O regulamento sobre condições de uso de sistemas de
acesso em banda larga utilizando rede de energia elétrica, submetido à
consulta pública pelo conselho diretor da Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel), foi bem recebido pela indústria, e deverá atrair
investimentos para a tecnologia. Conhecido como PLC ( Powerline
Communication, em inglês) a tecnologia permite a transmissão de dados
utilizando redes de energia de média e baixa tensão das concessionárias de
fornecimento de luz, para transmissão de dados. O usuário acopla à rede
elétrica, pela tomada de energia, equipamento (modem) que insere sinais de
dados, sem interferir na carga de luz elétrica.
Para Paulo Pimentel, diretor da Aptel (Associação de
Empresas Proprietárias de Infra-estrutura e de Sistemas Privados de
Telecomunicações) e presidente do Forum PLC Brasil, “essa regulamentação
deve estimular as empresas interessadas neste mercado, porque antes
estavámos todos na incerteza, sem saber como seriam as regras.” Ele destaca
que a necessidade de regulamentação não é de agora e que, sem legislação,
não havia tranqüilidade para as empresas desenvolverem seus projetos
comerciais. “Basicamente todas as empresas do setor elétrico já fizeram
testes, e só aguardavam a certificação dos equipamentos, e o documento de
uso, para saber como deverá ser utilizada a tecnologia”.
Ele lembra que até 2005 havia a homologação da primeira
geração de equipamentos, a qual foi aproveitada por apenas um fabricante.
“Hoje os equipamentos estão muito evoluidos. Naquela época a média de
transferêcnia de dados era de 45 Mbps, em condições ideais, e atualmente,
nestas condições, os equipamentos atingem até 200 Mbps”, diz Pimentel. Ele
diz que diversas fabricantes desenvolveram equipamentos de PLC, dentre elas
cita: Corinext, Mitsubishi, Panasonic, “que está lançando não só
equipamentos de PLC, mas está embutindo o chip em televisores, e
home-teathers”, e a Current, que “já está preparada para fazer grandes
projetos no Brasil”.
Já Orlando Cesar de Oliveira, consultor da Copel
Telecom, acredita que a regulamentação “embora atrasada em relação a outros
países, coloca as empresas de energia elétrica no cenário do mercado de
telecomunicações, e estas empresas poderão resolver um grande problema nas
telecomunicações hoje, que é a rede de acesso ao usuário.” Como o PLC foi
uma tecnologia concebida para fazera última milha, ele avalia que “é uma
grande alternativa à ADSL”. Ele destaca ainda que o PLC permite um sistema
diferenciado de cobrança, e informa que a Copel “vai demonstrar que é
possível cobrar pela média de uso, e não pela conexão oferecida, por meio de
seu WoD (Rede sob Demanda, na sigla em inglês), cuja tarifação é feita aos
moldes da cobrança por energia elétrica, ou seja, só se paga o que usa, e
quem usa menos paga menos, quem usa mais pagará mais. É um sistema mais
justo”, conclui o executivo.