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10/06/14
• Blog TELECO 24 HORAS, de Ricardo Bueno + "Porque o 4G está tão difícil de decolar por aqui…"
Olá, "WirelessBR" e "telecomHall Brasil"!
Inicio um novo "procedimento" (diário?) para animar um pouco o
movimento nos nossos Grupos.
Transcrevo inicialmente um trecho do "Bloco Tecnologia" (coluna da esquerda do
Portal WirelessBRASIL) e depois um dos artigos referenciados.
Apertem os cintos! :-)
Na berlinda:
•
Blog TELECO 24
HORAS, de Ricardo Bueno
Texto transcrito:
26/04/14
Porque o 4G está tão difícil de decolar por aqui…
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal
WirelessBRASIL
• Blog TELECO 24 HORAS, de Ricardo Bueno
Perfil de Ricardo F. Bueno (foto) anotado em seu Blog:
"Senior
Telecommunications Engineer with over 25 years experience in the Brazilian
telecommunications market. Served as an executive in reference technology and
telecommunications companies: Banco Itaú, Nextel, BCP / CLARO, BSE / CLARO and
Algar Telecom. He is currently head of the Department of Engineering and Project
Approach in Telecommunications Service Provider.The posts on this site reflect
his personal opinion, based on his experience and knowledge of the Brazilian
telecommunications market and Business Administration."
"Posts" do Blog
TELECO 24 HORAS
07/06/14
•
“A Voz do Brasil”, será que ainda precisamos dela?
30/05/14
•
O que esperar do Mercado de Trabalho após a Copa 2014
26/04/14
•
Porque o 4G está tão difícil de decolar por aqui…
08/04/14
•
Aprendendo com os Gansos Selvagens
25/03/24
•
Está Aberta a Temporada de Caça ao Celular “Xing Ling”
17/03/14
•
Os Jovens, os Veteranos e o Mercado de Trabalho
01/03/14
•
Para onde Caminha nossa Telefonia
14/02/14
•
Os Jovens e o Efeito Manada
08/02/14
•
Querem desligar o Telefone da Vovó
18/01/14
•
Taxímetro na Energia Elétrica
04/01/14
•
Networking e Relacionamento Estratégico Como mantê-los aquecidos e assertivos
21/11/13
•
Sentirei Saudades das Emissoras de ondas médias, as “AM’s”
08/11/13
•
A Cobrança de “roaming” nos celulares e dispositivos móveis está com os dias
contados
05/11/13
•
Por que o Brasil passará a utilizar 9 dígitos no celular se os EUA ainda
utilizam 7?
Consulte: Blog
TELECO 24 HORAS, de Ricardo Bueno
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26/04/14
•
Porque o 4G está tão difícil de decolar por aqui…
Acompanhando a evolução da discussão sobre o plano de frequências a ser
utilizado definitivamente para a tecnologia de comunicações móveis 4G,
indigna-me os motivos pelos quais tal tecnologia, largamente difundida no
exterior, ainda está a aquecer motores e derrapar por aqui.
Assistindo à preliminar para uma entrevista, percebi o Presidente da ANATEL
extremamente desconfortável com relação às perguntas elaboradas por Jornalistas
de emissoras de TV. O assunto: recíprocas interferências detectadas entre o 4G e
sinais de TV analógica e Digital, durante os testes.
Mais uma vez, fica claro que o Regulatório Brasileiro, tenta reter as areias do
tempo em sua ampulheta mágica. Bastam os fiascos a que fomos expostos nos
preparativos para a Copa 2014; verdadeiros vexames internacionais. Como diz o
dito popular “Amargamos um tremendo King Kong sobre os ombros”.
Na contramão de Nações líderes destas tecnologias, nossa discussão Política
sempre se intrometeu em decisões técnicas, impondo morosidade e resistência;
retardando sempre todo o processo feito Senhor da Razão.
Exemplos não faltam, basta puxarmos da memória como foram os processos de
escolha da TV Analógica onde definiu-se o padrão PAL-M ao invés do NTSC, e o
recente e desgaste para implantação da TV Digital. Felizmente a técnica superou
desafios políticos e acabamos por seguir caminhos tecnicamente adequados.
No caso da disputa: 4G versus TV Digital novamente fomos às cordas, simplesmente
por tropeçarmos nos cadarços de sapatos mal amarrados.
