato falho administrativo.
O fechamento desses acordos deve ser o ponto alto de um ano politicamente
tumultuado por conta das eleições e da Copa do Mundo. Existem outras promessas
de ano novo circulando no setor, como a realização de leilões de radiofrequência
e mais meia dúzia de ações complexas demais para serem desenterradas em um ano
com uma agenda tão cheia. Boa parte da energia da agência estará voltada em
evitar problemas nas comunicações durante a Copa. Já se fala em uma programação
orçada em R$ 170 milhões, com foco na fiscalização das companhias em 2014. Os
TACs devem entrar nesse pacote de ações pró Copa, como um "incentivo" à
conclusão dos projetos de ampliação da infraestrutura. É esperar pra ver.
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Leia na Fonte: Teletime
[08/01/14]
Fusão entre Oi e Portugal Telecom já está em análise no Cade - por Letícia
Cordeiro
Já está em análise no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) o ato
de concentração da proposta de fusão entre a Portugal Telecom (PT) e a Oi. A
publicação do edital foi determinada no despacho da Superintendência-Geral do
órgão no dia 20 de dezembro.
Na justificativa do pedido, as empresas explicam que a operação "implica a
efetiva combinação dos ativos da Oi e da PT em uma única companhia aberta
brasileira, sem controlador definido, temporariamente denominada 'CorpCo', que
controlará todas as atividades das duas empresas no Brasil e no mundo". Os
acionistas da companhia resultante da fusão serão os atuais acionistas da Oi e
da PT, bem como outros que venham a participar do planejado aumento de capital
da CorpCo e, segue a justificativa, "nenhum dos atuais acionistas dessas
companhias terá condições de, sozinho, determinar o resultado das deliberações
da CorpCo, uma vez que o capital será pulverizado e a operação não prevê o
estabelecimento de um acordo de acionistas para estruturar um bloco de
controle".
Oi e PT argumentam ainda que a operação não gera concentração horizontal ou
integração vertical significativa no País, dado que a PT somente atua no mercado
brasileiro de telecomunicações por meio de sua participação acionária indireta
na própria Oi, e controla outras empresas que prestam serviços de tecnologia da
informação a operadoras de telecomunicações (inclusive a Oi).
Atualmente, a PT não presta diretamente serviços de telecomunicações no Brasil,
e faz parte do bloco de controle da Oi por meio da Bratel Brasil S/A. A Oi, por
sua vez, detém 10% das ações da PT por meio de sua subsidiária integral Telemar
Norte Leste S/A.
A PT também participava do bloco de controle da empresa de contact center Contax
Participações S/A, mas o Cade aprovou nesta quarta, 8, sem restrições, a
operação de reorganização societária que permitirá a saída da PT de seu capital
e, consequentemente, o aumento de capital de dois outros acionistas da Contax:
AG (Andrade Gutierrez) e LF (Jereissati Participações). A Fundação Atlântico de
Seguridade Social (FASS) continua no quadro societário da empresa de contact
center.
Pano de fundo
O ato de concentração para a fusão Oi/PT, em si, não deve ter grandes
complicações. O que pode complicar o cenário é um outro ato de concentração: o
que trata da saída da PT da Vivo (que passou a ser controlada integralmente pela
Telefónica) e da entrada da espanhola no capital da Telecom Italia (controladora
da TIM Brasil).
No início de dezembro o Cade determinou que a Telefónica ou se desfaça da
participação que tem no grupo italiano, ou arrume um outro sócio controlador na
Vivo, nos mesmos moldes da Portugal Telecom, pois considera que a posição atual
oferece grandes riscos concorrenciais. O prazo para que a Telefónica opte por um
dos dois caminhos foi mantido em sigilo, mas seu descumprimento poderia,
eventualmente, fazer com que o Cade reveja a aprovação da venda da participação
de cerca de 50% da PT na Vivo para a Telefônica e, consequentemente, atrapalhar
os planos de fusão do grupo português com a Oi.
O prazo legal para que o órgão antitruste brasileiro decida sobre um ato de
concentração é de 240 dias, podendo ser estendido por mais 90 dias, por decisão
do tribunal do Cade. Dependendo das implicações das ações da Telefónica sobre o
que fazer com sua participação na Telecom Italia, é possível que a aprovação da
fusão esteja mais longe do que perto.