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Fonte: Mobiletime
[13/08/14]
Correios aguardam italianos para formar empresa que constituirá MVNO - por
Bruno do Amaral
A formação da joint-venture dos Correios do Brasil com o da Itália (Grupo Poste
Italiane) que constituirá a operadora móvel virtual (MVNO) brasileira está em
modo de espera por causa do "Il Ferragosto", o período de férias dos italianos,
e só deverá ter lançamento comercial no primeiro semestre de 2015. Segundo
informou o vice-presidente de tecnologia e infraestrutura da empresa, Antônio
Luiz Fuschino, a discussão com a entidade italiana já foi concluída, mas falta
formalizar documentos que permitirão a criação da nova empresa. "Falta o
fechamento dos dois documentos de acordos de acionistas e de investimento",
disse ele nesta quarta-feira, 13, após apresentação no 20º Congresso de
Informática e Inovação na Gestão Pública – Conip 2014, em São Paulo.
Fuschino diz que, "no máximo na primeira quinzena de setembro", esses dois
documentos serão fechados com os correios italianos. Aí, sim, a empresa será
criada, com participação societária de 50% + 1 para o Grupo Poste Italiane, que
já tem representação no Brasil como uma companhia privada. "Se fosse uma empresa
pública, precisaria de licitações e concursos públicos para funcionários",
explica.
Com investimento de R$ 150 milhões "mais em serviços e pouco em Opex", Fuschino
espera que a nova empresa (que ainda não tem nome) já possa dar entrada logo com
a licença de operação na Anatel, um processo que levaria seis meses, pelo menos,
para depois realizar um piloto. Uma vez formada essa nova entidade, poderiam
fechar com alguma tele que forneceria os serviços. "Temos conversado muito com
operadoras, todas demonstraram interesse, algumas mais que outras", afirma. "A
possibilidade de vender chip em mais de 10 mil postos de atendimento os atrai",
comenta. Ele diz que não haveria interesse particular da TIM por conta da
presença italiana na futura MVNO, já que a parceira do Grupo Poste Italiane na
Europa é a Vodafone, e não a Telecom Italia.
Serviços agregados
Fuschino diz que espera também sinergias com o Banco Postal, instituição
financeira dos Correios, que seria um dos serviços agregados na oferta do
serviço. "Queremos levar as principais transações do Banco Postal no chip, como
consultas e transferências. Isso alavanca para o mundo de telecom e o
financeiro", declara.
Outra aplicação para a MVNO seria interna: os Correios planejam utilizar o
acordo para equipar carteiros (que já usam smartphones em um projeto de
tecnologia da empresa) e para Internet das Coisas. Segundo o vice-presidente de
tecnologia e infraestrutura da entidade, os Correios têm trabalhado com a
Polícia Federal para instalação de chips para rastrear pacotes em caso de roubo
ou assalto em "áreas de risco". Ele garante, no entanto, que a ideia da
operadora virtual é de atuar com o consumidor final, e não com o mercado de
máquina-a-máquina.