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Fonte: Segs
[28/06/16]
Nova onda de MVNOs na América Latina pode aumentar a carga nas redes celulares
O modelo de negócios das Operadoras Móveis Virtuais (MVNO) está, novamente,
passando por um momento de grande interesse da região, graças aos diversos
fatores em destaque, em países como Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México,
Peru, entre outros. Considera-se Operadora Móvel Virtual aquela empresa que
oferece serviços móveis aos seus clientes, no entanto não conta necessariamente
com infraestrutura de rede própria e nem com licença para exploração de espectro
radioelétrico, e por isso, alugam capacidades das operadoras móveis com rede
própria (denominadas, em inglês, MNO – Mobile Network Operator).
“Recentemente pode-se observar uma nova onda de interesse neste modelo, em parte
como uma tentativa dos governos em aumentar a concorrência do setor. Sobretudo,
frente ao crescente número de leilões de espectro, onde os blocos reservados
para novas operadoras ficam desertos ou são fornecidos para empresas que não
possuem capital financeiro suficiente para lançar serviços comerciais MNO no
curto prazo”, disse José Otero, Diretor da 5G Americas para a América Latina e
Caribe.
Estudos de diversas consultorias estimam que o mercado global de MVNO faturará
entre U$ 70 – 90 bilhões em 2023. A consultoria de inteligência Ovum, por
exemplo, estima que alcançará U$ 45 bilhões em 2019. No entanto, não podemos
deixar de lembrar que a importância das MVNOs na indústria de telecomunicações
no mundo é relativa. De acordo com a Ovum, a média de participação de mercado
das operadoras móveis virtuais em todo o mundo é, somente, de 3%.
Contudo, não devemos perder de vista que as MVNOs podem oferecer serviços
somente em áreas onde já existe infraestrutura de rede de outras operadoras (MNO)
que podem, por sua vez, alugar capacidade. Em outras palavras, a existência de
operadoras móveis virtuais não implica em um avanço em termos de cobertura de
serviço. E, por outro lado, ao agregar tráfego na infraestrutura das operadoras
móveis existentes, tornam mais complexas as administrações das redes para as
operadoras, podendo, inclusive, gerar situações de saturação das redes.
“Para preservar o correto desempenho e inovação dos serviços móveis oferecidos
no mercado, é preciso que o incentivo às MVNOs seja acompanhado por políticas
claras e um cronograma definido para a alocação de frequências de espectro
radioelétrico às operadoras de rede, como também processos simplificados para
facilitar a implantação de antenas e torres”, acrescentou Otero.