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Leia na Fonte: Teletime
[01/11/12]
Plano de competição cria novo regime de remuneração entre operadoras móveis
- por Helton Posseti
O Plano Geral de Metas de Competição (PGMC) aprovado nesta quinta, dia 1°, pela
Anatel, cria um novo regime de remuneração entre as prestadoras do SMP, que
entra em vigor em 1° de janeiro de 2013. O objetivo deste novo plano de
remuneração é reduzir gradativamente a tarifa cobrada do consumidor e,
principalmente, forçar as empresas a estabelecerem preços mais atraentes para as
ligações off-net (entre redes de diferentes operadoras).
Chegou a ser cogitada pela área técnica a inclusão de uma medida explícita que
estabelecesse o quanto a tarifa off-net poderia ser mais cara que a on-net
(dentro da própria rede), mas o conselheiro relator Marcelo Bechara retirou esse
ponto da versão final do documento. A área técnica da Anatel havia proposto que,
entre as empresas com poder de mercado significativo (PMS), no mercado de
terminação de chamadas de rede móvel, vigoraria a regra de cobrança com "bill
and keep" na proporção de 60/40. No caso das chamadas entre empresas PMS e não
PMS, o regime de "full billing" seria mantido.
O conselheiro Marcelo Bechara, entretanto, alterou essa configuração. Agora o
full billing será mantido apenas entre as empresas com PMS. Entre empresas PMS e
não PMS a solução aprovada foi de um bill and keep decrescente: 80/20 até
fevereiro de 2015; 60/40 até fevereiro de 2016 e, a partir daí, volta o full
billing. Ou seja, num primeiro momento, as empresas entrantes precisarão pagar
tráfego para as chamadas realizadas para as redes das empresas com PMS só quando
houver uma defasagem de tráfego maior que a proporção de 80/20 em favor da
empresa sem PMS. Depois essa proporção fica em 60/40 e, por fim, assumindo que
os tráfegos estarão equilibrados, cada uma fica com o que faturar.
Em relação ao valor da VU-M (valor de uso da rede móvel) em si, o PGMC posterga
para 2016 a entrada do valor de referência orientado a custo quando voltará a
vigorar entre empresas PMS o full billing. Até lá, o PGMC determina que na
resolução de conflito adotará como referência em 2014 uma VU-M de 75% do valor
de 2013 e, em 2015, 50% do valor de 2013. Vale lembrar que há cerca de sete
meses a Anatel promoveu uma redução no VC (valor cobrado do consumidor) que gera
um impacto na VU-M até 2013. “Acho que é um direcionamento extraordinário em dar
previsibilidade ao mercado sobre para onde caminha a VU-M”, disse Marcelo
Bechara. Pelas projeções da Anatel, a VU-M traçaria uma curva de queda: R$ 0,33
em 2013; R$ 0,25 em 2014; e R$ 0,16 em 2015.
Essas novas regras, especialmente a adoção do bill and keep entre empresas PMS e
não PMS, claramente beneficiam estas últimas, ou seja, Nextel, Sercomtel e CTBC.
Roaming
A Anatel também procura corrigir uma distorção no mercado que prejudica as
empresas que não têm redes nacionais, CTBC e Sercomtel. Vivo, Oi, TIM e Claro,
empresas consideradas com PMS no mercado de roaming nacional, deverão homologar
as suas ofertas de referência para acesso a suas redes de clientes de outras
companhias “em itinerância”. “Os usuários dessas duas empresas são extremamente
penalizados, pagando valores impraticáveis, o que torna o produto dessas
empresas pouco atraentes”, afirma Bechara.
O relator retirou a previsão de envio de SMS ao usuário em itinerância
informando as condições em que o serviço será ofertado. Para Bechara isso deve
estar no regulamento de serviço e não no PGMC. Caso a empresa com PMS não
apresente uma oferta de referência ou ela não seja homologada, a medida cautelar
prevista é a determinação de um valor inferior ao menor valor cobrado.
Helton Posseti