WirelessBRASIL |
|
WirelessBrasil
--> Bloco Tecnologia
--> MVNO - Mobile Virtual Network Operator -->
Índice de artigos e notícias
--> 2006
Obs: Os links originais das fontes, indicados nas transcrições, podem ter sido descontinuados ao
longo do tempo
SÃO PAULO _ As operadoras de celular Brasil Telecom GSM e Oi (do grupo
Telemar) tentaram, em 2004, viabilizar a criação de um consórcio para
disputar uma licença de telefonia móvel em São Paulo com um modelo parecido
ao das operadoras virtuais conhecidas pela sigla em inglês MVNO.
Ricardo Sacramento, na época presidente da Brasil Telecom GSM e hoje no
comando da Amazônia Celular, conta que a idéia era manter duas marcas
distintas, "como uma empresa de produtos de consumo", em uma única faixa de
freqüência, que seria licitada pela Agência Nacional de Telecomunicações
(Anatel) naquele momento.
Para evitar os custos da montagem de uma nova rede no estado, no qual esse
consórcio chegaria como quarto entrante _ depois de Vivo, TIM e Claro _ elas
pensavam em "comprar no atacado" minutos das operadoras já estabelecidas
para revenderem aos seus clientes.
Segundo o executivo, a Anatel "sinalizou que gostaria da idéia", ainda que
não tenha firmado nenhum compromisso de autorizar. Na opinião de Sacramento,
no entanto, "a agência deverá criar as condições favoráveis" ao surgimento
desse tipo de operadora.
Ele conta que o plano de negócios previa a chegada do lucro em cerca de
oito anos. "Uma empresa que não está em São Paulo tem uma lacuna enorme. Os
grandes clientes corporativos têm suas sedes em São Paulo", comentou.
As duas companhias, entretanto, acabaram não entregando proposta no dia do
leilão da Anatel. Sacramento disse que não poderia falar pelo grupo Telemar,
mas informou que, no caso da Brasil Telecom GSM, o processo não avançou
"porque o momento societário era ruim" na empresa. A companhia, na época
gerida pelo Opportunity, já tinha divergências com os demais sócios _ fundos
de pensão e Telecom Italia.
Sacramento tem sido um fervoroso defensor do modelo do modelo das MVNOs,
ainda que não esteja pessoalmente envolvido em nenhum projeto desse tipo. Em
sua palestra na Futurecom, congresso anual de telecomunicações que aconteceu
em outubro passado, chegou a se candidatar a ser "o primeiro presidente da
primeira MVNO do Brasil", já que estava de saída da Brasil Telecom GSM e
ainda não tinha destino profissional acertado.
Segundo Sacramento, as empresas de telecomunicações estão se tornando muito
grandes. "Até 2020, só restarão 10 grandes grupos de telecomunicações em
todo o mundo, mas alguns nichos de mercado se sentem melhor assistidos
quando atendidos por empresas menores, com presença mais local", justificou.
Na sua opinião, o modelo das MVNOs deve enfrentar uma resistência inicial
por parte das atuais operadoras. "Mas diante do crescimento esperado para o
número de usuários de celular no país nos próximos anos, elas vão preferir
ter um grande cliente comprando milhões de minutos para revender a nichos",
afirmou.
A estimativa de Sacramento é que o número de usuários de celular no Brasil
cresça "apenas 10%" em 2007 e algo como 5% no ano seguinte. "(A opção da
MVNO) será uma receita incremental para as atuais operadoras, já que suas
redes já estão lá, instaladas", afirmou. Em 2004, o crescimento no número de
usuários de celular foi de 41,5% e, em 2005, de 34%, segundo dados da
Anatel. (Taís Fuoco | Valor Online)