WirelessBRASIL |
|
WirelessBrasil --> Bloco Tecnologia --> Índice de 2014 --> "Post"
Obs: Os links indicados nas transcrições podem ter sido alterados ao longo do tempo. Se for o caso, consulte um site de buscas.
31/01/14
• 700 MHz e TV Digital: Os "testes de interferência" (2) + "A complexidade do leilão"
Olá, "WirelessBR" e "telecomHall Brasil"!
01.
Sobre os "testes de interferências", aqui está o "post" anterior:
27/01/14
•
700 MHz e TV Digital: Os "testes de interferência"
Esta matéria interessante dá continuidade ao tema:
Leia na Fonte: Tele.Síntese
[27/01/14]
Radiodifusores já se preocupam com logística para mitigar interferências na
faixa de 700 MHz - por Lúcia Berbert
Como aperitivo, recorto o trecho sobre prazos:
(...) Os testes da Anatel começaram para valer no dia 13 de janeiro. Até então o
tempo foi gasto na instalação e teste de toda a infraestrutura e,
posteriormente, na calibragem dos equipamentos. As medições devem estar
concluídas até 22 de fevereiro, assim como os testes confinados no laboratório
da Intel, em Santa Rita de Sapucaí, e o relatório entregue em meados de março.
Esses resultados vão identificar os cenários de interferência, que depois serão
analisados por engenheiros para indicar as soluções de mitigação.
Para ganhar tempo, os radiodifusores convidaram um fabricante de filtros para
acompanhar os testes, para começar a pensar como resolver nos problemas
encontrados. Depois disso é que se pode chegar a uma noção de custo.
Ainda vai faltar a elaboração do regulamento de mitigação, que terá que passar
por consulta pública. Paralelamente, será feito o edital, que também terá que
passar por consulta pública. E o Tribunal de Contas da União (TCU) ainda terá
que dar aval ao preço mínimo da frequência.(...)
02.
Assim, sobre o "leilão do espectro de 700 MHz", homeopaticamente vamos tomando
conhecimento da enorme complexidade da preparação do processo.
Aqui estão dois recortes de matérias transcritas mais abaixo, que complementam
as informações sobre as dificuldades:
"A Anatel aprovou nesta quinta, 30, a nova fórmula do Custo Médio Ponderado
de Capital, que, conforme anunciou o presidente, João Rezende, durante a
reunião do Conselho Diretor, já será utilizada para o cálculo dos preços
mínimos que serão cobrados pela faixa de 700 MHz que deve ser licitada ainda
este ano e também para a definição dos valores de referência das taxas de
interconexão. Como se sabe, a VU-M já foi definida até 2016, mas a partir daí
será estabelecida de acordo com o modelo de custo que considera também a fórmula
do custo médio ponderado de capital."
"O governo brasileiro e a Anatel têm uma missão complicada pela frente:
tentar convencer novos investidores estrangeiros de que o leilão de 700 MHz,
para serviços de banda larga móvel, é uma oportunidade interessante, mesmo
considerando o já competitivo cenário brasileiro. Este noticiário apurou que o
edital está sendo elaborado de modo a manter todas as portas abertas a um novo
player.
Da mesma maneira, algumas medidas concretas devem ser tomadas nos próximos dias
para sinalizar ao mercado essa possibilidade, entre elas a definição das regras
de interconexão. Esta semana deve ser aprovado o novo Regulamento do Modelo
de Custos, um passo importante para definir os valores de interconexão entre
2016 e 2018, e possivelmente além (há quem cogite que os valores devem ser
pré-definidos até 2020). "
03.
Para mais informações sobre VU-M, lembro este website do WirelessBRASIL:
VU-M - Tarifa de interconexão da rede de telefonia móvel.
04.
Abaixo estão transcritas estas matérias:
Leia na Fonte: Tele.Síntese
[27/01/14]
Radiodifusores já se preocupam com logística para mitigar interferências na
faixa de 700 MHz - por Lúcia Berbert
Leia na Fonte: Teletime
[28/01/14]
Redução da VU-M é estratégia para tornar leilão de 700 MHz mais atraente -
por Samuel Possebon
Leia na Fonte: Tele.Síntese
[30/01/14]
Anatel aprova norma de cálculo de capital que será usada para estipular preço
mínimo da faixa de 700 MHz - por Lúcia Berbert
Leia na Fonte: Teletime
[30/01/14]
Anatel aprova nova fórmula para calcular preço da faixa de 700 MHz e da VU-M
- por Helton Posseti
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal WirelessBRASIL
Leia na Fonte:
Tele.Síntese
[27/01/14]
Radiodifusores já se preocupam com logística para mitigar interferências na
faixa de 700 MHz - por Lúcia Berbert
Para executivo da Abert, o ideal é que seja criada uma empresa ou entidade
específica com essa função, como ocorreu na Inglaterra e Japão.
