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15/01/14
• "CorpCo": A fusão entre Oi e Portugal Telecom + Mazza: "A brasileira com sotaque português" + Matérias diversas
Olá, "WirelessBR" e "telecomHall Brasil"!
A fusão "Oi e Portugal
Telecom" está no noticiário desde 2010 mas ficou "interessante" recentemente
quando foi divulgada a dívida da Oi, orçada em aproximadamente R$ 30 bilhões,
que os TACs pretendem "resolver".
Aqui estão algumas matérias - como ambientação e formação de opinião - em
complemento à
notícia postada pelo Bruno, do "telecomHsll Br".
Em tempo: de algum modo, nós, o imenso povão pagador de impostos, também somos
"sócios" dessa fundição: o indefectível e onipresente BNDES tá lá!
Leia na Fonte: Band / Colunas
[14/01/14]
A brasileira com sotaque português - por Mariana Mazza
Leia na Fonte: Teletime
[14/01/14]
Cade aprova sem restrições fusão da Oi com a Portugal Telecom - por Helton
Posseti
Leia na Fonte: Teletime
[02/10/13]
Sem controlador, CorpCo não terá mecanismos contra oferta hostil - por
Samuel Possebon
Leia na Fonte: Exame
[04/10/13]
BNDES entra na "vaquinha" da fusão de Oi e Portugal Telecom
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal WirelessBRASIL
Leia na Fonte: Band /
Colunas
[14/01/14]
A brasileira com sotaque português - por Mariana Mazza
Nesta terça-feira o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade)
oficializou a aprovação da fusão entre Oi e Portugal Telecom. Tenho dificuldades
de chamar esse negócio de "fusão". Afinal, a Portugal Telecom está entrando com
dinheiro na operação enquanto a Oi irá contribuir apenas com a entrega de seu
vasto mercado consumidor, o maior entre as concessionárias de telefonia fixa no
Brasil. Tão grande quanto sua presença nas telecomunicações brasileiras é a sua
dívida, orçada em aproximadamente R$ 30 bilhões. Sendo assim, apesar da
complexidade da operação dar um ar de "fusão" ao negócio, na prática a
brasileirinha Oi se tornará portuguesa. Qualquer semelhança com o que ocorreu
com a Ambev não é mera coincidência...
Assim como o próprio nascimento da super Oi - a partir da compra da Brasil
Telecom pela Telemar - polêmicas não faltam sobre a mudança de nacionalidade dos
recursos da companhia. Parte do drama está no fato de o governo ter usado
justamente o pedigree puro nacional para justificar as mudanças legais que
possibilitaram a compra da Brasil Telecom. A campanha na época era de que o
Brasil precisava de uma operadora nacional de telecomunicações, capaz de
competir inclusive no exterior.
Os anos passaram e a Oi nunca colocou um pé fora do território brasileiro. Ao
contrário, mingou sua rede internacional, vendendo seus cabos submarinos no ano
passado. Para piorar o enredo, boa parte do problema financeiro da empresa tem
origem na própria compra da Brasil Telecom, na época bem mais robusta
financeiramente do que a Oi, mas com enormes problemas políticos.
Para quem se preocupa com o desenrolar dos próximos capítulos dessa novela pode
ter sido uma surpresa a aprovação do Cade. No entanto, a conclusão favorável da
análise feita pelo tribunal antitruste não fugiu ao script. Tecnicamente, não há
mesmo nenhum impacto da operação na concorrência, já que há apenas uma troca de
acionistas. Ainda assim, existem muitas dúvidas à frente, especialmente
envolvendo a nova estrutura societária, que podem acabar gerando impactos
importantes dentro e fora do mercado de telecomunicações.
No fim, essa negociação funcionará como uma operação de salvamento, o que por si
só não é uma coisa ruim já que os efeitos de uma falência da Oi podem ser ainda
mais desastrosos. A grande questão é como as coisas chegaram a este ponto. A
maior companhia telefônica do país, criada com apoio do próprio Palácio do
Planalto e tendo como acionista o BNDES desabando financeiramente por anos e
nenhum sinal de alerta foi dado.
