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Leia na Fonte: Tele.Síntese
[25/01/12]
Oi e Anatel disputam na justiça o reajuste da ligação fixo-móvel - por
Miriam Aquino
A operadora argumenta que tem direito ao reajuste de 2,37% referente a julho de
2009 a agosto 2011. Anatel alega que expectativa de direito não é direito.
A Oi e a Anatel travam na justiça uma disputa que promete ser longa pelo
reajuste das ligações fixo/móvel anterior à redução anunciada hoje pela agência.
Esta disputa, que estava sendo travada desde dezembro do ano passado, quando a
agência concedeu apenas o reajuste da telefonia fixa, enquanto a Oi também
reivindicava o reajuste do VC (ligação fixo/móvel) foi parar nos tribunais, com
brigas de liminares para os dois lados.
A Oi entrou na justiça pedindo o reajuste no dia 10 de janeiro em nome de duas
empresas - a Telemar e a Brasil Telecom. E alega que conseguiu liminar a seu
favor para evitar que a nova portaria da Anatel, que reduz o valor da VC em
10,78% fosse aplicada retroativamente nos dois processos. Só que no processo da
Telemar, o juiz Rafael Pereira Pinto concedeu 10 dias para a Anatel promover o
reajuste e mandou suspender a validade da resolução com a redução dos valores da
VC e VUM (anunciada hoje). Na outra decisão,o juiz Gustavo Macedo concedeu
apenas liminar para que agência promovesse o reajuste, em um prazo maior, de 30
dias, sem contudo entrar no mérito da nova decisão da agência reguladora.
A Anatel, por sua vez, entende que somente precisava recorrer à decisão do
processo da Telemar, visto que na decisão da BrT a Oi não teria conseguido a
liminar em seu favor. Assim, a agência conseguiu cassar a liminar da Oi ontem no
Tribunal Regional Federal do Rio de Janeiro.
Argumentos
A Oi argumenta que não é contra à queda da tarifa de ligação fixo/móvel (VC), e
nem contra a sua aplicação em fevereiro de 2012."Apenas estamos pedindo que a
Anatel, antes, conceda o reajuste de 2011. É um direito adquirido", afirma fonte
da empresa.
O procurador da Anatel, Victor Cravo, no entanto, tem outras razões. Segundo
ele, a Oi só tem a "expectativa de direito" e não direito adquirido. "Para o STF
não existe direito adquirido às regras do jogo", afirmou.
A operadora assinala, por sua vez, que a Anatel teria que conceder o reajuste de
2,37% no VC de 2011 e depois aplicar o corte do novo regulamento do VC. "Somos
favoráveis ao regulamento já em fevereiro de 2012. Apenas não podemos concordar
com um precedente horrível para o setor, que será o não respeito ao contrato de
concessão e à LGT, não concedendo o reajuste devido no ano passado. Não pode
haver discricionariedade na concessão de reajuste para recomposição
inflacionária", completa a fonte.
Para Cravo, no entanto, não há o que o falar em quebra de contrato de concessão.
Pois o VC não está sequer previsto no contrato das concessionárias (que só
inclui as tarifas da cesta básica da telefonia fixa). Além disso, ressalta: "não
há desequilíbrio econômico-financeiro, pois o delta (ou a margem da Oi) continua
o mesmo", completa.
A disputa vai ser mantida nos tribunais, pois a Oi pretende recorrer em todas as
instâncias, afirmando que a inflação acumulada dos últimos dois anos foi mais de
10% e a empresa está reivindicando 2,37%. O procurador, por sua vez, lembra que
o consumidor é quem seria prejudicado com a tese da operadora privada. Novos
rounds são esperados.