Técnicos da radiodifusão, das operadoras móveis e da Anatel estão unidos para
que os testes de convivência de serviços na faixa de 700 MHz transcorram com o
sucesso esperado. A partir desses testes, que estão sendo realizados até o dia
22 de fevereiro na cidade goiana de Pirenópolis e no laboratório da Inatel, na
cidade mineira de Santa Rita de Sapucaí, será possível dimensionar as
interferências, as técnicas de mitigação e o custo para resolver os problemas de
convívio da LTE e da TV digital. Só depois será definido o preço da faixa, que
deve ser licitada para a banda larga móvel 4G em meados deste ano.
Segundo o diretor de Uso e Planejamento do Espectro da Associação Brasileira de
Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Paulo Ricardo Balduíno, as
interferências existem e já foram comprovadas em estudos promovidos pela SET
(Sociedade Brasileira de Engenheiros de Televisão) e pelo SindiTelebrasil.
Porém, além dos custos de mitigação – que serão arcados pelas teles – a
preocupação dos radiodifusores é com a logística que precisará ser montada para
solucionar os problemas nos aparelhos de TV dos consumidores.
Na Inglaterra, que precisou desocupar a faixa de 800 MHz das TVs para acomodar a
banda larga, a saída foi criar uma empresa independente para tratar das
interferências. “A Ofcom criou a MitCo para implementar as soluções de mitigação
com abordagens pro e reativas no sentido de solucionar os problemas detectados
nos testes em 2,7 milhões das 27 milhões de residências atendidas pelo serviço
de TV aberta e os casos que não foram identificados previamente”, afirmou.
No Japão, que usa o mesmo sistema de TV digital do Brasil e a mesma faixa para o
LTE, a solução encontrada, segundo Balduíno, foi a formação da Aliança pro 700
MHz também voltada especificamente para atender esses problemas de
interferência. As duas estruturas funcionam com autoridade, autonomia e
orçamento próprio e são supervisionadas por órgãos de alto níveis. Na
Inglaterra, a empresa é totalmente financiada pelas teles e supervisionada pela
Ofcom, os radiodifusores e representantes dos usuários. Enquanto no Japão, os
custos são repartidos entre governo e teles e supervisionada pelo Ministério das
Comunicações, radiodifusores e as próprias operadoras de telecom.
“No Brasil, onde há um número maior de residências com TV aberta e cidades
espalhadas em uma área continental, como serão resolvidas as interferências?
Essa ainda é uma questão que precisa ser resolvida”, adianta Balduíno. Ele
lembra que a promessa do governo, de que nenhum consumidor será prejudicado com
a nova destinação da faixa, é mais um indicativo de que uma infraestrutura
semelhante a criada pela Inglaterra e pelo Japão é necessária no Brasil.
Pressa
O executivo afirma que, com base nos estudos já realizados, as cidades maiores
são candidatas a apresentarem mais problemas, por causa da densidade maior de
prédios mais altos, e de estações radiobase, além de uma tendência de que essa
quantidade de antenas de celulares continue crescendo. E afirma que, dependendo
da gravidade de interferência pode ser que haja a necessidade de se ter um
filtro extremamente complexo do ponto de vista da tecnologia, um filtro que
tenha que rejeitar uma interferência muito grande, mas do ponto de vista da
comercialização e instalação pode ser inviável. “E ai a coisa começa a ficar
mais complicada. Então o que fazer? Pode ter que mudar o tipo de antena da
estação radiobase, pode ter que diminuir a potência de transmissão da banda
larga e ai vai se combinar essas soluções de mitigação até que se chegue a um
compromisso em que se tenha um filtro com desempenho bom, com custo aceitável”,
prevê.
