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Fonte: Tele.Síntese
[14/10/15]
Uma
MVNO para MVNOs ("Foco: as igrejas evangélicas") - por Lia Ribeiro Dias
A Surf Telecom começa a operar no primeiro trimestre de 2016. No seu foco, as
igrejas evangélicas ligadas à mídia e o público jovem das classes C/D.
Com plano de negócios de chegar a 6 milhões de assinantes em cinco anos, a Surf
Telecom começa a operar no Brasil no primeiro trimestre de 2016 por São Paulo,
Rio de Janeiro e Brasília, como uma MVNO (Mobile Virtual Network Operator) da
TIM e investimento de R$ 50 milhões. “Consumimos três anos no projeto, que vai
ser autossustentável em seis meses”, comenta Yon Moreira da Silva Jr, que não
tem nenhuma preocupação em repetir a trajetória frustrada de outras MVNOs.
“Nosso projeto é sólido”, anuncia o principal executivo da nova operadora.
A segurança demonstrada pelo executivo, que construiu sua carreira profissional
na indústria de telecom, vem apoiada no tempo dedicado ao estudo do mercado de
MVNO no mundo e também à sua experiência à frente da Movicel, operadora de
Angola, onde trabalhou por dois anos atendendo uma população em sua maioria de
baixo poder aquisitivo. O modelo de negócios da Surf Telecom se baseia em três
públicos-alvo: MVNOs credenciadas, que não vão precisar enfrentar a burocracia
regulatória para obter sua licença nem os desafios técnicos; o segmento de M2M;
e os jovens das classes C/D, os jovens do “rolezinho”, que precisam de planos
dados robustos, mas baratos.
Licença de autorizatária
Para chegar as MVNOs frustradas ou que não querem enfrentar os desafios
regulatórios e técnicos, a Surf conta com uma licença de autorizatária obtida na
Anatel que lhe abre as portas para o atendimentos dessas empresas. Resolve para
essas empresas essas dificuldades que emperraram muitos negócios de MVNOs.
“Temos várias negociações em andamento”, conta Yon. No seu alvo, estão as
igrejas evangélicas ligadas a grupos de mídia, com um elevado público potencial.
O segundo segmento de mercado é uma aposta dos investidores da Surf. Seus
executivos avaliam que as celulares não construíram um modelo de negócios capaz
de atrair segmentos do M2M como o de controle de frota e o de smart grid. Com
custos menores, proporcionados pelas assimetrias regulatórias (como entrante, a
Surf não tem Poder Significativo de Mercado em nenhum mercado) e por uma
plataforma em nuvem da Elephant Talk, Yon diz que a empresa terá condições de
montar modelos de negócios atrativos para M2M. Some-se a isso as condições
negociadas de uso de rede da TIM. A Surf usará subfaixas de frequência da
própria TIM e suas torres, pagando por volume de dados e voz utilizado.
Finalmente, pelos mesmo motivos também terá condições de oferecer planos
agressivos de dados para jovens heavy users de baixa renda. Do ponto de vista de
receita, este não será seu público mais importante, mas Yon quer atendê-lo de
forma diferenciada.
Da direção da Surf, cuja sede está em São Paulo, fazem parte também Luiz
Quintão, responsável pela área de tecnologia e rede e ex-Brasil Telecom, e Davi
Fraga, diretor de marketing, ex-Vivo e ex-Movicel. Alberto Blanco, CEO da Riot,
uma agência digital, está cuidando do lançamento da marca. Blanco foi diretor de
marketing da Oi.