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Leia na Fonte: Convergência Digital
[21/10/14]
Internet no celular: PROTESTE cobra posição da Anatel e do Minicom - por Ana
Paula Lobo
A PROTESTE - Associação de Consumidores - critica a estratégia das Teles e
informa que enviará um ofício à Anatel para questionar o porquê de a agência
reguladora não estar intervindo na decisão das teles móveis que, a partir de
novembro, estão dispostas a cortar o acesso à internet pelo celular após o
consumidor usar a franquia de dados, acabando com a opção de continuar navegando
com a chamada “velocidade reduzida”.
Para a entidade, as empresas não podem alterar unilateralmente o contrato para
os consumidores que já tem planos de franquia que garantem a continuidade do
serviço, ainda que com velocidade reduzida. Estes consumidores não são obrigados
a aceitar as alterações das condições de prestação do serviço e as empresas são
obrigadas a manter o contrato em vigor. O Código de Defesa do Consumidor proíbe
alteração unilateral do contrato.
Segundo ainda a PROTESTE, mesmo para os contratos que não preveem a continuidade
da prestação do serviço após o uso do pacote contratado, as operadoras são
obrigadas a avisar um mês antes aos consumidores sobre as mudanças nas regras de
fornecimento do serviço. Para o órgão de Defesa do Consumidor, os maiores
prejudicados serão os consumidores que foram iludidos com pretensos planos de
acesso ilimitado a internet. E adverte: o usuário precisa verificar no seu
contrato as limitações de velocidade previstas quando o usuário excede a
franquia média de dados.
A estratégia de cortar a conexão se não houver a contratação de novo pacote de
dados representa “a penalização dos consumidores de menor renda, e o Ministério
das Comunicações não poderia fazer vista grossa para o caminho desviado da
universalização e modicidade tarifária que a banda larga vem trilhando”, observa
Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da PROTESTE. As operadoras vão
começar as mudanças justamente com quem tem planos pré-pagos.
No comunicado ao mercado, a PROTESTE diz ainda que a ação das operadoras
comprova que a banda larga deveria estar no regime público, pois é um serviço
essencial para o desenvolvimento econômico, social e cultural do país. Trata-se
de um serviço que não pode está à mercê das variações de mercado. Não poderia
estar sujeito ao interesse privado das empresas, sem controle de preços; deveria
haver tarifa e metas de investimentos em redes. Uma das dificuldades do
consumidor é o controle sobre os dados utilizados. Com os smartphones, os
aplicativos são atualizados automaticamente, e sem saber, o cliente está
consumindo dados.
Todos e quaisquer planos de banda larga, ainda que com limite mensal de tráfego
de dados, estão submetidos às regras que estabelecem padrões de qualidade. A Lei
Geral de Telecomunicações, no artigo 3º, dispõe que o usuário de serviços de
telecomunicações tem direito de acesso aos serviços, com padrões de qualidade e
regularidade adequados à sua natureza, em qualquer ponto do território nacional;
à liberdade de escolha de sua prestadora de serviço; e de não ser discriminado
quanto às condições de acesso e fruição do serviço.
A denúncia sobre a nova postura das teles foi feita nesta segunda-feira, 20/10,
em uma reportagem do jornal O Globo. A matéria informou que as operadoras móveis
preparam, para novembro, uma mudança significativa na cobrança dos planos de
Internet para telefones celulares que vai resultar no fim da já conhecida e
temida “velocidade reduzida” de conexão para quem atinge a franquia contratada.
Caso os usuários atinjam o limite das franquias contratadas, eles terão de
desembolsar um determinado valor para continuar usando a Internet no celular.
Até então, quando acontecia isso, os usuários podiam continuar usando a conexão
de dados sem nenhuma cobrança adicional, mas com uma velocidade reduzida.
Oficialmente a primeira a confirmar a medida foi a Vivo, que a partir de
novembro terá o modelo no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais. A Oi confirmou a
intenção de também adotar a modalidade, mas não disse quando o faria. Já a TIM
negou oficialmente. A Claro não se posicionou.
*Com informações da PROTESTE