O problema é que a Anatel está apressando os testes para cumprir o cronograma
traçado de licitar a faixa entre junho e julho deste ano. Essa pressa preocupa
aos radiodifusores porque eles têm a convicção de que determinadas atividades
precisam ser feitas com critério, cautela, rigor e cuidado necessários. “Nossa
expectativa é de que esse ritmo acelerado não implique no encurtamento de
atividades que são imprescindíveis ao sucesso do uso da faixa, tanto pela
televisão como pela banda larga”, diz Balduíno.
Cronograma
Os testes da Anatel começaram para valer no dia 13 de janeiro. Até então o tempo
foi gasto na instalação e teste de toda a infraestrutura e, posteriormente, na
calibragem dos equipamentos. As medições devem estar concluídas até 22 de
fevereiro, assim como os testes confinados no laboratório da Intel, em Santa
Rita de Sapucaí, e o relatório entregue em meados de março. Esses resultados vão
identificar os cenários de interferência, que depois serão analisados por
engenheiros para indicar as soluções de mitigação.
Para ganhar tempo, os radiodifusores convidaram um fabricante de filtros para
acompanhar os testes, para começar a pensar como resolver nos problemas
encontrados. Depois disso é que se pode chegar a uma noção de custo.
Ainda vai faltar a elaboração do regulamento de mitigação, que terá que passar
por consulta pública. Paralelamente, será feito o edital, que também terá que
passar por consulta pública. E o Tribunal de Contas da União (TCU) ainda terá
que dar aval ao preço mínimo da frequência.
A possibilidade de adiamento prolongado da licitação está praticamente
descartada. Isto porque a arrecadação com a venda da frequência foi incluída no
Orçamento da União de 2014.
--------------------------------------
Leia na Fonte: Teletime
[28/01/14]
Redução da VU-M é estratégia para tornar leilão de 700 MHz mais atraente -
por Samuel Possebon
O governo brasileiro e a Anatel têm uma missão complicada pela frente: tentar
convencer novos investidores estrangeiros de que o leilão de 700 MHz, para
serviços de banda larga móvel, é uma oportunidade interessante, mesmo
considerando o já competitivo cenário brasileiro. Este noticiário apurou que o
edital está sendo elaborado de modo a manter todas as portas abertas a um novo
player.
Da mesma maneira, algumas medidas concretas devem ser tomadas nos próximos dias
para sinalizar ao mercado essa possibilidade, entre elas a definição das regras
de interconexão. Esta semana deve ser aprovado o novo Regulamento do Modelo de
Custos, um passo importante para definir os valores de interconexão entre 2016 e
2018, e possivelmente além (há quem cogite que os valores devem ser
pré-definidos até 2020). Hoje, mesmo com a queda progressiva na VU-M (valor de
uso da rede móvel) que já vem acontecendo e que está programada até 2016, essa
ainda é considerada a principal barreira a novos players, já que um novo
entrante dependerá, necessariamente, do tráfego na rede de outras operadoras
para se sustentar. Reduzir ainda mais a VU-M é medida fundamental para atrair
outros competidores. Os valores em si devem sair até março, na expectativa da
agência.
Governo e Anatel sabem que a missão é complicada e que o ambiente não é dos
melhores para atrair novos investidores, mas precisam disso para assegurar
competitividade no leilão e um melhor resultado financeiro. Isso porque é grande
a pressão interna do Tesouro por uma arrecadação maior, em função das contas
públicas. Por outro lado, a Anatel e o Minicom já sinalizaram ao Tesouro que
pretendem exigir na licitação contrapartidas que reduzirão a disposição
financeira dos grupos interessados na compra das frequências.
No Orçamento da União para 2014 o valor da arrecadação previsto com o leilão é
de R$ 6 bilhões. Segundo apurou este noticiário, esse valor é uma conta de
chegada do Planejamento. Não existe nenhum estudo financeiro definitivo sobre o
preço das faixas de 700 MHz, até porque as variáveis são muitas. A começar pelas
políticas de mitigação da interferência entre as transmissões de banda larga e a
radiodifusão no mesmo espectro, passando pela indenização aos radiodifusores
pela limpeza da faixa, pelas políticas de incentivo à migração dos televisores
para modelos com capacidade de recepção digital, cujo montante não está
dimensionado e, finalmente, estimando os custos das metas de banda larga que
serão exigidas no edital. Conforme antecipou este noticiário, uma das metas será
obrigar as empresas a terem ofertas de serviços em determinadas velocidades, o
que exigirá indiretamente investimentos em redes óticas e a ampliação das
estações radiobase (ERBs) existentes por parte das operadoras. Um número mágico
que circula no governo é que a faixa de 700 MHz valeria, em valores brutos, algo
entre R$ 16 bilhões e R$ 18 bilhões, mas a partir desse valor devem ser
descontados os custos de mitigação de interferências, compensação aos
radiodifusores, políticas de migração e contrapartidas de cobertura de banda
larga. É uma conta complexa que ainda está longe de ser fechada.
