WirelessBRASIL |
|
WirelessBrasil --> Bloco Tecnologia --> Índice de 2014 --> "Post"
Obs: Os links indicados nas transcrições podem ter sido alterados ao longo do tempo. Se for o caso, consulte um site de buscas.
12/06/14
• Governança da Internet + Marco Civil + Cisco + "Mariana Mazza"
Olá, "WirelessBR" e "telecomHall Brasil"!
01.
Prossigo no novo "procedimento" de trazer aos fóruns alguns assuntos da
atualidade, colecionados em "websites internos" do WirelessBRASIL, para
estimular o debate.
A "NetMundial" terminou apenas resvalando no tema da "neutralidade" e, na mídia,
estas questões surgem agora, juntas e/ou misturadas, em matérias sobre os
"ecos" do dito evento e sobre o Marco Civil da Internet, este em tempos de "regulamentação".
Dependendo do ambiente político/eleitoral é provável que a dita "regulamentação"
venha contaminada pela eterna bandeira do PT do "controle social da mídia".
Quando finalmente temos a definição de "sociedade civil" na visão do PT,
através do
Decreto nº 8243 de 23 de maio de 2014, bem, tenho que adaptar a
ladainha:
"Regulamentação do Marco Civil: todo o cuidado é pouco!"
Sobre o famigerado Decreto nº 8243 que criou a
Política Nacional de Participação Social (PNPS) e o Sistema Nacional de
Participação Social (SNPS) estou colecionando "tudo" que tem sido publicado,
na coluna da direita do Portal WirelessBRASIL e neste website:
Decreto 8.243 de 23 de maio de 2014
02.
Sobre a Conferência
Multissetorial Global Sobre o Futuro da Governança da Internet"
já temos o
Documento final do NETmundial.
03.
Transcrevo um trecho do "Bloco Tecnologia" (coluna da esquerda do
Portal WirelessBRASIL) e, depois, duas matérias referenciadas.
Na berlinda hoje:
Governança da Internet
Textos transcritos:
Leia na Fonte: Band / Colunas
[11/06/14]
Se é ruim pra eles... - por Mariana Mazza (Sobre a matéria
Regulação de neutralidade na América Latina é nociva, diz Cisco)
Leia na Fonte: Teletime
[10/06/14]
Regulação de neutralidade na América Latina é nociva, diz Cisco - por Bruno
do Amaral
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal
WirelessBRASIL
WirelessBRASIL
•
Governança da Internet
Este
website é constituído de uma
Página Inicial, que contém uma explicação sobre o tema, entidades,
"atores" e um Acompanhamento dos principais eventos ("em construção").
Contém ainda um
Índice de Artigos e Notícias e uma coleção de transcrições.
Para entender o noticiário:
"Multilateralismo" x "multissetorialismo"
(...) A discussão sobre a rede tem
muito mais nuances do que um confronto entre o ‘multilateralismo’, identificado
com o sistema de decisões no modelo ONU, onde cada país tem seu voto, e o ‘multissetorialismo’,
que defende a participação de outros interessados, notadamente o setor privado e
a sociedade civil em igualdade de condições com os Estados-nação.(...) [Fonte:
Convergência Digital]
Leia na Fonte: Significados
[10/06/14]
Significado de Stakeholder
Leia na Fonte: CGI.br
[27/05/14]
Documento final do NETmundial
O que está acontecendo:
O texto a seguir é uma adaptação do
original em
EXAME:
"Terminou o evento NETmundial
(Conferência Multissetorial Global Sobre o Futuro da Governança da Internet),
que aconteceu em 23 e 24 de Abril em São Paulo, reunindo representantes de mais
de 80 países para discutir o futuro da internet.
O congresso pretende estabelecer princípios básicos para que a internet permita
a livre comunicação em escala global. Também pretende rediscutir a governança da
rede, reduzindo o poder dos Estados Unidos nela.
