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Leia na Fonte: Link / Estadão
[21/04/16]
Governo negocia acordo com operadoras em banda larga fixa
Por meio de um termo de compromisso, ministro das Comunicações quer garantir que
operadoras continuem a oferecer planos ilimitados de internet
O ministro das Comunicações, André Figueiredo, está negociando com as quatro
maiores operadoras do País – Claro/Net, Oi, TIM e Vivo – um termo de compromisso
para garantir que os planos ilimitados de banda larga fixa continuem a ser
oferecidos no País. Em entrevista ao ‘Estado’, Figueiredo afirmou que, se tudo
der certo, as operadoras devem anunciar sua adesão à proposta até a próxima
quarta-feira, dia 27. “Não se trata de um termo de compromisso com o ministério,
mas com a população”, afirma Figueiredo.
A proposta do Ministério das Comunicações está baseada em dois pilares. No
primeiro, o governo quer que as operadoras se comprometam a não alterar os
planos de assinatura de banda larga fixa vigentes em nenhuma hipótese, mesmo que
alguma condição do plano seja atualizada no futuro – como uma melhoria ou
redução na velocidade contratada. “Às vezes, o consumidor é induzido ao erro em
negociações contratuais”, diz Figueiredo. “O acordo vai evitar que o consumidor
seja prejudicado.”
O segundo elemento da proposta sugere que as operadoras continuem a oferecer
planos de banda larga fixa ilimitada, mas passem a oferecer também planos com
franquia – isto é, limite de dados que podem ser enviados e recebidos por meio
da rede da operadora. A convivência entre as duas modalidades de oferta, porém,
pode ter impacto nos preços. “Não vamos interferir nos preços, mas vamos criar
mecanismos para evitar abusos”, diz o ministro.
No caso dos planos com franquia, as operadoras continuam obrigadas a cumprir a
medida cautelar da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), divulgada
nesta semana, que determina um prazo de 90 dias para as operadoras começarem a
praticar a franquia. Elas deverão criar, por exemplo, ferramentas para que os
consumidores acompanhem seu consumo de dados.
Com a assinatura do termo de compromisso, a Anatel será responsável por
fiscalizar o cumprimento das medidas pelas operadoras. O presidente da agência,
João Rezende, tem sido duramente criticado pelos consumidores após afirmar que a
era da internet ilimitada chegou ao fim. “Essa questão de que a internet
ilimitada acabou não existe”, disse Figueiredo, comentando as declarações de
Rezende. “A internet ilimitada é extremamente factível.”
Passo atrás.
A pressão dos consumidores – que têm sido apoiados por diversas entidades de
defesa do consumidor (leia box ao lado) – está entre os motivos que levaram o
governo a intervir na questão. A polêmica começou em fevereiro, depois que a
Vivo anunciou que iria adotar a franquia em seus planos de banda larga fixa. Na
época, a operadora afirmou que poderia bloquear ou reduzir a velocidade, caso o
cliente excedesse a franquia contratada. Oi e Net preveem a franquia em seus
contratos, mas afirmam não praticá-la.
A Vivo voltou atrás em sua decisão. Em nota enviada ao Estado ontem, a empresa
afirmou que “tem todas as condições de assumir o compromisso com o Ministério
das Comunicações” e que os novos clientes poderão optar por planos ilimitados ou
com franquia. “Quando e se vier a implantar o modelo de franquia para banda
larga fixa, a Vivo fará uma ampla campanha de esclarecimento”, afirmou a
operadora, sem especificar se o modelo de franquia será abandonado no futuro,
dada a repercussão negativa entre os clientes.
A operadora nega que a decisão de manter os planos ilimitados tenha ocorrido
após a reunião com o ministro das Comunicações, realizada anteontem. A Vivo
afirma que informou aos clientes na última sexta-feira, por meio do Facebook,
que “oferecerá desde planos acessíveis até ilimitados”.