Concentração
Essa discussão corre em paralelo ao debate sobre uma eventual concentração de
mercado na telefonia móvel. O governo, de um modo geral, não acha simples nem
politicamente sustentável fomentar essa concentração. Permitir que a Vivo se
funda com a TIM, por exemplo, está praticamente fora de cogitação. Permitir o
fatiamento da TIM também seria complicado, até porque, muito provavelmente, isso
implicaria algum aporte do BNDES na Oi, o que também não deve acontecer. A
leitura corrente é que qualquer coisa que vá acontecer com a TIM dificilmente
acontecerá este ano, pela complexidade política. A situação da Oi, nesse
momento, preocupa mais do que a TIM.
A audiência realizada no final do ano passado entre o empresário Naguib Sawiris,
controlador da operadora egípcia Orascom, e o ministro Paulo Bernardo, não tem
maiores implicações políticas, por enquanto. Sabe-se que Sawiris aparece de
tempos em tempos no cenário brasileiro de telecom como um possível interessado.
A primeira vez foi em 2007, quando tentava, junto a Daniel Dantas, do
Opportunity, dar uma solução para o impasse que surgira entre os fundos de
pensão, o Citibank e a Telecom Italia no controle da Brasil Telecom. Na época, o
que se comentava é que a Orascom tentava se valer de uma suposta influência de
Naji Nahas junto à Telecom Italia e ao governo para abrir uma porta de
negociação com Dantas, o que o próprio Opportunity veio a admitir em
manifestações à Justiça de Nova York em processo movido pelo Citibank.
Depois, em 2012, Sawiris tentou fazer uma oferta de compra de participação na
Telecom Italia casada com uma proposta que seria feita pela GVT no Brasil, o que
também não foi adiante. E agora volta a aparecer no cenário dizendo que fará uma
oferta pela TIM. A reunião mantida por Sawiris com o ministro Paulo Bernardo em
dezembro teria sido recomendada pelo ex-ministro Antônio Palocci, mas o
empresário egípcio não teria passado confiança ao governo de que efetivamente
levará adiante o plano de fazer uma oferta pela TIM.
--------------------------------------------
Leia na Fonte:
Tele.Síntese
[30/01/14]
Anatel aprova norma de cálculo de capital que será usada para estipular preço
mínimo da faixa de 700 MHz - por Lúcia Berbert
Regra, entretanto, não poderá ser aplicada diretamente para cálculo dos lances
mínimos para posições de satélites.
A revisão da norma da Metodologia de Estimativa do Custo Médio Ponderado de
Capital (CMPC) das operadoras de telecomunicações, que é usada para definição
dos preços mínimos nas licitações, foi aprovada nesta quinta-feira (30) pelo
conselho diretor da Anatel. A nova regra adota o modelo de CAPM local, de forma
a captar os efeitos do ‘custo Brasil’ nos investimentos e já vai valer para a
estimativa dos lances mínimos dos lotes no leilão da faixa de 700 MHz. Porém,
não poderá ser aplicada diretamente para estipular o valor das posições orbitais
de satélites, que também serão licitadas este ano, em função da predominância de
participação das empresas internacionais, que enfrentam outros tipos de riscos
não captados pela nova fórmula.
Pelo novo texto, que difere da proposta colocada em consulta pública, para o
cálculo deve ser adotado um target de endividamento das empresas de 30%, em
linha com o que agências reguladoras de outros países já aplicam. Já para a
estimativa do ativo livre de riscos, a agência deixa livre a escolha do título,
que pode ser até de curto prazo, como o CDI proposto pela área técnica, até que
haja uma série histórica de títulos brasileiros de longo prazo para dar suporte
ao cálculo.
Outra alteração aprovada do relator, conselheiro Rodrigo Zerbone, estabelece que
para o cálculo do beta para o custo de capital sejam levados em conta os números
das três empresas do setor com ações listadas na bolsa (Oi, TIM e
Telefônica/Vivo) ou o benchmark, com os resultados das empresas globais de
telecomunicações.
