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Fonte: e-Thesis
[29/10/08]  
MVNO: solução para melhorar a imagem? - por Jana de Paula   

A perspectiva de abertura de consulta pública sobre as MVNO pela Anatel até o final de 2008, movimenta grandes fornecedores de soluções customizadas. Neste Futurecom a sigla que define empresas que alugam banda de outras redes está presente nas palestras e nas novas ofertas dos provedores. Ericsson e Telcordia, por exemplo, a primeira fornecedora de infra-estrutura, e a outra especializada em software, apontam que já está na hora de as operadoras que possuem rede pensar em alugar parte de sua capacidade.

De acordo com alguns analistas de mercado, talvez seja prematuro para as grandes operadoras, ainda preocupadas em ampliar sua base de assinantes, pensar em sublocar sua capacidade. Mas esta é uma visão no mínimo superficial do caso. Como lembra o analista Luis Minoru, da consultoria mundial Ipsos, a adesão ao MVNO pode significar a solução para um dos principais problemas das grandes operadoras - a incômoda posição nos primeiros lugares do ranking de reclamação do consumidor.

Jesper Rhode, VP de multimídia da Ericsson, corrobora desta opinião e cita um exemplo anônimo de uma operadora européia que através de sua operadora virtual obteve 92% de satisfação de sua base de assinantes, enquanto na prestação direta de seus serviços não teve mais do 65% de aprovação da clientela.

A tendência do chamado co-branding é bastante forte no mercado local. Segundo pesquisa divulgada hoje pela Ericsson, há bastante interesse em serviços de valor agregado, como transferência de créditos entre celulares de parentes, amigos etc; transferência de fundos; e um tipo de patrocínio que reduza até zero o custo de aplicações básicas como SMS, por exemplo.

Os executivos da Telcordia presentes ao Futurecom concordam que as MVNO se casam bem com o processo de personalização crescente dos serviços, seja para a base pré ou pós-paga. Tendo a Oi como principal cliente, onde a base pré-paga é a maioria, a companhia com sede nos EUA e presença local, aposta no crescimento do interesse pelas operadoras brasileiras em alugar capacidade.

As soluções podem variar do interesse da operadora em controlar as chamadas realizadas pela parceira virtual até a oferta de conteúdo (também fornecido através de parcerias) para o usuário final.

A necessidade de atrair novos clientes, fidelizar a base conquistada e aumentar a agilidade do time-to-market são fatores que podem levar as operadoras a pensar nas MVNO mais como parceiras do que como inimigas. Este processo não é simples e mesmo nos mercados maduros onde é forte a penetração da mobilidade, as MVNOs tiveram que criar modelos de negócios bastante competitivos para conquistarem posições, os casos da Blyk e da Virgin.

Mas, como lembrou Caetano Notari, diretor de consultoria da Ericsson do Brasil, já é hora de as operadoras pensarem seriamente em segmentação e serviços como m-payment, m-advertising, co-branding etc. A taxa de penetração da telefonia móvel já atinge 73% da população, enquanto a da telefonia fixa parece ter se estabilizado em 39%. Numa base de assinantes predominantemente pré-paga, não se pode mais pensar que este público, por estar predominantemente situado nas classes mais baixas, enxerga o celular como um aparelho para serviços de voz.

"É equivocada a idéia de que o usuário pré-pago só se interessa pelos serviços básicos. E do mesmo modo é enganosa a segmentação simplista de pré e pós-pago", adverte Notari, com base na pesquisa realizada pela Ipsos sob encomenda da Ericsson.

"A entrega de serviços interativos tem um papel chave na direção da fidelidade do cliente, através de personalização, em tempo real. Para atingir este objetivo, as operadoras devem adotar a atitude de conectar seus clientes de maneiras que transcendam a instalação de torres e fibra óptica e entenderem, de fato, o estilo de vida de seu cliente", disse Pat Mc Carthy, VP de marketing de entrega de serviços de marketing da Telcordia.

Leia mais sobre a pesquisa da Ericsson/Ipsos aqui