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Fonte: Convergência Digital
[12/11/09]  Aneel já trabalha no regulamento para Smart Grid - por Luís Osvaldo Grossmann

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), já tem um cronograma para implementar mudanças na rede de energia para transformá-la no que se convencionou chamar de smart grid (rede inteligente, em inglês). O primeiro passo foi a aprovação, em agosto, das regras do PLC (comunicação pela rede de energia). O próximo, já em análise pelo Conselho Diretor da agência, é a adoção da medição eletrônica.

Com a adoção do PLC, existe condições das empresas utilizarem a rede de energia para comunicações, especialmente porque boa parte das linhas de transmissão já traz fibras óticas embutidas – o que ajuda muito o monitoramento à distância de toda a rede.

Os passos seguintes vão ampliar as informações que podem ser capturadas por essa rede de comunicação. No caso da medição eletrônica, trata-se essencialmente de uma mudança de equipamentos que permitam identificar essas informações extras.

Na prática, as regras para a medição eletrônica tratam da substituição de 63 milhões de relógios instalados por toda a rede de baixa tensão – ou seja, nas residências brasileiras. Significa sair da leitura atual dos relógios, que medem o consumo de eletricidade em kilowatts/hora, e poder ler mais informações. A expectativa da Aneel é que a substituição de todos os medidores aconteça em 10 anos – ou cerca de 10% por ano.

Assim, além do consumo em KW/h, será possível saber o horário desse consumo – o que leva ao terceiro passo das mudanças em direção ao smart grid, que é a modificação na forma como a energia é cobrada atualmente. Há interesses das distribuidoras de energia, porém, que esse equipamento permita também a detecção de fraudes, comunicação bidirecional e que permita cortar o fornecimento à distância.

O passo seguinte, portanto, é mudar as regras de tarifação. Isso porque hoje em dia não faz nenhuma diferença na conta se os consumidores tomaram banho no horário de pico (em geral considerado das 18h às 21h,) ou às 3h da manhã. Como o consumo é medido em KW/h, essa informação de horário não existe.

Mas pode fazer muita diferença no bolso. O horário de pico tem esse nome justamente porque é o período de utilização mais intensa da carga de energia elétrica. Por isso mesmo, é o período em que os custos são maiores – afinal, as redes precisam estar preparadas para quando todos a utilizarem ao mesmo tempo.

Com a mudança na tarifação, será possível cobrar menos daqueles consumidores que utilizam eletricidade nos horários de menor demanda. Mas a expectativa é de que a Aneel transforme isso em regra somente no segundo semestre do próximo ano.

Com esse conjunto de medidas regulatórias, além da infraestrutura que existe e permite dar esse salto, o grau de confiabilidade nas informações da rede elétrica será maior. Consequentemente, o sistema como um todo se torna mais seguro. Como sustentou o presidente da Associação de Empresas Proprietárias de Infraestrutura e de Sistemas Privados de Telecomunicações (APTEL), Pedro Jatobá, “smart grid não impediria falhas no sistema, mas minimizaria os efeitos”.