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Leia na Fonte: Teletime
[21/05/13]
PGMC corrige distorções conceituais e "recria relações de atacado", diz Anatel
- por Helton Posseti
Além de fomentar a comercialização de insumos no atacado a preços não
discriminatórios, o Plano Geral de Metas de Competição (PGMC) tem apresentado um
efeito colateral importante. Ao exigir que as ofertas das empresas com PMS
tenham um formato padrão para que componham a base de dados da Entidade
Aferidora, o PGMC tem contribuído para ajudar a desfazer algumas confusões que
existem no mercado de atacado.
De acordo com o gerente de monitoramento da relação entre prestadoras, Abraão
Balbino e Silva, a comercialização de banda de Internet no atacado (definido
como "interligação" pela Anatel) é realizada no mercado como se fosse para um
consumidor normal. “Em geral banda de Internet não é vendida como interconexão e
sim como SCM. Isso desbalanceia a relação porque não é uma relação entre
empresas e sim entre empresas e usuários”, afirma ele.
O gerente explica que a interligação tem a mesma natureza jurídica que a
interconexão classe V, com a diferença que esta última envolve a ligação do
tráfego à nuvem Internet. Até o momento, entretanto, os contratos não estão
submetidos às regras do PGMC, mas nas reuniões de resolução dos conflitos os
novos conceitos já estão sendo utilizados. “Naturalmente vai acontecer um
ajuste. As próprias PMSs querem isso para uma pacificação. Essa relação de
interconexão classe V tem amadurecido no mundo todo”, diz Balbino.
Aliás, as revisões dos contratos são um ponto que ainda está em aberto dentro do
GIESB, mas a Anatel entende que eles devem ser revistos à luz das ofertas de
referência que serão homologadas. “As PMSs entendem que é um ato jurídico
perfeito, mas a agência entende que com a oferta de referência pode ser pedida
renegociação”, diz Balbino, ressaltando que essa negociação, contudo, não é
compulsória.
Outra confusão de conceitos que o PGMC pretende desfazer é entre backhaul e EILD.
Segundo Balbíno, as empresas tendem a igualar o que seria backhaul com EILD.
Para a Anatel, a diferença é que o backhaul pressupõe a conectividade, enquanto
que o EILD é uma linha dedicada para conectar dois pontos.
“O PGMC recria as relações de atacado: não existe mais paradigma de relações
bilaterais. Para todo e qualquer pedido tem que usar o sistema. Para que isso
aconteça tem que haver padronização das ofertas. No fundo, é recriar as relações
no atacado do setor”, diz ele.
Neste momento, a Anatel está avaliando as ofertas de referência apresentadas
pelas empresas. A agência pediu justamente que elas fossem adaptadas para que
sejam padronizadas e para que cumpram o que está determinado no regulamento de
replicabilidade, que ainda não foi aprovado pelo conselho. A replicabilidade é o
conceito que avalia se a oferta permite ao competidor comprar determinado
produto de atacado e ter uma oferta competitiva no varejo.
Outro trabalho que está sendo feito é o de analisar os pedidos das empresas com
PMS de descaracterização do Poder de Mercado Significativo em determinados
bairros das cidades grandes. Como a granularidade do PGMC é por município, as
empresas consideradas com PMS devem provar os bairros em que há competição.
Essas informações, segundo Baigorri, serão úteis para a Anatel rever os grupos
com PMS, o que está previsto para acontecer a cada dois anos.