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Fonte: Tele.Síntese
[17/02/14]
Zerbone é relator da proposta para fixação de tarifas e valores de referências
baseados em custos
Matéria já passou por consulta pública e irá para votação final. Seae recomenda
mais estudos e teles pedem cautela na aplicação da norma.
O conselheiro Rodrigo Zerbone é o relator da proposta de norma para fixação dos
valores máximos das tarifas de uso de rede fixa do Serviço Telefônico Fixo
Comutado (STFC), dos valores de referência de uso de rede móvel do Serviço Móvel
Pessoal (SMP) e de Exploração Industrial de Linha Dedicada (EILD), com base em
Modelos de Custos. O sorteio foi realizado nesta segunda-feira (17), na Anatel.
Os estudos apontam para um profundo corte nos valores da VU-M e também para a
queda da EILD. Antes da decisão final, a agência deverá realizar uma análise de
impacto regulatório (AIR) da proposta aprovada.
A fórmula de precificação proposta é de que os valores máximos sejam obtidos por
meio do modelo top-down (a partir de dados contábeis reais), que depois
convergiria para o modelo botton-up (a partir de valores desejáveis), mas com
garantia de que será dado tempo para a adaptação das operadoras. Os valores
estabelecidos valeriam só a partir de fevereiro de 2016, prazo previsto no Plano
Geral de Metas de Competição (PGMC) para o último ajuste da VU-M.
De acordo com o PGMC, o valor de referência do VU-M (RVU-M) de Prestadora
pertencente a Grupo com PMS no Mercado de Terminação de Chamadas em Redes Móveis
no período entre 2014 e 2016, a partir de 24 de fevereiro de 2014, estará
limitado até 75% do valor vigente em 31 de dezembro de 2013; e, a partir de 24
de fevereiro de 2015, só poderão cobrar até 50% deste valor.
A proposta passou por consulta pública no ano passado, de 30 de setembro a 9 de
novembro, e recebeu 84 contribuições. A Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae),
do Ministério da Fazenda, se manifestou favorável à norma, mas ressaltou que ela
veio desacompanhada de estudos prévios acerca dos custos-benefícios, dos riscos,
dos efeitos distributivos, dos impactos tarifários e principalmente da ausência
de uma escolha final a respeito das possíveis glides paths (reduções graduais)
para os três serviços a serem regulados. E fez uma série de recomendações à
agência, entre elas, que a Anatel realize estudos complementares para evidenciar
se os impactos da redução do VU-M não acarretaria redução do nível de
competição, de investimento e do aumento dos preços de varejo no setor.
Segundo a contribuição da Seae, a consultoria prestada para a agência
preocupou-se apenas em mapear e descrever os riscos substanciais e prováveis, em
especial para o setor de telefonia móvel, diante da introdução do modelo de
custo no caso da interconexão móvel, e não em quantificar os impactos desses
riscos.
As teles, em suas contribuições, pedem cautela na aplicação da norma. A Claro,
por exemplo, ressalta que, exatamente devido às quedas aceleradas que foram
definidas para a tarifa de interconexão nos próximos anos e às necessidades de
investimento decorrentes não apenas do aumento de consumo como também de
obrigações regulatórias, é necessário que se determine um processo lento e
gradativo de redução após 2016. “As prestadoras já estarão trabalhando no limite
da sua capacidade, provavelmente arcando com prejuízos e necessidades de
adequação do modelo de negócios, que é um processo longo”, ressaltou a
operadora.