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Fonte: Convergência Digital
[18//11/10]
Contra a área técnica, Anatel libera MVNOs para as teles - por Luís Osvaldo
Grossmann
Ao aprovar o regulamento para o serviço de telefonia móvel virtual ou MVNO no
jargão do setor, nesta quinta-feira, 18/11, a Anatel defendeu que esse tipo de
operação vai ampliar a competição no setor, mas as regras permitem que empresas
pertencentes ao mesmo grupo econômico das atuais prestadoras também possam se
tornar operadoras virtuais - um exemplo - a Net Serviços, coligada da Claro, e
que tem a América Móvil como acionista - poderá, se quiser, atuar no segmento.
Essa liberação foi proposta pelo conselheiro João Rezende e aprovada pela
maioria do Conselho Diretor. Para Rezende, isso “vai aproveitar as sinergias
existentes dentro de um mesmo grupo econômico”. Ou seja, potenciais pacotes de
múltiplos serviços que incluam celular.
Quando propôs a proibição de que as operadoras fossem controladoras, controladas
ou coligadas das virtuais, a área técnica da agência deixou claro o temor de que
“caso fosse permitida a atuação dos atuais prestadores nesse mercado, seria
verificada uma integração vertical, o que demandaria uma maior regulação por
parte da Anatel no sentido de estabelecer condicionamentos para o transcorrer da
exploração”.
O alerta não influenciou o Conselho Diretor, que permitiu esse “cruzamento”, mas
não lembrou de estabelecer qualquer condicionante que evite, como previa a área
técnica, “problemas concorrenciais, como imposições de barreira a entrada”.
Ao contrário, como destacou Rezende ao apresentar o novo regulamento, “o
credenciado não tem relação direta com a Anatel”. Um bom exemplo é o potencial
interesse da GVT em ser uma MVNO. Será que as teles móveis vão abrir suas redes
à concorrência sem a imposição de condicionantes?
Diferentemente da área técnica, o Conselho Diretor da Anatel não vê riscos de
que a atuação direta das atuais operadoras bloqueie novos interessados no
mercado da telefonia móvel. “Não acredito que as operadoras vão recusar
contratos com grandes varejistas, por exemplo”, sustenta João Rezende.
Resta saber se as empresas estarão mesmo dispostas a fechar contratos de
compartilhamento de rede, quando há uma demanda crescente por capacidade e
qualidade para a oferta de produtos de dados, alvo potencial do jogo da
rentabilidade. Além disso, há também uma questão séria: a carência de espectro
diante da grande penetração do serviço no país – a própria Anatel festejou o
fato do Brasil já contar com mais de um celular por habitante.
O antídoto para isso estaria na promessa de novas ofertas de radiofrequência.
“Teremos leilões de espectro. Vem aí o leilão da Banda H, da faixa de 2,5 GHz e
o LTE”, afirma João Rezende. Não deixa de ser um argumento curioso, até porque o
único dos leilões com data prevista é o da Banda H, a ser realizado em dezembro.
E pelas regras, as atuais operadoras só terão chances de adquirir novas
frequências caso não apareça nenhum novo interessado no mercado móvel.