Fonte: Teletime
[07/07/09] Pequenos
provedores veem oportunidade de negócio com o PLC - por Helton Posseti
Mesmo sem a regulamentação da Aneel que dará sinal verde para a oferta do
PLC - serviço de acesso à Internet pela rede elétrica -, os pequenos
provedores já vislumbram um enorme mercado potencial para os seus serviços.
Hoje os pequenos provedores atuam basicamente alugando capacidade das
concessionárias de telecomunicações. Na medida em que as concessionárias de
energia (ou as suas subsidiárias de telecomunicações) possam alugar sua rede
para terceiros, os pequenos provedores surgem como opção natural para levar
o serviço ao usuário final. Dentro da Aneel, entretanto, ainda não há
consenso sobre esse ponto. "A cessão de infraestrutura é o ponto de
interrogação no setor. Na visão da Aneel esse é o ponto mais complicado do
processo", diz o consultor Edmundo Matarazzo.
Ricardo Sanchez, presidente do Conapsi (Conselho Nacional dos Provedores de
Serviços de Internet) e membro do conselho consultivo da Anatel, acredita
que dificilmente a regulamentação sairá de forma que os pequenos provedores
fiquem fora desse negócio. "Não acredito que a regulamentação queira
novamente levar a falta de competição na infraestrutura a todos os outros
serviços", diz ele.
Vencida a barreira regulatória é possível questionar qual seria o interesse
da subsidiária de telecom da concessionária de energia em permitir que o
pequeno provedor preste o serviço para o usuário final ao invés de ela
própria, afinal boa parte dessas empresas têm licença de SCM.
Pedro Jatobá, presidente da Aptel, explica que as empresas de energia não
têm interesse em prestar serviços de telecomunicações, o que significaria
gerenciar clientes, construir call center e etc. "Esse não é o negócio
delas".
As concessionárias de energia estão trabalhando no conceito de smart
grid, que basicamente, consiste em dar uma comunicação de dados à rede
elétrica de ponta a ponta. Assim, os medidores poderão ser lidos de maneira
remota, novos serviços poderão ser criados - como a oferta customizada de
energia - fraudes poderão ser evitadas e etc. A idéia do setor, que está em
discussão na Aneel, é como permitir a cessão para terceiros da
infraestrutura ociosa de dados. "O objetivo principal da smart grid é
melhorar a oferta de energia e reduzir os custos. Mas se não existir outra
forma de acesso à Internet naquela localidade, faz sentido do ponto de vista
comercial e de país oferecer essa capacidade para exploração de terceiros",
diz Jatobá.