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Fonte: Convergência Digital
[11/02/15]
Concorrência acirrada deixa pouco espaço para MVNOs - por Luís Osvaldo
Grossmann
Desde 2010 o Brasil abriu espaço para as ‘operadoras virtuais’, empresas que
prestam serviços de telecomunicações a partir do “aluguel” de redes de outras
prestadoras. Até aqui, há meia dúzia das chamadas MVNOs atuando no país. Número
que, para o superintendente de Competição da Anatel, Carlos Baigorri, só
surpreende quem não atenta para características do mercado brasileiro.
“Não vejo no mercado brasileiro, onde tem competição forte entre quatro
operadoras, espaço para MVNO em pré-pago, por exemplo. As margens do setor já
são pequenas. Não vai conseguir competir em preço em cima da rede de outro”,
avalia Baigorri, que tratou do tema nesta quarta, 11/2, em reunião do Conselho
Consultivo da Anatel.
“É uma atuação de nicho, mas vejo muita dificuldade na identificação desses
nichos de mercado. Tanto que vários acordos foram anunciados que não conseguiram
deslanchar. Na prática exige que se identifique algum segmento onde as grandes
operadoras não atendem bem”, acredita.
Ele cita operações como da Vodafone, que tem uma operação específica em M2M.
“Pegou um nicho de mercado que as grandes empresas não tem condições de explorar
adequadamente. A Porto Seguro, por exemplo, tem uma proposta de valor de
atendimento diferenciado, ela faz bundle com outros serviços, dá descontos”,
enumera o superintendente.
No debate no Conselho Consultivo, foi lembrado que quando da elaboração do
regulamento das operadoras virtuais, chegou a ser cogitada a obrigação de oferta
de acordos de MVNO pelas maiores do setor. “Teve uma discussão se MVNO deveria
ser oferta obrigatória a quem tem poder de mercado, mas não vejo como isso seria
bom. A relação entre MVNO e MNO é uma simbiose onde uma agrega valor a outra, se
obriga um a aceitar isso, tira essa simbiose.”