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Fonte: Tele.Síntese
[14/09/16]
Surf Telecom quer alugar seu core de rede para provedores que compraram
frequência em 2,5 GHz - por Lia Ribeiro Dias
O provedor vai ter apenas que instalar as antenas e se conectar à rede da Surf
Telecom. Ela vai cobrar por usuário conectado.
Um modelo de negócios inusitado no mercado brasileiro e que pode ser um ovo de
Colombo para os provedores regionais de acesso à internet que compraram
frequências na faixa de 2,5 GHz no leilão realizado em dezembro passado pela
Anatel, o primeiro na história da agência que contemplou frequências com
cobertura municipal. A Surf Telecom, uma operadora virtual de telefonia móvel
celular que começa sua operação comercial no país em janeiro de 2017 usando a
rede da TIM, quer oferecer a esses provedores o aluguel de seu core de rede,
cobrando por usuário conectado.
Ou seja, o provedor regional, para montar a sua rede de banda larga usando a
faixa de 2,5 GHz, se optar pela solução que começa a ser oferecida ao mercado
pela Surf Telecom, vai precisar comprar apenas as antenas para fazer cobertura
de sua cidade (ou cidades). O que reduz bastante o investimento numa rede 4G –
enquanto o custo de uma antena gira por volta de R$ 60 mil, a integração de um
core de rede, dependendo das funcionalidades agregadas, varia entre R$ 40
milhões e R$ 100 milhões. “Com as antenas instaladas, o provedor se pluga,
através de uma VPN, no core da nossa rede, que está em São Paulo. E nós vamos
fornecer as funcionalidades para atender ao seu cliente final”, explica Yon
Moreira da Silva Jr, CEO da Surf Telecom.
Os provedores regionais compraram as frequências para prestar o serviço SCM, ou
seja, de dados. Mas o edital do leilão já previa que poderão solicitar à Anatel
que essa licença passe a contemplar também o serviço SMP, de telefonia móvel
celular. Na avaliação de Yon Moreira, essa deve ser uma tendência. Entre as
funcionalidade que seu core de rede oferece, além de billing e CRM, está a
recarga de chip.
O que a Surf Telecom se propõe a oferecer para os provedores regionais – o novo
serviço foi lançado ontem durante o Encontro Provedores Regionais realizado em
Niteroi (RJ), pela Bit Social – é parte da sua oferta de MVNO ao mercado em
geral. A operadora, na verdade uma Mobile Virtual Network Enabler (MVNE), ou
seja, uma facilitadora de operações virtuais, esperava ter iniciado sua operação
comercial no final do primeiro semestre deste ano, mas decidiu prolongar os
testes em cliente por mais seis meses para garantir uma estreia sem nenhum tipo
de ruido.
Correios, primeiro cliente
A rede da Surf Telecom começa a operar em janeiro de 2017 em São Paulo, Minas
Gerais e Brasília, atendendo aos Correios, sua primeira operadora virtual. A
empresa venceu a licitação para fornecer a rede aos Correios que pretendem
atender, no primeiro ano de operação, a um milhão de clientes.
A Surf Telecom, que investiu R$ 50 milhões para montar a sua rede, já conta com
outros dois contratos de MVNOs: um com uma rede evangélica e outro com uma
agência digital voltada para o público jovem. Segundo Yon Moreira, o segmento de
provedores regionais de acesso à internet é um de seus públicos-alvo. Para eles,
tem dois modelos de negócios, além do aluguel do core da rede (no caso de quem
tem frequência em 2,5 GHz): co-branded e MVNO credenciada.