A internet, como se sabe, é uma rede distribuída, sem comando centralizado. Mas
o governo dos Estados Unidos “supervisiona” as entidades que cuidam da
distribuição global dos endereços IP (os números que identificam os equipamentos
conectados) e dos nomes de domínio (aqueles que aparecem na barra de endereço do
browser).
Além disso, organizações nos Estados Unidos, como a Internet Engineering Task
Force (IETF), determinam outros aspectos técnicos da rede. Outros países querem
internacionalizar mais a governança, reduzindo o poder dos americanos.
Há duas entidades – IANA e ICANN – que administram endereços IP e nomes de
domínio globais (os nomes e endereços locais são administrados por entidades
nacionais de cada país, como a NIC.br no Brasil).
A IANA e a ICANN são supervisionadas pelo governo dos Estados Unidos. Há várias
propostas para fazer com que o controle se torne mais global. Uma delas é
desvincular essas entidades do governo americano e torná-las mais abertas e
transparentes.
Outra proposta é dar mais poder ao Fórum de Governança da Internet (IGF) para
participar da gestão da rede. Esse grupo foi criado pela ONU em 2006, mas não
tem poder deliberativo.
O Departamento do Comércio americano já declarou que não pretende renovar seu
contrato de “supervisão” com a IANA, que termina em 2015. Historicamente, o
controle dos endereços ficou nos Estados Unidos porque a internet nasceu lá.
O evento é organizado em conjunto pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br)
e a /1Net, fórum que reúne entidades internacionais relacionadas com a
governança da internet. O congresso principal do NETmundial aconteceu no hotel
Grand Hyatt, na zona Sul de São Paulo.
A ArenaNETmundial é um evento paralelo ao NETmundial realizado no Centro
Cultural São Paulo. Traz palestras, debates e shows. Participaram dele
personalidades como o sociólogo espanhol Manuel Castells, o músico Gilberto Gil
e Tim Bernes-Lee, considerado o pai da web."
Aqui está uma seleção de matérias recentes sobre a NetMundial:
Leia na Fonte: Band / Colunas
[11/06/14]
Se é ruim pra eles... - por Mariana Mazza
(Sobre a matéria
Regulação de neutralidade na América Latina é nociva, diz Cisco)
Leia na Fonte: Observatorio da Imprensa
[10/06/14]
Para globalizar o marco da internet - por Thorsten Benner e Oliver Stuenke
Leia na Fonte: Teletime
[10/06/14]
Regulação de neutralidade na América Latina é nociva, diz Cisco - por
Bruno do Amaral
Leia na Fonte: Significados
[10/06/14]
Significado de Stakeholder
Leia na Fonte: CGI.br
[27/05/14]
Documento final do NETmundial
Leia na Fonte: Convergência Digital
[26/05/14]
Painel da ICANN sustenta NetMundial e "globalização" até setembro de 2015 -
por Luís Osvaldo Grossmann
Leia na Fonte: Convergência Digital
[23/05/14]
Impactos econômicos da vigilância em massa na Internet - por Por Ronaldo
Ferraz
Leia na Fonte: JB
[20/05/14]
Forbes: Como o Brasil e a União Europeia estão quebrando a internet
Leia na Fonte: Observatório da
Imprensa
[20/05/14]
Inconstitucionalidade do Marco da Internet - por Guilherme Magalhães Martins
Leia na Fonte: Convergência Digital
[12/05/14]
Governança da Internet: EUA se opõem ao modelo multilateral e conflitam com o
Brasil - por Roberta Prescott
Leia na Fonte: Observatório da Imprensa
[06/05/14]
Cuidados com a regulamentação - Editorial Valor Econômico
Leia mais matérias no
Índice de Artigos e Notícias
Leia na Fonte: Band / Colunas
[11/06/14]
Se é ruim pra eles... - por Mariana Mazza
Quando a gente pensa que o mundo empresarial não pode ficar mais cínico sempre
aparece alguém para lembrar que jamais haverá limites para o descaramento. O
destruidor de minhas ingênuas esperanças em um mundo onde as empresas tenham um
mínimo de vergonha quando se sentirem tentadas a atacar os direitos civis foi
Andrés Maz, diretor de políticas avançadas da Cisco para a América Latina. Leio
hoje as declarações que Maz fez em uma conferência nessa terça-feira, em Buenos
Aires. E, se ele não corou, saiba que senti vergonha por ele.
