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Fonte: Computerworld
[30/08/07]  Internet por rede elétrica: a revolução nascerá - por Taís Fuoco
 
Para presidente da Aptel, adoção de redes inteligentes de energia é algo 'irreversível' que trará ganhos incontestáveis. Usá-las para acesso à web será o passo seguinte.
 
A visão de que o PLC é uma tecnologia inviável para o Brasil está “defasada”, na avaliação de Pedro Luiz de Oliveira Jatobá, presidente da Aptel (Associação de Empresas Proprietárias de Infra-estrutura e Sistemas Privados de Telecomunicações).
 
Segundo ele, “se afirmações como essa tivessem sido feitas há dois anos, eu seria obrigado a concordar”, disse ele. De acordo com Jatobá, “as ineficiências e deficiências internas das distribuidoras de energia são hoje os grandes motivadores para o uso do PLC”, reiterou.
 
Segundo o executivo, desde 2002 os Estados Unidos implantaram o conceito da “smart grid”, ou rede inteligente de energia, diante das preocupações com as vulnerabilidades da rede elétrica frente a questões de segurança nacional.
 
De acordo com Jatobá, a idéia foi agregar funcionalidades de gestão e recursos de telecomunicações que aproximassem essas redes elétricas dos parâmetros de uma rede de dados.
 
“O PLC passa a ser atrativo porque usa o meio físico que já era da rede elétrica”, explicou. Nos Estados Unidos, segundo ele, já existe “uma quantidade razoável de projetos”. No Texas, por exemplo, já existem duas em operação comercial, com as distribuidoras de energia Centerpoint e Texas Utility, em que a integradora é a IBM, salientou Jatobá.
 
Segundo ele, na Europa o conceito evoluiu ainda mais, para o de rede energética eficiente, no controle dos desperdícios em meio às preocupações com o esgotamento das fontes renováveis de energia.
 
No Brasil, lembrou o executivo, as perdas com desvio de energia, nos chamados “gatos”, são estimadas em quase 5 bilhões de reais por ano. “Isso seria suficiente para custear uma rede inteligente”, ponderou.
 
Na Itália, citou Jatobá, o país adotou, há quatro anos, a decisão de modernizar as redes elétricas. Hoje, a nação está na fase final de troca dos cerca de 30 milhões de medidores por modelos eletrônicos, projeto que também conta com a IBM como parceira.
 
Por tudo isso, ele afirma que a adoção de redes inteligentes de energia, que permitam o tráfego de dados pela rede elétrica, é algo “irreversível”. “Os ganhos são incontestáveis”, reiterou.
 
Em relação aos argumentos de que a implantação dessa tecnologia seria cara no Brasil por falta de escala, ele rebate dizendo que “o Brasil tem 50 milhões de medidores de energia. Por isso, escala não será problema”, afirmou.
 
Uma vez que as empresas de energia modernizem suas redes, carregar informações por esses dutos  “usar ou não [a rede para acesso à internet] vai depender do modelo de negócios e da regulamentação de cada local”.
 
Segundo ele, a tecnologia pode ter preços “totalmente competitivos” com outras como WiFi e WiMax. “Elas podem até ser complementares”, ressaltou.
 
O PLC em si é o acoplador que, colocado no transmissor de energia, coloca a informação em uma freqüência diferente da energia trafegada. Jatobá explica que esse acoplador “ainda é importado, mas assim que tiver escala poderá ser produzido no Brasil”.
 
O executivo informa que “várias empresas de energia do Brasil avaliam a migração de suas redes para as inteligentes”. A AES Eletropaulo, por exemplo, tem feito apresentações públicas em que mostra que estuda essa possibilidade na companhia, citou.