Zerbone afirmou que a nova norma traz mais simplicidade para o cálculo da
rentabilidade que um projeto deve alcançar para custear a geração da dívida (o
capital de terceiros) e para o retorno do investimento da própria empresa.
Segundo ele, a fórmula que vigorava estava defasada e foi muito criticada pelo
Tribunal de Contas da União (TCU), na análise dos resultados das licitações
realizadas pela agência. “A multiplicidade de betas utilizados podia levar a um
resultado de prêmio de risco de mercado muito baixo”, reconheceu o conselheiro.
Entretanto, as críticas do TCU se deram em função do resultado da licitação de
posições orbitais em 2011, onde constatou que o ágio pago pelas companhias
variou de 255% a 3.580%, com um valor médio de 1.378%. Além disso, 57% dos
licitantes ofereceram propostas iniciais superiores ao dobro do preço mínimo.
Quatro empresas apresentaram ofertas iniciais correspondendo a 108%, 120%, 153%,
300%, 914%, 793% e 2.010% do preço mínimo.
Ou seja, a norma aprovada hoje atende em parte as recomendações do TCU. Para a
licitação de posições de satélites, que acontecerá também este ano, a área
técnica da Anatel terá que buscar outra solução de cálculo do preço mínimo que,
segundo o relator dessa matéria, conselheiro Marcelo Bechara, já está em
avaliação.
--------------------------------------------
Leia na Fonte: Teletime
[30/01/14]
Anatel aprova nova fórmula para calcular preço da faixa de 700 MHz e da VU-M
- por Helton Posseti
A Anatel aprovou nesta quinta, 30, a nova fórmula do Custo Médio Ponderado de
Capital, que, conforme anunciou o presidente, João Rezende, durante a reunião do
Conselho Diretor, já será utilizada para o cálculo dos preços mínimos que serão
cobrados pela faixa de 700 MHz que deve ser licitada ainda este ano e também
para a definição dos valores de referência das taxas de interconexão. Como se
sabe, a VU-M já foi definida até 2016, mas a partir daí será estabelecida de
acordo com o modelo de custo que considera também a fórmula do custo médio
ponderado de capital.
A fórmula teve poucas alterações em relação à proposta que foi submetida à
consulta pública. O conselheiro relator, Rodrigo Zerbone, explica que preferiu
fixar uma taxa de endividamento de 30%, alinhada ao que é usado por outras
agências, utilizada pelos bancos e está próxima da média mundial das empresas de
telecom, de 32%.
Além disso, Zerbone retirou a utilização do CDI como estimativa de ativo livre
de riscos, já que não se trata de um título de longo prazo e, por isso, pode
capturar tendências tendências mais imediatas do mercado financeiro. "Proponho
deixar em aberto porque a gente tem a informação de que em breve vamos ter
séries consistentes de títulos de longo prazo. Enquanto isso, o regulamento
deixa claro que é possível utilizar título de curto prazo desde que, através de
uma fórmula matemática, possam ser capturadas as diferenças em relação à visão
de longo prazo", explicou ele.
Apesar da aprovação da nova fórmula, ela não será usada para o cálculo dos
preços mínimos da licitação de quatro posições orbitais, aprovada no ano passado
pela Anatel. De acordo com a nova resolução, no caso de licitação de posições
orbitais, cabe à área técnica utilizar ou não a fórmula. Isso porque, a nova
fórmula não foi construída para capturar as peculiaridades do mercado de
satélite. "Não só pelo fato de haver um edital em andamento, mas porque envolve
outras empresas, com outras fontes de financiamento etc. Todas essas ponderações
indicam a não aplicabilidade desse regulamento", explica Zerbone.
Compra mal feita
A definição de uma nova fórmula para calcular o Custo Médio Ponderado de Capital
atende a uma recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU), que estava
insatisfeito com o fato de a Anatel ter uma fórmula (definida pela Resolução
539/2009), mas não utilizá-la. Como noticiado por TELETIME News, a fórmula
antiga, elaborada pela Fundação Getúlio Vargas, continha dados proprietários e
era extremamente complexa. O resultado é que a Anatel nunca pôde utilizá-la e os
preços acabavam sendo definidos tendo como parâmetro o benchmark internacional,
estimativas de banco de investimento e as interações com o próprio TCU.