WirelessBRASIL

WirelessBrasil  -->  Bloco Tecnologia  -->  Banda Larga Fixa --> Índice de artigos e notícias --> 2016

Obs: Os links originais das fontes, indicados nas transcrições, podem ter sido descontinuados ao longo do tempo


Leia na Fonte: O Globo
[22/04/16]  Limite para banda larga fixa só é adotado nos EUA e no Canadá

Na América Latina e Europa, prática mais comum é não impor franquia de dados

RIO - O limite para o tráfego de internet em pacotes de banda larga fixa, iniciativa que vem causando polêmica no Brasil, é uma prática pouco adotada no mundo. Levantamento feito pela empresa de tecnologia WeDo revela que apenas parte das operadoras de Canadá e Estados Unidos comercializa planos com quantidade pré-definida de dados, nos quais o usuário é obrigado a contratar pacotes adicionais para continuar navegando na rede após ter consumido todo o volume contratado para o mês. De acordo com a WeDo, as companhias ainda oferecem aos consumidores opções ilimitadas de dados, como ocorre hoje no país, na América Latina e em toda a Europa.

A criação de uma franquia para quantidade de dados trafegados na internet fixa — assim como já ocorre na telefonia móvel — surgiu após a Vivo, da espanhola Telefónica, anunciar que poderia passar a aplicar essa opção. Isso poderia ocorrer já a partir de 2017, o que gerou fortes críticas de clientes e órgãos de defesa do consumidor, além de embates entre a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), órgão que regula o setor, e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Segundo fontes, as demais operadoras do Brasil, como Oi e América Móvil (dona da Net e Claro), também estudam iniciativa semelhante à da Vivo.

Atualmente, os contratos de Oi e Net já preveem cobrança ou velocidade reduzida após o fim da franquia de internet, mas as operadoras não aplicam a cláusula. As teles explicam que, pelo regulamento de suas ofertas, a quantidade de megabytes (Mb) varia de acordo com a velocidade, medida em megabits por segundo (Mbps).

NOS EUA, MAIS CONCORRÊNCIA E QUALIDADE

Segundo Raphael Roale, diretor de Desenvolvimento de Negócios para América Latina da WeDo, as teles de EUA e Canadá passaram a oferecer quantidades limitadas de dados na internet fixa devido à forte concorrência, algo que ainda não é aplicado no Brasil. Segundo ele, em mercados mais maduros, a qualidade (velocidade e estabilidade) da internet oferecida é maior em relação a países como o Brasil. Além disso, a estratégia das operadoras é oferecer planos com diferentes faixas de preços para atrair mais consumidores.

— EUA e Canadá têm muitas empresas. A concorrência realmente existe. Então, as companhias conseguem oferecer preços menores para planos com poucos dados, porque a qualidade é superior à praticada aqui. Mas no Brasil não há uma concorrência efetiva, pois há um oligopólio entre as quatro maiores companhias. Aqui, as pequenas operadoras alugam rede das grandes empresas de telefonia — disse Roale.

Segundo dados compilados pelo GLOBO, nos Estados Unidos a Comcast cobra US$ 39,99 por um pacote com franquia de 300 GB por mês e velocidade de até 25 Mbps para quem mora em Atlanta. Se ultrapassar essa franquia, paga US$ 10 por cada pacote de 5GB. No caso de franquia ilimitada, é preciso pagar adicional entre US$ 30 e US$ 35 por mês.

No Canadá, a Bell oferece pacote com velocidade de 100 Mbps por mês e franquia de 750 GB por 99,95 dólares canadenses. Com dados ilimitados, o valor salta para 149,95 dólares canadenses. É essa diferença de preços que gera preocupação no Brasil. Segundo uma fonte próxima ao governo, as teles já conversam com a Anatel sobre a criação de novos planos com franquias e se comprometem a manter planos ilimitados.

— Estamos conversando ainda. O assunto é muito polêmico. De qualquer forma, qualquer mudança terá de ser muito bem informada de forma clara aos clientes — disse essa fonte.


Leia na Fonte: O Globo
[22/04/16]  Banda larga fixa: conheça os modelos adotados pelo mundo

A criação de uma franquia para quantidade de dados trafegados na internet fixa, assim como já ocorre na telefonia móvel, surgiu após a Vivo anunciar que poderia passar a aplicar esse modelo. No entanto, essa iniciativa que vem causando polêmica no Brasil, é uma prática pouco adotada no mundo.

Nos EUA existem os modelos limitados e ilimitados
Segundo dados pesquisados pelo GLOBO, nos EUA a Comcast cobra US$ 39,99 por um pacote com franquia de 300 GB por mês e velocidade de até 25 Mbps para quem mora em Atlanta. Se ultrapassar, o cliente pode pagar US$ 10 por pacote de 5GB. Mas se o consumidor optar por uma franquia ilimitada, é preciso pagar um adicional entre US$ 30 e US$ 35/mês.

No Canadá, a Bell oferece aos moradores de Otário um pacote com velocidade de 100 Mbps por mês e uma franquia de 750 GB sai a 99,95 dólares canadenses. No caso de optar por um pacote com velocidade igual, mas com dados ilimitados, o valor salta para 149,95 dólares canadenses por mês.

Na Portugal Telecom, um pacote com tráfego de dados ilimitados por mês custa € 19,99 por mês, com velocidade de 30 Mbps. Na Telecom Italia (que no Brasil controla a TIM), oferece por € 19 por mês, uma internet ilimitada com velocidade de até 20 Mbps.

Na Inglaterra, a British Telecom também oferece internet ilimitada com velocidade de 52 Mbps por 20 libras. A operadora britânica informou que "todos os planos tem quantidade ilimitada de dados por mês".

Na Espanha, a Telefónica (que comanda a Vivo) cobra € 32,30 mensais com uma velocidade de 30 Mbps e ainda ressalta em seu site que "o cliente poderá dispor do serviço sem limite de consumo e com caráter permanente".

A única exceção da Europa é a Alemanha. A operadora O2, que pertence à Telefónica, oferece planos com franquia de internet, mas a diferença é que ela reduz a velocidade. Assim, quem optar por um plano com velocidade de 50 Mbps e com uma franquia de 300 GB por mês custa € 14,99 mensais. Mas só após o terceiro mês consecutivo em que a franquia é (?)...

Na Argentina não existe ainda qualquer iniciativa de acabar com o acesso ilimitado no país. A empresa Fibertel oferece pacotes de navegação ilimitada a partir de 445 pesos mensais (US$ 30,60), com velocidade de seis Mbps (megabits por segundo). O plano mais caro, o Evolution, de 50 Mbps, fica em 990 pesos mensais (US$ 68,20).

Assim como na Argentina, no Uruguai os pacotes de internet também são ilimitados e também não existe ainda qualquer iniciativa de aplicar o modelo de franquia limitada. Na estatal Antel, um pacote com velocidade de 30 Mbps, custa 790 pesos uruguaios (US$ 25,40).