Ao mesmo tempo em que o Ministério das Comunicações anuncia testes com a
tecnologia PLC (Power Line Communication), que permite o uso da banda larga
por meio da rede elétrica, o Grupo de Radioamadores contra o PLC inicia uma
campanha via web de divulgação de um fórum de discussão online (
http://br.groups.yahoo.com/group/contraplc/)
para justamente desestimular a implantação do sistema no país. Uma das
alegações do grupo, formado em setembro, é de que o PLC interfere nas
transmissões da faixa HF, utilizada pelos radioamadores, assim como nas
comunicações de controle aéreo e marítimo.
De acordo com o radioamador Daniel Figueredo, que integra o grupo, a
entidade entrou com representações no Ministério Público Federal dos estados
de São Paulo, Rio de Janeiro, Sergipe, Rio Grande do Sul e Santa Catarina
para pedir explicações técnicas à Anatel quanto à implantação do PLC.
Figueredo reclama que há empresas anunciando a adoção comercial do sistema
para o começo de 2009 sem que a regulamentação do serviço tenha sido feita
pela Anatel.
Segundo o Ministério Público Federal em São Paulo, um ofício foi encaminhado
à Anatel, no dia 6 de novembro, questionando a agência quanto a realização
de estudos sobre a implantação da tecnologia e quais as conclusões desses
estudos, além de informações sobre o uso desta tecnologia em outros países.
A agência tem o prazo de 15 dias para responder ao ofício. Ainda de acordo
com o Ministério Público, o procedimento faz parte de um processo interno de
investigação do órgão federal, que irá tomar as providências necessárias
caso seja comprovado que a implantação do PLC cause dano a alguma
comunidade.
O representante dos radioamadores considera que a maneira como deverá ser
implantado o PLC no Brasil é “defasada” e defende para isso a utilização da
fibra óptica ao invés da rede elétrica. “Nós não somos contra o PLC se a
tecnologia for bem aplicada”, diz Figueredo.