Globalmente, discussões técnicas acaloradas sobre o 4G permeiam encontros e
seminários técnicos há anos. Por aqui, mais uma vez, somente em 2014 esta
discussão ganha corpo.
Primeiramente, cabe-me esclarecer do que se trata a tecnologia 4G em telefonia
celular e dispositivos móveis.
4G4G, foi o nome dado à quarta geração dos sistemas celulares (sem fio).
Basicamente compõe-se de estágio, nas comunicações móveis, que permitirão
serviços de telecomunicações como voz, dados, jogos on line, Vídeo ou Multimídia
em alta qualidade, transmitidos através de dispositivos portáteis.
É o sucessor das versões 2G e 3G sem fio, através do qual, o primeiro
significava a mudança do sistema analógico (AMPS) para as transmissões digitais,
incorporando serviços de dados (SMS e Email) pela primeira vez em telefones
celulares.
A segunda (3G) refere-se ao advento de modalidades como mobilidade global e
maiores taxas de dados.
Enquanto a maioria de nós, nos ambientamos a conexões Internet de médias
velocidades em nossos lares, escritório ou até no café local, algumas regiões
brasileiras como: Centro Oeste, Norte e Nordeste, sofrem com conexões em cenário
similar à era dos “Flintstones”; instáveis e limitadas em velocidade, se
comparados aos centros urbanos do Sul e Sudeste.
Com o 4G, a promessa é que você terá banda larga móvel de verdade para navegar
realmente em velocidades que favoreçam até transmissões de imagens e vídeos em
alta definição como por exemplo: TV Digital.
Ocorre que todo novo projeto, por menor que seja, possui peculiaridades e
desafios intrínsecos que muitas vezes não estão delineados em cronogramas e
mapas de tarefas. Ou como é moda dizer hoje em dia: “atualizado no GPS”.
Interferências indesejadas e recíprocas, entre sistemas 4G e transmissões de TV
analógica e digital, estão deixando de cabeça quente nossos gestores de
Regulatório.
Entendo ser inegável reconhecer, que mais uma vez fomos temerários e burocratas
com relação ao assunto. Há anos, acompanho discussões sobre o fim das
transmissões de TV no modelo Analógico, para dar espaço às transmissões Digitais
e desde então, o crescimento de interesse por tecnologias no modelo 3G e 4G em
aparelhos móveis.
De nada adianta corrermos atrás de tecnologias de ponta se sequer conseguimos
resultados satisfatórios no já disponível 3G. Exemplos e cases de insucesso
estão à olhos vistos.
Comprovadamente, temos importantes corredores rodoviários como por exemplo as
BR267 e BR163 que rasgam Estados do Centro Oeste rumo ao Sul e Sudeste, escoando
nossa safra de grãos rumo aos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR), por onde
viaja-se sem qualquer acesso a suporte mecânico, postos de combustíveis ou redes
celulares e internet. As limitadíssimas instalações de Telecomunicações, à beira
destas rodovias, pela altura da vegetação em seu interior, deixa claro o descaso
e abandono com sua manutenção.
Voltando ao escopo, por enquanto o que se sabe é que ainda estão tratando da
homologação, “limpeza” e liberação da faixa de 700 MHz (698 MHz a 806 MHz), para
o 4G Nacional. No momento, este foi temporariamente alocado na faixa de 2,5 GHz
(2.500 MHz a 2.690 MHz), anteriormente destinada a outro serviço (MMDS).
Neste hiato, poderíamos dar uma “turbinada” em nossa rede 3G, reforçando sua
cobertura ao mínimo em áreas urbanas dos principais municípios brasileiros.
Afora tais fatos, a precariedade e limitada cobertura Nacional do 4G, ainda faz
com que nossos dispositivos móveis de última geração, continuem a engasgar,
falhar ou simplesmente não navegar, quando expostos a serviços que exigem
serviços da banda 4G.
