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Fonte: Tele.Síntese
[12/12/08]  Conselho Consultivo debate regulamentação do PLC
- por Lúcia Berbert   
 
Fabricantes de equipamentos, pesquisadores, dirigentes de distribuidoras de energia, representantes de entidades e de empresa de fornecimento de infra-estrutura cobraram hoje, durante reunião no Conselho Consultivo da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), a regulamentação do PLC (Power Line Comunication). Uma proposta para normatizar o uso da tecnologia - que permite a transmissão de dados, voz e imagens pela rede elétrica - foi objeto de consulta pública na agência em agosto, e deve ser apreciada pelo Conselho Diretor em fevereiro, informou o gerente de Engenharia de Espectro da Anatel, Marcos de Souza Oliveira.
 
Segundo o presidente da Celg (Companhia Elétrica de Goiás), Ênio Andrade Branco, o uso dessa tecnologia pode ser um importante instrumento de inclusão digital. A companhia, que está testando com sucesso o uso do PLC para levar a banda larga a escolas, postos de saúde e policiais de Goiânia e de outro município, espera autorização para o uso comercial da tecnologia. Para fazer os testes, com 90 pontos, a empresa obteve uma licença para fins científicos e experimentais da Anatel. "Nós já temos um modelo de negócio para exploração desse serviço, absolutamente sustentável, que reduziria inclusive os prejuízos com perdas técnicas e comerciais de energia", disse.
 
O diretor da Hypertrade, empresa especializada em implantar infra-estrutura de PLC, inclusive última milha, Maurício Guaiana, se queixa, sobretudo, da carga tributária incidente sobre os equipamentos, calculada em 120%. Ele também destacou a dificuldade de negociação com operadoras de serviços de telecomunicações.
 
O pesquisador da USP (Universidade de São Paulo), Moacyr Martucci Júnior, defende o uso do PLC de forma convergente, para reduzir custos e aumentar a competição no setor de telecomunicações. Ele coordena o projeto Samba, que experimenta a tecnologia como canal de retorno para interatividade da TV digital.
 
O presidente da Aptel (Associação de Empresas Proprietárias de Infra-estrutura e de Sistemas Privados em Telecomunicações), Pedro Jatobá, diz que a aplicação do PLC em locais onde não há infra-estrutura de telecom ajudará sobremaneira o esforço do governo em programas de inclusão digital. "Os desafios ainda são grandes, mas as soluções, inclusive brasileiras, surgem de todos os lados", disse.
 
O representante da Panasonic, Koichi Kitamura, disse que sua empresa fabrica equipamentos para uso do PLC completamente adaptáveis ao sistema de distribuição de energia elétrica do Brasil.
 
Os radioamadores, que se pronunciaram contra a regulamentação do PLC por considerarem que interfere na freqüência usada por eles, não compareceram ao debate, mesmo tendo sido convidados.