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Leia na Fonte: Tele.Síntese
[19/09/12]
Anatel está dividida sobre redução da VU-M
Área técnica desiste de formular proposta para este ano e conselho se divide
A Anatel deverá adotar diferentes medidas para acabar com o criticado “clube
exclusivo” das operadoras de celular. Este clube é formado pelas quatro maiores
empresas que têm mais de 90% do tráfego de seus clientes em suas próprias redes.
Mas a agência ainda não sabe como mexer com os preços das taxas de interconexão
da rede móvel – VU-M, conforme pretendia inicialmente e cuja redução tarifária
chegou a ser defendida pelo Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.
Conforme fontes da agência, a ideia de promover um novo corte nos valores da
VU-M chegou a ser discutida internamente, mas nem mesmo a área técnica da
agência conseguiu encontrar uma fórmula que justificasse uma mudança imediata,
sem mexer na tarifa de público da ligação fixo/móvel. Afinal, depois de muitos
anos sem tocar neste vespeiro, a agência promoveu o primeiro corte na VC, que
impactou a VU-M, em fevereiro deste ano, e estão previstos mais dois cortes em
2013 e 2014, com novas quedas na VU-M de 13% em 2013 e de 7% em 2014.
O relator do Plano Geral de Metas de Competição, conselheiro Marcelo Bechara,
prefere dizer que todos os temas ainda estão em aberto, mas, em princípio, não
acha que o PGMC seja o melhor instrumento jurídico para tratar de uma redução de
preços como a da VU-M.
Para Bechara, o surgimento dos “clubes exclusivos” pode representar um problema
para a competição no médio e longo prazo. No caso do celular brasileiro de cada
10 minutos de conversação, oito são travados somente entre clientes das mesmas
operadoras. Ele entende que as ligações on net podem estimular a adoção de
práticas oligopolistas dos quatro grandes grupos, mas, para o conselheiro,
outros remédios podem ser adotados para corrigir esta distorção.
A proposta apresentada pela área técnica da agência limita-se a tratar das
diferentes formas de remuneração entre as redes móveis. E acaba colocando as
suas fichas no bill and keep pleno (hoje o sistema é de full billing). A agência
acredita que, se reverter a forma de remuneração das redes, poderá estimular a
competição nas ligações entre operadoras diferentes, já que nenhuma delas
precisará mais pagar à outra pela terminação da ligação, ficando com as suas
próprias receitas de VU-M. Mas aí, a outro complicador, que é a redução da
arrecadação tributária.
A expectativa do presidente da Anatel, João Rezende, é de que o PGMC seja votado
pelo conselho em meados de outubro. ( Da redação, com Tele.Síntese Análise nº
357).