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Fonte: Thesis
[09/05/07]
Virgin: medo do WiMAX?
- por WiMAX Day
A operadora norte-americana Virgin Mobile enviou um documento à US
Securities and Exchange Commission (SEC), onde classifica o WiMAX como
ameaça concorrencial às suas operações. Esta conclusão faz parte do
prospecto de solicitação para abertura de um IPO classe 1 na SEC, através do
qual a Virgin pretende lançar uma mobile virtual network operator (MVNO). O
documento foi elaborado por advogados do escritório Simpson Thacher &
Bartlett LLP, and Skadden, Arps, Slate, Meagher & Flom LLP.
A constatação de que a operadora "terá que encarar a concorrência dos
fornecedores de uma tecnologia nascente conhecida sobre o nome de Worldwide
Interoperability for Microwave Access, ou WiMAX, capaz de suportar
transmissões sem fio apropriadas às futuras aplicações móveis, bem como
oferecer dispositivos de Voz sobre protocolo IP (VoIP) e serviços
compatíveis com a tecnlogia Wi-Fi", está na página 8 do prospecto, referente
a "Riscos e Ameaças".
O reconhecimento do WiMAX como ameaça concorrencial (também apontada na
página 88 do documento), dá um panorama da realidade no interior de um
operador móvel que não dispõe de uma licença de WiMAX. No próprio documento
da Virgin, os advogados salientam que, entre outros fatores de risco, hoje
em dia se pensa que é mais oneroso implantar uma operação de MVNO do que de
WVNO (wireless virtual network operator).
O mais curioso, no entanto, a respeito da nota sobre a pressão do WiMAX no
mercado de comunicação móvel é a frase final do documento da Virgin: "Não há
nenhum acordo em curso que nos dê acesso às tecnologias nascentes". A Virgin
Mobile USA é gerida pela Sprint Nextel e utiliza a rede desta para oferecer
seus serviços em MVNO. Poderia se pensar que as relações com a Sprint
deveriam fornecer pleno acesso da Virgin à futura rede de WiMAx da Sprint
Nextel. Além disso, o perfil de assinantes da Virgin nos EUA comprovam real
interesse pela rede WiMAX da Sprint.
Segundo o documento apresentado à SEC, os assinantes da Virgin (que eram
cerca de 4,5 milhões, em dezembro de 2006) são early-adpters das novas
tecnologias e empregam serviços móveis de dados a taxas mais altas do que o
usuário wireless médio. Em 2006, os serviços além-da-voz representaram 17%
da receita da Virgin, ou cerca de 5% mais que a média da indústria sem fio,
que foi de 12%, segundo o Yankee Group.
Se a falta de uma licença de WiMAX é o principal fator de apreensão para os
operadores móveis, talvez represente a grande oportunidade para os
operadores de WiMAX fornecerem serviços através de redes virtuais. Redes de
WVNO começam a ser projetadas na Europa.