Maz ganhou os noticiários ao criticar o Marco Civil da Internet, recentemente
aprovado pelo Brasil. Segundo o executivo "o grau de intervenção regulatória
está mudando e impedindo a inovação e os investimentos". Até ai, ok. Já era de
se esperar que as empresas resistam a qualquer regra que limite a implementação
de modelos de negócio buscando a maximização dos lucros.
Mas o representante da Cisco não parou por ai. Disse Maz: "Temas que não eram
prioridade, como privacidade, passam a ser um dos temas mais importantes". Hummm.
Então é este o problema? A tentativa do Brasil de proteger a privacidade de seus
cidadãos na web chateia a Cisco? Só em um mundo sem privacidade atrairemos
investimentos das multinacionais de tecnologia norte-americanas? O descaramento
não tem fim.
Quem acompanhou as denúncias feitas por ex-agente da NSA (agência de segurança
dos EUA) Edward Snowden já percebeu os motivos por trás de tão estapafúrdia
declaração. Documentos vazados por Snowden e detalhados no recém-lançado livro
do jornalista Glenn Greenwald revelaram que a NSA plantou escutas nos
equipamentos da Cisco para espionar milhões de internautas mundo afora.
O esquema funciona graças a uma regra criada após o 11 de setembro que exige das
fabricantes de equipamentos de tecnologia a abertura de backdoors em seus
produtos. Essa porta dos fundos nada mais é do que um acesso livre aos dados que
circulam em roteadores, servidores e outros equipamentos de rede, permitindo que
os norte-americanos colham informação de qualquer pessoa no mundo que use uma
rede de telecomunicação com sistema fornecido pela Cisco. Greenwald calcula que
o acerto entre NSA e Cisco permite que a agência estadunidense espione mais de
20 bilhões de comunicações por dia.
Em 15 de maio deste ano, o CEO da Cisco, John Chambers, encaminhou uma carta ao
presidente norte-americano Barack Obama, protestando contra as alegações de
colaboração com a NSA. No documento, Chambers pediu novos "padrões de conduta"
ao governo dos EUA para recuperar a credibilidade perdida após as denúncias de
Snowden. "Nós compreendemos as ameaças reais e significativas que existem neste
mundo, mas também devemos respeitar a relação de confiança industrial com os
nossos clientes", declarou o CEO na carta endereçada a Obama. Como discurso
diplomático, está perfeito. Mas as declarações feitas pelo funcionário na
América Latina mostram que, no mínimo, há um descompasso entre o discurso e a
prática da Cisco.
A carta de Chambers traz uma pista dos reais problemas da companhia, considerada
ainda hoje a maior fornecedora de equipamentos de telecomunicações do mundo e
com um faturamento de mais de US$ 43 bilhões em 2011. A enxurrada de denúncias
de espionagem que recaem sobre a companhia melindraram muitos clientes. Afinal,
quem em sã consciência correrá o risco de se ver envolvido no escândalo dos
grampos norte-americanos ao comprar equipamentos que não garantem privacidade
alguma aos usuários?
No fim, é a falta de confiança na Cisco que tem reduzido os tais "investimentos"
citados por Maz e não o excesso de zelo de alguns países em preservar a
privacidade de seus cidadãos. E quem diz isso não sou eu, mas o próprio CEO da
companhia.
Na mesma coletiva, Maz destilou toda sua fúria com o politicamente correto. "Tem
esse discurso de paz mundial, de igualdade. E nada, nem ninguém pode estar
publicamente contra", desabafou. Ao que tudo indica, o representante da Cisco
acha que é um ato corajoso defender abertamente a destruição dos direitos civis
e a construção de um mundo onde apenas o lucro das empresas privadas deve ser
estimulado e protegido. No fim, as declarações impensadas feitas pelo executivo
da Cisco reafirmam uma velha e sempre boa máxima popular: se é ruim pras
empresas, é porque a sociedade está ganhando. Pra quem ainda desconfia das
virtudes do Marco Civil da Internet fica o alerta tão claramente ilustrado por
Maz. O que essas empresas querem é um mundo sem igualdade e sem privacidade. Por
que assim elas lucram mais.
