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Leia na Fonte: Tele Síntese
[17/08/09] Dúvida
sobre tarifa adia aprovação da banda larga por rede elétrica - por Lúcia
Berbert
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) adiou hoje a votação do
regulamento que permite a utilização das instalações de distribuição de energia
elétrica como meio de transporte para a comunicação de sinais, utilizando a
tecnologia PLC (Power Line Communications). Uma questão levantada durante a
reunião sobre a forma de captura da receita do aluguel das redes pelas
distribuidora levou a relatora, Joisa Campanher, a retirar a matéria de pauta. O
regulamento deve voltar à apreciação na próxima semana.
De acordo com o regulamento proposto, 90% da receita auferida pelas
distribuidoras com o aluguel da rede serão revertidos para a modicidade da
tarifa de energia elétrica, enquanto os 10% restantes irão para os acionistas. O
valor do aluguel será negociado entre as partes e pode seguir os moldes do
aluguel de postes.
A proposta previa que a captura dessa receita deveria ser convertida anualmente,
durante o reajuste da tarifa e na revisão dos contratos. O representante da
Eloetropaulo, André Gomes da Silva, alegou que o artigo era incompatível com a
legislação vigente do setor, que prevê o repasse de receitas diversas na
modicidade tarifária apenas na revisão das tarifas, que acontece a cada quatro
anos ou a cinco anos, a depender do contrato. O procurador da Aneel ficou de dar
um parecer sobre a questão.
Segundo a relatora, Joisa Campanher, essa proposta mais ousada derivou do
entendimento da agência de que as receitas extras das distribuidoras devem ser
repassadas anualmente para a redução das tarifas de energia elétrica, mas que
ainda não foi totalmente implantada. O parecer da procuradoria da agência deve
determinar como ficará a questão e somente este ponto será analisado na próxima
reunião, já que os outros artigos não resultaram controvérsia entre os
diretores.
Isonomia
Outra argumentação, apresentada pelo representande da Abradee (Associação
Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica), José Gabino, de que era
preciso mais tempo para testar a tecnologia, não foi aceito pelo colegiado. “Não
se sabe o potencial de uso nem de receita do PLC, mas a prática servirá para
fazer os aperfeiçoamentos necessários”, disse a relatora.
Nem foi considerado outro ponto levantado pela entidade, de que as
distribuidoras não viam vantagem em alugar suas redes e que prefeririam guardar
a capacidade delas para uso próprio, uma vez que terá que ser implantado o
sistema de medição eletrônica, por meio da mesma tecnologia do PLC. Joisa disse
que o uso próprio da rede está assegurado na proposta, por intermédio de reserva
de frequência para a medição.
A relatora disse que as distribuidoras poderão explorar o serviço de banda larga
por rede elétrica desde que abra uma nova subsidiária. “Mas é preciso também
garantir a isonomia para que outras empresas possam vir a prestar esse serviço”,
disse. Ou seja, não vale abrir uma nova empresa e a matriz alugar a rede pelo
menor preço, a escolha tem que ser pelo melhor preço. Os contratos entre as
partes serão negociados diretamente, porém terão que ser homologados pela Aneel.
Como a matéria já foi regulamentada pela Anatel (Agência Nacional de
Telecomunicações), nos aspectos técnicos e de qualidade, a aprovação da norma
pela Aneel permitirá o uso dessa tecnologia, que é capaz de levar banda larga
pela rede elétrica, podendo atender, em tese, mais de 90% dos domicílios, que
recebem a energia elétrica.