Na página do Cade na Internet, o destaque envolvendo a Oi não é a aprovação da
fusão, mas o fechamento de um longo processo envolvendo uma suposta conduta
anticompetitiva da companhia. No início dos anos 2000, a Oi teria monitorado as
chamadas de seus clientes para o call center da concorrente Vésper, gerando
vantagens indevidas. A área técnica do Cade já pediu que a empresa seja
condenada por abuso de poder de mercado. O caso é emblemático com relação à
morosidade com que o setor de telecomunicações coíbe ações nocivas para o
mercado. O processo foi aberto em 2005, mas apenas uma década depois a companhia
será condenada. Crises financeiras não aguentam esperar 10 anos.
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Leia na Fonte: Teletime
[14/01/14]
Cade aprova sem restrições fusão da Oi com a Portugal Telecom - por Helton
Posseti
O Cade aprovou sem restrições a operação de fusão da Portugal Telecom (PT) com a
Oi, conforme despacho publicado nesta terça, 14, no Diário Oficial da União
(DOU). Curiosamente, a operação foi aprovada sem a conclusão definitiva de outro
caso: a venda em 2010 da participação que a PT detinha na Vivo para o seu sócio,
a Telefónica.
Em dezembro, o Cade aprovou a operação com a condição de que a Telefónica
encontre um novo sócio para a Vivo, nas mesmas condições e com a mesma expertise
da PT, ou se desfaça de sua participação indireta na TIM, que detém por meio do
consórcio Telco que controla a Telecom Italia.
A conclusão dessa operação é fundamental para que a fusão da PT com a Oi possa
ser aprovada. Afinal, a PT não poderia ter participação na Vivo e, ao mesmo
tempo, na Oi.
Essa sobreposição entre os dois casos não consta como condicionante da decisão
da Superintendência Geral do Cade, mas é tratada em notas de rodapé no parecer
técnico do coordenador-geral de análise antitruste substituto, Paulo Vinicius
Ribeiro de Oliveira, que subsidiou a decisão. Nas notas, Oliveira pontua que a
"manutenção de ausência de participação direta ou indireta da PT no capital da
Vivo é condição sine qua non para a aprovação da presente operação".
Conforme explicou a assessoria de imprensa do Cade, a decisão considera que a PT
está fora da Vivo, seja qual for o caminho escolhido pela Telefónica para que a
operação seja aprovada. Na prática, o retorno da PT à sociedade com a Telefónica
na Vivo é impossível. Três anos depois da operação, que conforme a lei antiga do
Cade, foi julgada a posteriori, a Vivo já está em processo avançado de
integração com a Telefónica.
CorpCo
De acordo com o parece técnico do Cade, operação de fusão entre Portugal Telecom
e Oi implica a efetiva combinação dos ativos das duas empresas de
telecomunicações em uma única companhia aberta brasileira, sem controlador
definido, temporariamente denominada "CorpCo", que comandará todas as atividades
das duas empresas no Brasil e no mundo.
A operação de fusão com a PT não é consenso entre os acionistas da Oi. Alguns
acionistas minoritários, como tem sido marca na história da companhia, se
posicionaram contra as diversas operações de simplificação societária feita pela
Oi ao longo dos últimos anos. Desta vez, o representante dos minoritários,
Antonio Cardoso dos Santos, fez contar em ata uma manifestação de voto contrário
à ratificação do Memorando de Entendimento (MOU) que estabeleceu os princípios
da fusão. Para ele, a operação resulta na diluição injustificada da participação
dos minoritários.
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Leia na Fonte: Teletime
[02/10/13]
Sem controlador, CorpCo não terá mecanismos contra oferta hostil - por
Samuel Possebon
A nova empresa resultante da fusão entre Oi e Portugal Telecom será uma empresa
aberta e pulverizada em bolsa. No Brasil, esse tipo de estrutura, em que a
vontade de nenhum controlador prevalece, não é muito comum, ainda que haja casos
de grande sucesso, como a Embraer (empresa em que o governo tem uma golden share).
