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Leia na Fonte: e-Thesis
[27/04/11]  Brasil já tem MVNO e MVNE e terá uma MVNA - por e-Thesis

Dois meses após a criação da primeira operadora de rede móvel virtual (MVNO) no país, foi fechado acordo para a criação da primeira MVNE, ou operadora de rede móvel que capacita à criação de outras redes semelhantes. O acordo foi feito entre a TIM e a Sisteer, francesa, que já atua no mercado de Mobile Virtual Network Enabler na Europa. Pelo acordo, a Sisteer vai operar como MVNE, ou seja, realizará conexão entre a operadora móvel virtual e a rede da TIM para viabilizar os serviços de chamadas de planos pré e pós pagos, SMS e dados. A parceria permitirá às MVNOs utilizarem todos os serviços móveis de telecomunicações no Brasil e no exterior. As empresas pretendem anunciar a primeira operadora móvel virtual da parceria nos próximos meses.

Porto Seguro e Datora Telecom, que compõem a Porto Seguro Telecomunicações S.A, a primeira MVNO brasileira, anunciaram a escolha da Ericsson para desenvolvimento e instalação de toda sua plataforma de telefonia. A nova operadora, que deve iniciar as atividades até o final desse ano, pretende agregar serviços a clientes e corretores da seguradora, oferecendo os benefícios da telefonia móvel.

Italo G. Flammia, diretor de Tecnologia da Informação da Porto Seguro lembra que " a MVNO foi criada para agregar serviços diferenciados a seus clientes e corretores e aproveitar a possibilidade de convergência com outros produtos da seguradora, além de otimizar a gestão interna de custos com telefonia celular". A companhia possui 8,5 milhões de itens segurados, dos quais 3,8 milhões são veículos.

A Ericsson fornecerá todos os softwares e hardwares para a plataforma tecnológica e customizará as soluções complementares. A fabricante sueca acredita que as operadoras virtuais móveis criarão novas oportunidades de negócios, principalmente, para as grandes empresas que buscam promover inovação, convergência de produtos e serviços com mobilidade, geração de novas receitas e fidelização da base de clientes. A previsão de analistas do mercado é de que as MVNO's atraiam no país 16 milhões de assinantes e US$ 1 bilhão de faturamento, em cinco anos.

Jesper Rhode, diretor de Inovação da Ericsson para a América Latina acrescenta que afirma "os modelos de negócios das MVNOs são sempre diversificados e dependem muito do mercado onde eles acontecem, dos objetivos da empresa, do posicionamento da marca, das condições e das capacidades". A Ericsson pretende expandir a sua parceria com a Datora Telecom, fortalecendo a operação de Agregadora de Operadoras Virtuais Móveis (MVNA) da empresa, para viabilizar o desenvolvimento de novas MVNOs para empresas de todos os setores da economia.

O Brasil conta atualmente com mais de 200 milhões de celulares em atividade. Segundo o consultor de estratégia da Table Partners, Michel Hannas, a privatização do setor em 1998, associada à concessão de novas licenças para outros operadores privados, transformou as telecomunicações no Brasil e possibilitou que o país chegasse a esse patamar, no qual o número de celulares é maior do que a população.

Mas para Hannas, a ndústria pode fazer mais pelo setor ao desenvolver novos modelos de negócio para ampliar a penetração do serviço de telefonia móvel. "Esta é uma indústria marcada por inovação, tanto em termos tecnológicos, quanto em modelo de negócios e estrutura da indústria. Tudo isto contribuiu para trazer o serviço até sua atual penetração. Mas hoje, mesmo com uma densidade de mais de 100% de linhas celulares em 2010, o Brasil ainda está atrás de vários países emergentes como Chile e Argentina", afirma.

Segundo o consultor, um dos exemplos dessa defasagem é o fato do Brasil ter um dos custos de serviço para os usuários mais caros do mundo. "Se a taxação do serviço for reduzida, levando a tarifas menores, a mobilidade chegará a um número maior de brasileiros", afirma. E uma das iniciativas que pode possibilitar esta realidade e vem movimentando tanto operadoras de celular quanto empresas, são justamente as MVNO.

A revenda de serviços móveis por meio das MVNOs foi regulamentada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em novembro do ano passado. De acordo com a Anatel, é esperado que em até três anos o mercado de operadoras virtuais passe a representar de 20% a 30% da telefonia móvel nacional. Só no primeiro trimestre deste ano, a agência recebeu vinte pedidos para homologação ou autorização de MVNOs.

"Ao analisarmos os mais de 500 casos de sucesso e fracasso no mundo, fica claro que o sucesso depende de uma série de fatores, como o ambiente regulatório e competitivo, o posicionamento das MNOs - as redes móveis das operadoras incumbents -, as estratégias de entrada e os modelos de negócio das MVNOs, além de uma execução impecável em marketing, customer care, vendas, operações e distribuição", completa Hannas.