Outro detalhe que vale ponderar é o apresentado pelo site “Convergência
Digital”, onde Olimpio José Franco, presidente da Sociedade Brasileira de
Engenharia de Televisão (SET), descreve a possibilidade da ocorrência de um
black out nos sistemas de TV Digital quando o 4G começar a operar em seu novo
plano de frequências:
“…Um laudo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, que realizou estudos durante
sete meses, afirma que há, sim, riscos de interferência entre o 4G e a TV
digital. Se um usuário usar o celular 4G ao lado da TV digital atual haverá
interferência e problemas na imagem. E não apenas em poucas cidades como se
fala…”,
Culpar os sistemas instalados e a falta de investimentos, certamente compõe-se
caminho mais curto para justificar tal descaso, mas a verdade em sua plenitude
não aparece.
Historicamente o Brasil sempre andou a reboque das novas tecnologias, mesmo
possuindo um efetivo humano tecnicamente refinado e preparado; motivo de inveja
a qualquer país fomentador de tecnologia.
Salários abaixo da grade recomendada por órgãos de gestão profissional,
distantes da realidade financeira do país, fazem com que profissionais de
refinada lapidação acadêmica, pessoal e profissional, busquem soluções que estão
incomodando recrutadores.
Estão deixando o Brasil em busca de clima mais aconchegante financeiramente nos
países além mar. Outros, menos abastados mudam de nicho de atuação, seguindo
caminhos muitas vezes mais longos, áridos e desafiadores, por vezes colidindo
com profissionais de outras áreas de nossa economia como: Bancos, Automotiva e
Comércio em Geral.
Reportagens sobre tal tema, recentemente li muitas, o que me entristece muito.
Constitui sinal claro, que estamos perdendo força produtiva para mercados
emergentes ou já estáveis como asiáticos, americanos e europeus.
Centros de Pesquisas Internacionais como Google, JPL, NASA e Facebook, Empresas
Farmacêuticas e Multinacionais de Tecnologia de ponta dentre tantos outros,
estão veladamente recrutando nossos profissionais para atuarem em seus
laboratórios de primeira linha, ofertando salários anuais que certamente
levariam décadas para perceberem em nosso Brasil.
Enquanto isso, centros de pesquisa Nacionais, literalmente se arrastam e
mendigam subsídios para sua subsistência. Afogam-se em morosa burocracia,
herdada de nossos antepassados.
Outro fato que também preocupa é nossa paralela complacência em abrir portas de
nosso mercado de tecnologia, para um tipo de “Engenharia” totalmente destrutiva
denominada: “Engenharia Reversa”.
De forma simples, a “Engenharia Reversa” seria o mesmo que comprar um carro e
desmontá-lo por inteiro. Em seguida, copiamos cada um dos milhares de
componentes que o constituem. Inicialmente pode até parecer uma boa ideia, mas
ao longo do tempo, começamos a perceber que este tipo de “Engenharia” é
totalmente daninho ao processo produtivo de um mercado sensível como é o de
Telecomunicações.
cg11111Neste Nicho em particular, existem modelos denominados “Sistemas de
Missão Critica” que são exatamente aqueles que nunca podem falhar. Similar ao
legado da Guarda Costeira Americana, cujo lema é: “Semper Paratus” ou seja,
“Sempre Pronto”
Quando copiamos deliberadamente um determinado produto, deixamos de lado, todo
seu histórico evolutivo e quesitos técnicos que o compeliram a ter esta ou
aquela forma, tamanho, peso, características, funcionamento e dimensões.
Deixamos de ponderar todos os estudos e testes tecnológicos, confiabilidade e
qualidade impostos ao produto original, antes de seu lançamento ao mercado
consumidor.
Em suma, comparando a uma caminhada, temos o ponto de partida e o de chegada,
mas desconhecemos totalmente o caminho a seguir. Como então cumpriremos a
jornada?
Negativas consequências são inevitáveis. Sistemas de Telecomunicações oriundos
de Engenharia Reversa, normalmente apresentam funcionamento inadequado,
incorreto, precário ou ineficiente. Seus mantenedores tentam, através de
verborrágico “lero-lero”, identificar e explicar causas e consequências de
falhas recorrentes e insolúveis. Prejuízos humanos e financeiros se acumulam de
forma irreparável.
Quando isso ocorre, não adianta procurar culpados, basta olharmos no espelho
para os encontrarmos.
Lamento dizer, mas muitas empresas decidiram por seguir funesto caminho e hoje,
aos poucos começam a amargar perdas técnicas e financeiras que estão
avermelhando quadros de faturamento de produtos e serviços.
