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Leia na Fonte: Teletime
[01/11/12]
Redes de cabo coaxiais de empresas com poder de mercado também estarão sujeitas
a unbundling - por Helton Posseti
O conselheiro Marcelo Bechara, relator da proposta do Plano Geral de Metas de
Competição (PGMC) no Conselho Diretor da Anatel, incluiu as redes de cabo
coaxial entre as redes que serão objeto das medidas assimétricas dentro do
mercado de rede fixa de acesso. São redes utilizadas por operadores de TV a
cabo, como a Net. Como o grupo Telmex é considerado PMS em redes de acesso em
algumas cidades, isso significa que as redes da Net terão que ser
compartilhadas.
Essa é uma das alterações do conselheiro em relação à proposta que veio do grupo
formado pela Anatel depois que a proposta voltou da consulta pública.
“Identificamos que essa infraestrutura já é realidade no mercado brasileiro,
implantada há bastante tempo e já amortizada”, diz ele. O compartilhamento da
rede de acesso coaxial é compulsório apenas para velocidades de até 10 Mbps. As
operadoras de cabo alegam que o unbundling total das redes é impossível.
Ainda no mercado de rede fixa de acesso, o conselheiro alterou a taxa de
transmissão mínima de 25 Mbps para 10 Mbps para abarcar uma maior quantidade de
redes de acesso. As redes de cabo coaxial, segundo o relator, por uma limitação
técnica estão fora da obrigação de apresentar oferta de referência para full
unbundling. Já as redes de cobre deverão apresentar ofertas de referência para
bit stream e full unbundling.
Telefônica, Telmex, Oi, CTBC e Sercomtel são as empresas com Poder de Mercado
Significativo (PMS) no mercado de rede fixa de acesso, sendo que a dimensão
geográfica desse mercado se dá por município. Por terem poder de mercado
significativa, ficam sujeitas a apresentar aos concorrentes uma oferta de
referência que precisa ser homologada pela agência. É a assimetria estabelecida
pela Anatel para tentar equilibrar o cenário competitivo. Caso a empresa não
apresente a oferta ou por algum motivo ela não seja homologada, estão prevista
medidas cautelares. No mercado de rede de rede fixa de acesso as cautelares são:
atendimento que corresponda a 20% da capacidade física e utilizar como valor de
referência um percentual do menor preço praticado no varejo pelo grupo.
EILD e backbone
No mercado relevante de rede fixa de transporte, Marcelo Bechara fez duas
alterações importantes. A taxa de transmissão mínima das redes sujeitas às
medidas assimétricas foi aumentada de 25 Mbps para 34 Mbps. Além disso, Bechara
flexibiliza a obrigação de instalação de Ponto de Troca de Tráfego (PTT). Pela
proposta aprovada, o PTT deve ser instalado nos municípios em que houver demanda
por interconexão classe V. Na proposta da área técnica, a obrigação era a
interconexão imediata ao PTT do NIC.Br. A proposta aprovada, entretanto, prevê a
construção do PTT. As empresas PMS nesse mercado são: Telefônica, Telmex, Oi e
Sercomtel. As cautelares previstas caso a empresa não cumpra as medidas
assimétricas são: garantir atendimento das solicitações que correspondam a 20%
da capacidade física da rede e garantir 50% do backhaul quando se tratar de
concessionária.
Como já era esperado, as redes de fibra (mesmo as apagadas) estão fora de
medidas assimétricas por nove anos. Isso foi feito para estimular a construção
de novas redes.
Dispensa
Os grupos detentores de PMS nos mercados relevantes de rede fixa de acesso e
rede fixa de transporte terão 180 dias para apresentar elementos de prova para
afastar a caracterização de PMS em determinadas regiões de alguns municípios.
No mercado de rede fixa de acesso, a Anatel identificou 117 municípios com
mercado mais desenvolvido, em que a empresa considerada PMS pode pedir a
descaracterização do PMS em determinados bairros que ela comprovar que há
competição. No mercado de rede de transporte, esse pedido poderá ser feito em
137 municípios.