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Fonte: Computerworld
[01/03/07]  Banda larga pela rede elétrica: a terceira onda está prestes a explodir
 
Alguns a chamam da “terceira onda de conexão”, outros de “banda larga sobre rede elétrica” (BPL, da sigla em inglês). Para Tim Barhorst, especialista em TI, é o futuro.
 
“A velocidade é equivalente ao serviço de cabo e um pouco mais rápida do que no tradicional DSL”, garante Tim Barhorst, entusiasta da tecnologia. “Mas a velocidade não é assíncrona, o que significa que você tem o mesmo desempenho recebendo ou enviando dados”.
 
Barhorst recebe sua conexão de internet via BPL, aproveitando a rede elétrica que chega até a sua casa, fornecida pela empresa Duke Energy e com o acesso à web feito pela Current Communications.
 
Usuários de BPL tendem a ficar muito mais comuns nos próximos cinco anos. Chris Rodin, analista da Parks Associates, de Dallas, EUA, estima que existe cerca de 150 mil usuários da tecnologia nos Estados Unidos. Ele afirma, no entanto, que esse número deve subir para 2,5 milhões em 2011, especialmente em áreas rurais nas quais o cabo ou o DSL não chegam.
 
Benefícios do grid inteligente
 
“O ímpeto da adoção do BPL esbarra na falta de desejo das companhias de energia em competir com a AT&T ou Time Warner”, afirma Rodin. Contudo, a oferta de serviços de internet surge como um benefício associado da mudança das empresas de eletricidade para os chamados “grids inteligentes”, o que inclui componentes como sensores e controles interativos.
 
O especialista afirma que uma empresa de energia só percebe, hoje, que um transformador está queimado depois que o cliente ligou para reclamar. “Com o grid inteligente, será possível ter respostas rápidas e manutenção pró-ativa. Assim, a oferta de serviços de internet no varejo aparece como a cereja no bolo”, acredita.
 
Os benefícios de um grid inteligente incluem a diminuição nas paradas de fornecimento, além de reduzir as perdas na transmissão de energia. “Diariamente, cerca de 500 mil moradores dos EUA sofrem falhas no fornecimento de energia de, pelo menos, duas horas”, diz Clark Gellings, vice-presidente do Electric Power Research Institute. Dados do instituto dão conta de que as perdas anuais com produtividade chegam a 180 bilhões de dólares.
 
Gellings destaca que um grid inteligente será capaz de reduzir essas quedas em 80%. Assim como dos 7% em média da energia perdida durante a transmissão, que pode ser reduzido em 10%. Na mesma medida, os clientes vão poder ter medidores que reportam automaticamente o uso, eliminando a necessidade dos leitores. Fica aberta, também, a possibilidade de dar descontos para, por exemplo, quem diminuir o uso durante as horas de pico.
 
Além disso, os grids inteligentes oferecem a oportunidade perfeita de adicionar novos serviços, a transmissão de dados incluído. “Existe um grande interesse no tema. É o cálice sagrado do setor de energia elétrica poder usar a mesma rede para transmitir eletricidade e dados, mas por diversos anos foi muito complicado”. Para ele, o BPL só se mostrou realidade depois de diversos avanços tecnológicos.
 
“Estamos no ponto de revolução da indústria”, afirma Ralph Vogel, porta-voz da Utility.net, uma integradora de BPL baseada em Los Angeles. “A nossa posição é parecida com a do DSL no final dos anos 90: as pessoas ouviram falar da tecnologia e, ainda que não estejamos tão presentes na vida dos clientes, agora estamos disponíveis”.
 
Ele destaca que passar cabos de fibra em uma casa pode custar cerca de 1.500 dólares, enquanto a BPL não demanda nada disso. “Algumas modificações no grid são necessárias, além de um novo medidor, mas o total é menor do que 150 dólares por residência”, complementa.
 
Lamont Wood – Computerworld, EUA