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Fonte: Meio Bit
[09/08/13]
MVNO: Será
que funciona no Brasil?
Muitas formas de negócio nascem diariamente, algumas acabam vingando e se
tornando muito rentáveis enquanto outras não passam do estágio embrionário. O
MVNO (de Mobile Virtual Network Operator, no inglês, ou Operadora Móvel com Rede
Virtual, em tradução livre) é um desses negócios, que pode dar muito certo, caso
seja feito de maneira adequada, ou pode ser um tiro n’água, caso não seja bem
direcionado.
Essas operadoras móveis virtuais têm como objetivo usar a rede das operadoras
tradicionais para atingir nichos específicos de cliente, agregar serviços
diferenciados ou até mesmo simplesmente revender pacotes de serviços
convencionais de outras formas. Resumidamente, são empresas que fazem parcerias
com as operadoras tradicionais para usarem sua infraestrutura de rede e afins
para criar novas utilizações para essa mobilidade nas quais as operadoras
tradicionais não tem interesse ou não podem atender.
A princípio existem três maneiras de uma MVNO operar:
1) Atuando como uma simples revenda, colocando sua marca no serviço e deixando
todo o resto para a operadora;
2) Além da marca, oferece serviços e aplicativos próprios, utilizando da
operadora tradicional os sistemas de tarifação/cobrança e a infraestrutura de
rede; e
3) Usa apenas a rede da operadora tradicional, se ocupando de todo resto do
negócio, da marca até o faturamento.
Por enquanto, pelo menos no Brasil, o uso mais claro das MVNO é no M2M (Machine
to Machine), um exemplo disso são as maquininhas de cartão de crédito/débito
móveis, aquelas que o cobrador de pizza leva na sua casa na hora para você poder
usar no Vale Refeição. Muitas vezes elas usam a rede de alguma operadora
tradicional, mas quem faz todo gerenciamento desse uso é uma MVNO. Elas que
fecham planos com os estabelecimentos, que fazem todo processo de pós-vendas,
que habilitam ou cancelam novos simcards ou linhas e etc. A Oi/Claro/Vivo/Tim
apenas cede as suas torres para que máquina funcione.
Teoricamente as opções de uso das redes que uma MVNO tem são bastante vastas. Na
prática poucas deram realmente certo. Fora essa questão do M2M, outra opção de
uso bem sucedida é na parte de rastreamento de veículos, chips próprios são
instalados em frotas de veículos (geralmente táxis ou caminhões de entrega) para
fácil localização e uma gestão melhor de tempo. São campos onde a telefonia
móvel é bastante útil, porém as operadoras às vezes não percebem essas
utilizações ou até mesmo preferem não atuar. Então se torna também lucrativo
para as operadoras, uma vez que elas ganham receita nessas parcerias sem fazer
basicamente nada além da manutenção das suas próprias redes.
Duas empresas já operam no Brasil usando essa forma de negócios. A primeira é a
Porto Seguro, que opera utilizando a rede da Tim, começou seus trabalhos em
agosto de 2012. A outra é a Datora Telecom, que começou em novembro de 2012.
Ambas iniciaram suas operações trabalhando com o M2M, mas pretendem ampliar essa
parceria para novas áreas, como M2M de medição industrial, segurança patrimonial
para smart meter, rastreamento de veículos, telemetria, entre outras. Esse
segmento também atrai muitas empresas estrangeiras, das que já demonstraram
interesse estão: Virgin Mobile, Tesa Telecom, Algar Telecom e Sisteer.
Essa forma de parceria tem vantagens para todos os lados. O cliente final ganha
pois, com a entrada dessas operadoras virtuais, a concorrência aumenta e com
isso a tendência é que novos serviços sejam ofertados ou ainda serviços
convencionais sejam revistos, melhorando sua customização ou até mesmo seu
preço. Por outro lado, é uma questão delicada, uma vez que sabemos que as redes
das operadoras tradicionais hoje já estão praticamente saturadas, com constantes
apagões e estabilidade duvidosa. Será que elas aguentariam outras utilizações
além das atuais? No começo não veríamos muitos problemas, pois o M2M costuma ter
uma utilização mais modesta da rede, sem grandes tráfegos de informação, mas com
a evolução dessas parcerias, todos os acordos deverão ser revistos para que, ao
invés de nos trazer soluções, o MVNO nos traga ainda mais complicações.
Para maiores informações, acesse o
portal da Teleco
sobre o MVNO.