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Leia na Fonte: Teletime
[13/09/11]
Para MVNO deslanchar é preciso baixar VU-M, defende TelComp - por Helton
Posseti
O alto valor da VU-M talvez explique porque as operadora móveis ainda não tenham
se interessado mais fortemente pelo modelo de MVNO. Para a TelComp, as
operadoras móveis hoje não têm estímulo para buscar novas fontes de receita, uma
vez que cerca de 30% da receita das teles móveis vêm das companhias fixas,
através da tarifa de interconexão.
Isso explica, segundo o diretor executivo da TelComp, João Moura, porque só a
TIM até agora tenha fechado parceria com uma futura operadora virtual.
Diferentemente das outras teles móveis, a TIM não tem a operação fixa, o que a
torna ainda mais depende da receita com interconexão. Quando a VU-M cair, o
impacto será maior para a TIM, já que ela não tem o braço fixo que seria
beneficiado pela redução.
“O grande desafio é trazer para a mesa as operadoras dominantes que estão com as
redes ocupadas nas grandes cidades e têm o benefício da tarifa de interconexão,
que causa uma distorção no mercado”, diz ele. Segundo ele, na Europa as MVNOs
apareceram ao mesmo tempo em que os órgãos reguladores começaram a reduzir a
tarifa da VU-M.
Já está no Conselho Diretor da Anatel, sob relatoria do conselheiro Jarbas
Valente, uma proposta de redução gradativa do VC1 (tarifa de público para
chamadas locais), que geraria um impacto sobre o preço da VU-M. A queda
pretendida pela Anatel é de 20%. Além disso, a agencia quer obrigar as
operadoras que têm redes fixas a praticarem preços isonômicos de VU-M entre suas
subsidiárias móveis e as demais teles fixas.
A conselheira da Anatel Emília Ribeiro também concorda que a redução da VU-M
pode dar um impulso ao número de interessados na operação virtual, mas por
outros motivos. Ela diz que o alto custo para terminar a chamada na rede das
móveis é um fator importante que deve ser levado em consideração na montagem dos
modelos de negócio.
Segundo a conselheira, há dois pedidos de MVNOs no modelo credenciado de duas
instituições de ensino de São Paulo. Até agora, a Anatel já autorizou a operação
no modelo de autorizada da Datora Telecomunicações e da Porto Seguro
Telecomunicações, que ainda não entraram em operação comercial. Segundo a
conselheira, há vários interessados no modelo e o ano de 2012 será o ano em que
os projetos vão "sair da gaveta".
A Caixa Econômica Federal, segundo Emília, está estudando como aplicar o modelo
de MVNO para que os beneficiários do Bolsa Família possam resgatar seu benefício
em comércios locais sem que tenham que se deslocar até uma agência bancária.