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Fonte: Teletime
[30/04/14]
México espera ter milhares de MVNOs de quarta geração em 700 MHz - por
Fernando Paiva
O México está protagonizando uma revolução em gestão de espectro para serviços
móveis desde que incluiu em sua Constituição que a conectividade é um direito
fundamental de seus cidadãos. Uma das primeiras medidas concretas tomadas neste
novo cenário será a escolha de um operador atacadista que cuidará da
implementação da rede 4G em 700 MHz. Esta empresa deterá toda a faixa de
frequência, composta de dois blocos de 45 MHz, e ficará encarregada de revender
o espectro para operadoras móveis virtuais (MVNOs) para que estas prestem o
serviço de conectividade aos consumidores. A expectativa dos reguladores
mexicanos é que esse modelo atraia milhares de MVNOs para o país, disse o chefe
de política regulatória do Ifetel, Luis Lucatero, durante palestra no LTE Latin
America, evento realizado nesta quarta-feira, 30, no Rio de Janeiro. "Pensamos
que é possível ter mais de mil MVNOs rapidamente. Serão operadoras de caráter
local, municipal, de M2M (machine-to-machine), corporativas, de distribuição de
conteúdo etc.", exemplificou Lucatero. O vencedor da licitação terá que tratar
todas as MVNOs de maneira não-discriminatória e vender o acesso também para uma
operadora virtual do governo para fins de segurança nacional.
As regras para a seleção do operador atacadista estão em discussão e a licitação
deve acontecer em novembro. A empresa vencedora não poderá atuar no mercado
varejista, ou seja, não poderá vender serviços móveis para os usuários finais,
apenas para MVNOs. Ela poderá utilizar prédios do governo para instalar seus
sites e terá metas agressivas de cobertura. Segundo Lucatero, mais de dez
investidores se interessaram em participar dessa licitação, a maioria fundos de
pensão e investidores do setor de infraestrutura de transportes, como portos e
rodovias.
O México tomou a decisão de entregar toda a faixa de 700 MHz para um mesmo
consórcio por entender que essa seria a melhor maneira de garantir um bom
serviço de banda larga móvel no país, em vez de dividir o espectro em vários
blocos pequenos e distribuí-los entre as teles, o que geraria redes duplicadas.
"Descobrimos que os canais de 5 MHz não são suficientes para banda larga móvel.
Se queremos serviços de vídeo móvel com qualidade, precisamos de canais de pelo
menos 15 MHz", disse.
Lucatero acredita que o projeto de construção dessa rede única em 700 MHz
movimentará aproximadamente US$ 8 bilhões em cinco anos. O backbone a ser
utilizado pela operadora atacadista deverá ter cerca de 2 milhões de km de
extensão, o que garantirá que não haja nenhum ponto do país a mais de 40 km de
distância da fibra. A expectativa é de que a rede em 700 MHz esteja em operação
comercial em meados de 2015. "Nunca foi feito algo assim no mundo. É a primeira
vez que se definiu um operador atacadista desde o princípio, sem uma rede legada
e proibido de vender para o consumidor final", disse o executivo.