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Fonte: Tele.Síntese
[13/08/14]
Lançamento comercial do serviço MVNO dos Correios só em 2015 - por Fatima
Fonseca
A aprovação pelos acionistas do Grupo Poste Italiane para firmar a joint venture
com a ECT para operar o serviço móvel de rede virtual (MVNO) no Brasil deve
ocorrer em setembro, o que vai gerar um atraso no cronograma de constituição da
empresa. Com isso, a previsão inicial, de lançar o serviço comercialmente no
final deste ano não deve acontecer. “A expectativa é que esse lançamento
aconteça no primeiro semestre de 2015. Estamos no fechamento de dois documentos,
o acordo de acionistas e o acordo de investimentos e, como nesta época na Europa
é um período de férias, devemos fechar esses acordos só em setembro. A partir
daí é que vamos constituir a operadora”, informou hoje (13) Antônio Luiz
Fuschino, vice-presidente de Tecnologia e Infraestrutura da ECT.
“Não há mais nada de relevante sendo discutido. Após a assinatura, a joint
venture (ainda sem uma marca) entrará com o pedido de licença na Anatel e a
expectativa é que obtenha a autorização em seis meses”, acrescentou. Em seguida,
será feito um piloto e intensificadas as negociações com as operadoras. Os
investimentos serão em torno de R$ 150 milhões. A joint será constituída por 51%
do grupo italiano e 49% dos Correios. O estabelecimento de mais 1% para os
italianos se deve ao fato de ser uma empresa privada. Se a empresa fosse
controlada pela ECT teria limitações até para se contratar funcionários, por ser
uma empresa pública e exigir concursos e outras medidas burocráticas. De acordo
com Fuschino, todas as operadoras já foram procuradas e demonstraram interesse
em negociar com a a futura MVNO.
Ele avalia que não haverá problema na negociação com as operadoras para o uso da
rede. “A possibilidade de vender chip em mais de dez mil pontos de atendimento
pode fazer diferença no market share, portanto, é um projeto atrativo para
elas”, afirmou. O vice-presidente da ECT acredita também que haverá muita
sinergia entre o negócio da MVNO e do Banco Postal. “A ideia é levar, nesse
chip, as principais transações do Banco Postal embarcadas de modo que, em
qualquer aparelho, o cliente possa fazer consultas, pagamentos. Seria uma
alavanca no mundo telecom e no mundo financeiro uma possibilidade concreta de
redução de custo.”
O acordo entre a ECT e o Grupo Poste Italiane para operar o MVNO foi firmado em
fevereiro. Pelo acerto, a joint venture será criada com base na experiência da
italiana Poste Mobile – braço de MVNO do Correio italiano, criado em 2007 e com
mais de três milhões de clientes.
Internet das Coisas
Fuschino aponta sinergias também com os serviços já implementados pelos
Correios, com mobilidade e no conceito de Internet das Coisas (IoT). Em uma
palestra realizada na tarde de hoje no Conip (Congresso de Informática, Inovação
e Gestão Pública) que se realiza em São Paulo, ele relatou algumas das
experiências para rastreamento dos produtos . O projeto envolve a automatização
de triagem, códigos de barra e o uso de smartphones pelos funcionários. “Hoje,
os carteiros do serviço Sedex 10 usam smartphones e registram no aparelho as
informações, lançadas automaticamente no sistema. Antes, tinham uma lista que
tinha que ser lançada no sistema”, contou.
O resultado, destacou, é ganho de eficiência operacional, redução de custo com
mão de obra e com processos, estimados em R$ 51,5 milhões ao ano. Outra
iniciativa no conceito de IoT é a instalação de terminais de autosserviço – o
destinatário define o terminal, o carteiro deposita a encomenda no local e envia
um SMS para que a mercadoria seja retirada naquele terminal. O piloto está sendo
realizado em Brasília, onde será instalado mais um terminal; São Paulo e o Rio
de Janeiro terão oito terminais cada, e Curitiba, quatro. A ideia é que esses
terminais funcionem em locais de grande circulação com shopping centers, metrô e
aeroportos.