“A velocidade é equivalente ao serviço de cabo e um pouco mais rápida do que
no tradicional DSL”, garante Tim Barhorst, entusiasta da tecnologia. “Mas a
velocidade não é assíncrona, o que significa que você tem o mesmo desempenho
recebendo ou enviando dados”.
Barhorst recebe sua conexão de internet via BPL, aproveitando a rede
elétrica que chega até a sua casa, fornecida pela empresa Duke Energy e com
o acesso à web feito pela Current Communications.
Usuários de BPL tendem a ficar muito mais comuns nos próximos cinco anos.
Chris Rodin, analista da Parks Associates, de Dallas, EUA, estima que existe
cerca de 150 mil usuários da tecnologia nos Estados Unidos. Ele afirma, no
entanto, que esse número deve subir para 2,5 milhões em 2011, especialmente
em áreas rurais nas quais o cabo ou o DSL não chegam.
Benefícios do grid inteligente
“O ímpeto da adoção do BPL esbarra na falta de desejo das companhias de
energia em competir com a AT&T ou Time Warner”, afirma Rodin. Contudo, a
oferta de serviços de internet surge como um benefício associado da mudança
das empresas de eletricidade para os chamados “grids inteligentes”, o que
inclui componentes como sensores e controles interativos.
O especialista afirma que uma empresa de energia só percebe, hoje, que um
transformador está queimado depois que o cliente ligou para reclamar. “Com o
grid inteligente, será possível ter respostas rápidas e manutenção
pró-ativa. Assim, a oferta de serviços de internet no varejo aparece como a
cereja no bolo”, acredita.
Os benefícios de um grid inteligente incluem a diminuição nas paradas de
fornecimento, além de reduzir as perdas na transmissão de energia.
“Diariamente, cerca de 500 mil moradores dos EUA sofrem falhas no
fornecimento de energia de, pelo menos, duas horas”, diz Clark Gellings,
vice-presidente do Electric Power Research Institute. Dados do instituto dão
conta de que as perdas anuais com produtividade chegam a 180 bilhões de
dólares.
Gellings destaca que um grid inteligente será capaz de reduzir essas quedas
em 80%. Assim como dos 7% em média da energia perdida durante a transmissão,
que pode ser reduzido em 10%. Na mesma medida, os clientes vão poder ter
medidores que reportam automaticamente o uso, eliminando a necessidade dos
leitores. Fica aberta, também, a possibilidade de dar descontos para, por
exemplo, quem diminuir o uso durante as horas de pico.
Além disso, os grids inteligentes oferecem a oportunidade perfeita de
adicionar novos serviços, a transmissão de dados incluído. “Existe um grande
interesse no tema. É o cálice sagrado do setor de energia elétrica poder
usar a mesma rede para transmitir eletricidade e dados, mas por diversos
anos foi muito complicado”. Para ele, o BPL só se mostrou realidade depois
de diversos avanços tecnológicos.
“Estamos no ponto de revolução da indústria”, afirma Ralph Vogel, porta-voz
da Utility.net, uma integradora de BPL baseada em Los Angeles. “A nossa
posição é parecida com a do DSL no final dos anos 90: as pessoas ouviram
falar da tecnologia e, ainda que não estejamos tão presentes na vida dos
clientes, agora estamos disponíveis”.
Ele destaca que passar cabos de fibra em uma casa pode custar cerca de 1.500
dólares, enquanto a BPL não demanda nada disso. “Algumas modificações no
grid são necessárias, além de um novo medidor, mas o total é menor do que
150 dólares por residência”, complementa.
Lamont Wood – Computerworld, EUA