Segundo o executivo, desde 2002 os Estados Unidos implantaram o conceito da
“smart grid”, ou rede inteligente de energia, diante das preocupações com as
vulnerabilidades da rede elétrica frente a questões de segurança nacional.
De acordo com Jatobá, a idéia foi agregar funcionalidades de gestão e
recursos de telecomunicações que aproximassem essas redes elétricas dos
parâmetros de uma rede de dados.
“O PLC passa a ser atrativo porque usa o meio físico que já era da rede
elétrica”, explicou. Nos Estados Unidos, segundo ele, já existe “uma
quantidade razoável de projetos”. No Texas, por exemplo, já existem duas em
operação comercial, com as distribuidoras de energia Centerpoint e Texas
Utility, em que a integradora é a IBM, salientou Jatobá.
Segundo ele, na Europa o conceito evoluiu ainda mais, para o de rede
energética eficiente, no controle dos desperdícios em meio às preocupações
com o esgotamento das fontes renováveis de energia.
No Brasil, lembrou o executivo, as perdas com desvio de energia, nos
chamados “gatos”, são estimadas em quase 5 bilhões de reais por ano. “Isso
seria suficiente para custear uma rede inteligente”, ponderou.
Na Itália, citou Jatobá, o país adotou, há quatro anos, a decisão de
modernizar as redes elétricas. Hoje, a nação está na fase final de troca dos
cerca de 30 milhões de medidores por modelos eletrônicos, projeto que também
conta com a IBM como parceira.
Por tudo isso, ele afirma que a adoção de redes inteligentes de energia, que
permitam o tráfego de dados pela rede elétrica, é algo “irreversível”. “Os
ganhos são incontestáveis”, reiterou.
Em relação aos argumentos de que a implantação dessa tecnologia seria cara
no Brasil por falta de escala, ele rebate dizendo que “o Brasil tem 50
milhões de medidores de energia. Por isso, escala não será problema”,
afirmou.
Uma vez que as empresas de energia modernizem suas redes, carregar
informações por esses dutos “usar ou não [a rede para acesso à internet]
vai depender do modelo de negócios e da regulamentação de cada local”.
Segundo ele, a tecnologia pode ter preços “totalmente competitivos” com
outras como WiFi e WiMax. “Elas podem até ser complementares”, ressaltou.
O PLC em si é o acoplador que, colocado no transmissor de energia, coloca a
informação em uma freqüência diferente da energia trafegada. Jatobá explica
que esse acoplador “ainda é importado, mas assim que tiver escala poderá ser
produzido no Brasil”.
O executivo informa que “várias empresas de energia do Brasil avaliam a
migração de suas redes para as inteligentes”. A AES Eletropaulo, por
exemplo, tem feito apresentações públicas em que mostra que estuda essa
possibilidade na companhia, citou.