Resumindo, replico as palavras de Paulo Arthur Góes, Diretor do Procon de São
Paulo:
spaceagemeetsstoneage“… no momento da venda nos oferecem o mundo dos Jetsons; se
tivermos algum problema e precisarmos dos serviços pós-venda, somos atendidos
pelo mundo dos Flintstones…”
A consequência é imediata, começam a abrir vagas no estacionamento. Aos poucos a
bolinha de neve vai se avolumando até transformar-se em imenso “Buraco Negro” a
arrebatar em seu interior, tudo o que encontra pela frente. Famílias e mercado
padecem. O numerário para de circular e o comércio, serviços e indústria, sem a
graxa financeira, começam a ver suas engrenagens travarem por falta de
lubrificação. A economia e o PIB minguam e despencam.
Desculpem-me os Economistas de plantão, mas em meu entendimento a economia é uma
máquina totalmente interligada. Quando uma de suas pequenas engrenagens começa a
apresentar travamento, todos os eixos começam a ter dificuldades para girar, até
travarem por completo.
Não pretendo aqui fomentar rebeliões profissionais, mas simplesmente deixar
modesta mensagem no sentido de que se realmente desejarmos recuperar nosso
mercado de Telecomunicações, precisamos agir com Vontade, Sinergia e Energia.
Em suma, deixar para trás nossa zona de conforto em busca de valorização
profissional. Aceitar os salários que são impostos por empresas que
acintosamente passam por cima de órgãos de regulatório profissional, nunca se
comporá solução que permeará e fortificará o mercado de Telecomunicações
Brasileiro.
Por outro lado as Empresas precisam atentar-se que Profissional Feliz não é
aquele que ganha “rios” de dinheiro, mas sim, aquele que recebe justa e correta
remuneração, pelo trabalho que executa.
Nos modelos capitalistas, a briga por “cabeças profissionais” é gigantesca. Um
Profissional de destaque é disputado a peso de ouro. Aqui ganha-se o rótulo de
Caro e fora dos padrões… Ora, Caro é tudo aquilo que não se pode ter.
Se uma empresa consegue pagar bons salários a um profissional de méritos, este
não é caro; o retorno em bagagem técnica, acadêmica, comprometimento,
conhecimento e dedicação está garantido. Tudo é uma questão de Custo x
Benefício. O que precisamos aprender a discernir é a diferença entre “Estar
Profissional” e “Ser Profissional”.
Por outro lado, o Técnico ou Engenheiro em sua esmagadora maioria é uma pessoa
que dedicou praticamente um terço de sua vida aos estudos, na busca por uma
bagagem acadêmica e técnica que lhe garanta um lugar ao sol.
Impor a estes profissionais salários não dignos é o mesmo que alegar que uma
aranha sem as oito patas ficou surda e não anda quando a estimulamos…
Afinal, somos todos nós que fazemos a economia navegar tanto em mares serenos
como em mares revoltos e bravios. Estou ciente que os pífios resultados de nossa
economia estão desaquecendo os mercados para profissionais de agudo
conhecimento, mas isto não pode servir de justificativa ou conforto para um
massacre profissional da forma que está ocorrendo no Brasil.
Sei de caso de Engenheiros lutando por minguados quatro salários mínimos mensais
com jornada de trabalho de até 10 horas diárias e sem ganho de horas extras.
Inconcebível situação.
Jogar a culpa em órgãos de regulatório profissional historicamente não resolverá
a situação. O que necessitamos bilateralmente é de Conscientização.
Eficaz fiscalização conjunta e de forma consciente, mitigará eventuais abusos de
forma bilateral, mas a sinergia dos profissionais é que reforçarão novos
paradigmas, necessários para que mudanças ocorram.
CHEETAH-HUNTING-PPor fim fica uma grande Lição:
Na África, diariamente, a Gazela ao raiar do dia, sabe instintivamente, que se
não correr, vira comida de Leopardo. O Leopardo por sua vez sabe
instintivamente, que se não correr atrás da Gazela, morrerá de fome.
É a Lei da Natureza…
Felizmente, nós Seres Humanos, não precisamos ir a limites extremos da escala
evolutiva a ponto de necessitarmos agir instintivamente para saciarmos nossos
anseios e desejos. Basta-nos Ética, Cultura, Conhecimento, Educação, Respeito e
Bons Costumes, para o efetivo e assertivo crescimento da Humanidade.