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Leia na Fonte: Canaltech
[28/04/16]
Telefônica vai insistir em franquias de acesso na banda larga
A decisão da Anatel de suspender de forma indefinida qualquer implementação de
franquias de consumo na banda larga residencial pode ter tranquilizado
momentaneamente os usuários, mas não tirou a Telefônica deste caminho. De acordo
com o CEO da empresa que controla a operação da Vivo, Amos Genish, a companhia
não deve desistir das limitações e acredita que o debate vai muito além do
simples corte ou redução na velocidade de conexão.
O executivo elogiou a atuação da Anatel e disse que a agência age bem ao tomar a
frente do debate sobre o assunto. Além disso, afirmou que o envolvimento do
órgão e também dos usuários levantou questões que vão além do simples consumo de
dados, e envolvem também a alta taxa tributária imposta sobre o setor de
telecomunicação e os planos do governo de tornar a banda larga mais barata,
democrática e acessível para todos.
Genish também voltou a afirmar que, na legislação brasileira, não existe nada
que impeça a adoção de franquias na banda larga fixa. E, mais do que isso,
voltou a falar que, para os operadoras, seria melhor ter ofertas diferentes, com
valores e condições, para os mais diversos tipos de usuário, de forma a
privilegiar tanto aqueles que fazem utilização pesada da rede quanto os que a
usam de forma mais esporádica.
Esse, por exemplo, pode ser um fator importante para que as operadoras entrem de
cabeça, ao lado do governo, em projetos de universalização da banda larga. Para
Genish, os habitantes de muitas regiões não podem pagar o mesmo que em outras
áreas do país, algo que, com o estado atual da rede no país, pode tornar
determinados lugares menos atrativos do que outros. Isso implica na falta de
transmissão e investimentos em instalação de infraestrutura.
As declarações de Genish a favor dos limites de internet contrastam com outras
afirmações feitas, também, durante a revelação dos resultados financeiros da
Telefônica no primeiro trimestre. Ele afirmou que, para o futuro próximo, a
Internet das Coisas deve se tornar uma fonte relevante de receita. Os
dispositivos devem estar conectados o tempo todo e, com isso, acabam consumindo
banda sem parar, algo que pode ser danoso para os limites tão restritos que
seriam impostos aos clientes.
Além de falar sobre as franquias, o CEO revelou ainda que a área de cobertura
dos serviços de fibra óptica da GVT deve ser ampliada em apenas duas, e no
máximo quatro, cidades neste ano, com mais 10 previstas para 2017. Além disso, a
fusão entre a operadora e a Vivo também deve transformar o jogo em pacotes de TV
a cabo e licenciamento de conteúdo de entretenimento.