----------------------------------------------
Leia na Fonte: Teletime
[10/06/14]
Regulação de neutralidade na América Latina é nociva, diz Cisco - por Bruno
do Amaral
Para a Cisco, a regulamentação da neutralidade de rede na América Latina vai
"mal". De acordo com o diretor executivo de políticas avançadas de tecnologia da
empresa para a região, Andres Maz, o discurso de tratamento igualitário de
pacotes tem apelo público, mas técnicos e engenheiros estariam contra esse ponto
por questões técnicas e práticas. "Tem esse discurso de paz mundial, de
igualdade. E nada nem ninguém pode estar publicamente contra", reclama o
executivo durante conferência da Cisco em Buenos Aires nesta terça-feira, 10.
O argumento de Maz é, curiosamente, semelhante ao de defensores da neutralidade
de rede. Para ele, o tema é um dos que mais podem limitar a capacidade de
operadoras de inovar e de oferecer novos modelos de negócio. Com o crescimento
da demanda de dados, incluindo tráfego de Internet das Coisas, as operadoras
precisam ter a liberdade de tratar de forma diferenciada essas aplicações. "Uma
chamada por Skype não necessita de muita banda de subida, mas é sensível à
latência. Por outro lado, uma aplicação de game online depende de velocidade de
subida. A operadora pode entregar a cada aplicação o que ela necessita, tem que
tomar decisões na hora de gerenciar o pico de tráfego", diz.
Uma das maiores críticas é em relação à regulamentação chilena, que proibiu a
prática de navegação patrocinada em redes móveis, como o acesso gratuito a redes
sociais. "As consequências inesperadas de iniciativas de regulação com
neutralidade são significativas", diz ele, afirmando que o Chile "proibiu o
acesso gratuito".
Maz reconhece que é importante observar práticas anticompetitivas no tratamento
do tráfego, mas ressalta que não foi esse o caso do embate da operadora
norte-americana Comcast com a Netflix. "Não há (prática anticompetitiva) quando
o Netflix representa mais de 40% dos dados no horário de pico", ressalta.
A discussão no Brasil com o Marco Civil também não foi bem vista por Andres Maz.
"É uma coisa tecnicamente elevada, congressistas brasileiros não entendiam. É um
tema que deveria ser analisado por reguladores, não pelo Congresso", reclama.
Regulação
O executivo alerta para um problema na América Latina: o grau de intervenção
regulatória. Novamente criticando o processo de aprovação do Marco Civil, ele
diz que a tentativa de incluir a guarda de dados no texto do projeto teria um
grande impacto negativo no mercado. "Uma regulação desse tipo destruiria o
ecossistema de Internet das Coisas", alega, dizendo que o ambiente regulatório
"não está favorável" para investimentos e inovação no País. "Não vou dizer que é
culpa, mas é uma consequência do sistema regulatório. O ambiente não está
melhorando suficientemente rápido, está muito atrasado", diz, referindo-se
também a outros países latino-americanos.
Na visão de Andres Maz, o problema é que os governos estão interferindo demais e
de forma errada. Ele cita a decisão do México de entregar todo o espectro de 700
MHz para uma operadora ainda não definida. "Isso não é uma intervenção pequena".
Ele diz ainda que a liberação de mais frequência para o 4G na América Latina é
uma saída para que as operadoras voltem a crescer em receitas móveis. "É
importante as licitações de (blocos com) pelo menos 30 MHz; de 5 MHz ou 10 MHz
não servem." Maz diz ainda que é preciso tirar uma lição com a União Europeia,
que teria engessado o mercado e criado más condições para investimentos em
redes, prejudicando a saúde financeira das operadoras.
Bruno do Amaral, da Argentina, a convite da Cisco