CAXIAS DO SUL, 5 de janeiro de 2007 - A tecnologia de comunicação por linha
de energia (Power Line Communication - PLC), que permite acesso à internet
por meio de energia elétrica, está sendo usada no Centro Administrativo
Regional da Restinga (CAR), bairro periférico de Porto Alegre, desde os
últimos dias do ano passado. Esta é a primeira rede de acesso à web pela
linha de energia elétrica do Estado e, seguramente, a primeira em área
pública. Administrada pela Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação
de Porto Alegre (Procempa), a rede possui 3,5 quilômetros e é a maior em
extensão do País para fins de inclusão social. Dados, imagens e voz trafegam
a 45 megabits por segundo, velocidade 850 vezes superior à da linha discada.
"Este é um projeto piloto iniciado no último quadrimestre de 2006, que teve
como objetivo interligar 24 órgãos do municio naquela região. A extensão até
o CAR foi um complemento", informa o diretor técnico da Procempa, Zilmiro
Tartari, acrescentando que a rede PLC é de baixo custo, pois utiliza a
infra-estrutura já existente para transmissão e distribuição dos cabos de
energia elétrica, dispensando obras novas de instalação. A rede conta com
parcerias da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e CETA-Senai.
De acordo com Tartari, a prefeitura gaúcha investiu R$ 25 mil para colocar
cabos de fibra ótica em um pequeno trecho até a rede elétrica do bairro
Restinga, cuja distância do centro da capital é 40 km. "Para viabilizar o
projeto fizemos parcerias com a CEEE e com a Hiper Trade, fornecedora de
equipamentos PLC da Mitsubishi", explica o diretor técnico, lembrando que a
Eletropaulo está testando esta tecnologia em laboratório (ver texto abaixo).
"O governo federal viu e gostou. Já estamos trocando informações com
Brasília, pois existe um projeto em andamento num posto de saúde e numa
escola", adianta.
Respondendo interinamente pela presidência da Procempa, Tartari diz que a
empresa chegou com fibra óptica até uma subestação próxima ao bairro e com
um emulador jogou o sinal para a rede elétrica. "O sinal de internet entra
em média tensão e perde força no caminho. Por isso, colocamos amplificadores
para potencializar o sinal a cada 500 metros", explica o diretor técnico.
"Na Praça Esplanada, na área central do bairro, a tecnologia sem fio permite
o acesso gratuito aos portadores de notebooks", complementa.