Mas a nova companhia (CorpCo), ainda assim, suscita reações nacionalistas tanto
do Brasil quanto em Portugal. Por lá, existe o temor de que a nova empresa seja
uma "companhia brasileira", o que, para o orgulho português, tem grande peso.
No Brasil, o discurso é o de que "acabou o sonho de uma tele nacional". Olhando
o pouco que ainda se sabe sobre a governança da nova companhia, não dá para
dizer que ela será portuguesa, nem brasileira. Sabe-se que os atuais acionistas
da Portugal Telecom (e a própria Oi é acionista da PT) terão cerca de 38% da
nova companhia. Mas, mais importante que isso, sabe-se que a fusão estará
cancelada caso os atuais acionistas da Portugal Telecom fiquem com menos do que
36,6% da empresa. Da mesma forma, os sócios brasileiros podem cancelar a
operação se os acionistas da PT ficarem com mais do que 39,6% da nova empresa.
Ou seja, a ideia é de que cerca de 60% do capital da companhia realmente fique
livre para ser comprado por quem quiser. Não se sabe se haverá algum mecanismo
contra uma eventual tomada hostil. Uma grande empresa, como a Telefônica,
Vodafone, China Mobile, AT&T etc. pode vir a mercado e fazer uma oferta de
compra pelo controle.
A única dica sobre isso foi dada por Henrique Granadeiro, atual presidente do
grupo PT, em conferência com jornalistas. Segundo ele, não existe garantia de
que não possa haver uma tomada hostil, e a única garantia que empresas
pulverizadas podem ter contra isso é o seu próprio valor. A CorpCo aposta que
conseguirá se tornar uma operadora sólida o bastante para não ser incorporada
por ninguém.
Até recentemente, o governo português tinha uma espécie de golden share da
Portugal Telecom, o que impedia na prática a desnacionalização ou tomada hostil
da companhia. Hoje esse mecanismo não existe mais. No caso brasileiro, havia no
acordo de acionistas da Oi a garantia de que o bloco brasileiro não perderia o
controle, cláusula que se encerrará no próximo ano, dentro período esperado para
a aprovação da fusão.
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Leia na Fonte: Exame
[04/10/13]
BNDES entra na "vaquinha" da fusão de Oi e Portugal Telecom
Segundo a Folha, banco estatal vai participar de injeção de R$ 2bi com valor
ainda não definido
São Paulo – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve
injetar dinheiro na CorpCo., gigante das telecomunicações surgida após a fusão
da Oi com a Portugal Telecom. Segundo a Folha de São Paulo, o órgão estatal é
uma das fontes dos 2 bilhões de reais que serão disponibilizados para empresa
pela holding Telemar Participações e um novo sócio, o banco BTG Pactual.
De acordo com o jornal, o banco ainda negocia quanto deve injetar na operação.
Por enquanto, o certo é que ele não deve entrar no negócio na mesma proporção de
participação que tinha na Oi – o que equivaleria a cerca de 3,5 bilhões de
reais, quantia vetada pelo Planalto.
Além do BNDES, fundos de pensão estatais e acionistas portugueses (como o Banco
Espírito Santo e o grupo Ongoing) devem capitalizar a nova companhia.
Repercussão
Em entrevista na última quarta, o ministro das Comunicações Paulo Bernardo
afirmou que não vê "nenhum tipo de problema" na fusão entre a Oi e a Portugal
Telecom. O negócio foi bem avaliado pelos analistas de mercado, que enxergam
nele uma oportunidade da Oi pôr suas contas em ordem e voltar a ser competitiva.
De acordo com dados da Anatel, a Oi detém a operação de cerca de 20% das linhas
de celulares no Brasil. A companhia é ainda mais forte na telefonia fixa – onde
controla mais de 40% das linhas. A fusão anunciada hoje deve começar a valer em
2014.