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Leia na Fonte: Link / Estadão
[20/04/16]
Procon-JP entra com ação contra operadoras para impedir limite de banda larga
A Secretaria de Proteção e Defesa do Consumidor de João Pessoa pede que
operadoras não restrinjam a franquia de internet dos consumidores
A Secretaria de Proteção e Defesa do Consumidor de João Pessoa, o Procon-JP,
entrou com ação contra as principais operadoras de telefonia do País que
pretendem limitar ou reduzir a velocidade de tráfego de dados da internet fixa
quando o limite da franquia é atingido pelo usuário. A ação, aberta na última
terça-feira, 19, na 1ª Vara da Fazenda Pública, em João Pessoa, já é a terceira
a ser protocolada por um órgão de defesa do consumidor contra as companhias
telefônicas – Idec e Proteste também já entraram com ações.
De acordo com a ação aberta pelo Procon-JP, limitar a franquia de internet do
usuário fere o Marco Civil da Internet e o Código de Defesa do Consumidor. “A
legislação vigente diz que a internet só pode ser cortada em caso de
inadimplência”, afirma Marcos Santos, secretário do Procon-JP e que elaborou a
ação. “Nenhum contrato antigo deve sofrer uma alteração sem a concordância de
ambas as partes.”
Ainda para Marcos Santos, o posicionamento da Agência Nacional de
Telecomunicações, a Anatel, feito na última segunda-feira, 18, mostra que a
entidade não está defendendo os direitos do consumidor. “A Anatel deveria fazer
o equilíbrio entre as partes, mas ela tomou um dos lados”, afirma Santos. “E
esse não é o lado mais frágil, que é o do consumidor.”
Processo.
Além do Procon, outros órgãos de defesa do consumidor também já acionaram a
Justiça por conta deste assunto. A primeira foi a Associação Brasileira de
Defesa do Consumidor (Proteste), que questionou em maio do ano passado a
limitação das franquias de banda larga. Desde então, o processo não avançou: a
Oi entrou com um recurso, no mês seguinte, para transferir a ação para o Rio,
sendo concluída a transferência há apenas duas semanas.
Além da ação, a Proteste também iniciou, na semana passada, uma petição online
para reunir assinaturas de usuários contra a medida. No total, 130 mil pessoas
já aderiram à campanha, que está disponível por meio do site oficial da
entidade.
Já na semana passada foi a vez de o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
(Idec) entrar com uma ação civil pública contra as operadoras, em Brasília.
Segundo a entidade, ao adotar a franquia de dados, a operadora desrespeita o
artigo 39º do Código de Defesa do Consumidor, que considera abusiva a prática de
estabelecer limites quantitativos ao fornecimento de um produto ou serviço. O
processo, atualmente, aguarda decisão.
Além do Procon-JP, Idec e Proteste, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB) encaminhou ofício para a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel)
em que solicita a alteração de uma resolução que permite as operadoras a
adotarem uma franquia. Caso não tenha uma resposta positiva da Anatel, a
entidade pretende acionar a Anatel na Justiça.