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Leia na Fonte: Tele.Síntese
[01/06/16]
90% dos contratos de banda larga das operadoras são ilimitados, diz Rezende
- por Lia Ribeiro Dias
O presidente da Anatel, João Rezende, continua a favor da liberdade no modelo de
negócios, mas alerta que contratos têm de ser respeitados.
Durante o debate sobre revisão do modelo do setor de telecom e a franquia na
banda larga fixa, tema de um dos painéis do 8º ISPs, evento da Abrint que
começou hoje em São Paulo, o presidente da Anatel, João Rezende, lembrou que
nenhuma regulamentação, nem a LGT, nem o Marco Civil da Internet, proíbe
liberdade do operador na formulação do modelo de negócios. Apesar de ser contra
a intervenção do regulador nos planos de dados de internet, Rezende contou que
um levantamento junto às operadoras indicou que 90% dos planos comercializados
de banda laga fixa preveem dados ilimitados. “E contratos não podem ser
alterados sem a concordância do usuário”, destacou.
Ainda em estudos na Anatel, a franquia da banda larga fixa, anunciada pela Vivo
e que provocou uma forte reação da sociedade, não está definida. Pessoalmente,
João Rezende é contra a regulação de modelos de negócio, pois entende que inibe
investimentos, mas destacou que o debate do tema tem que ser aprofundado.
Na mesma linha de raciocínio se manifestou o secretário de Inclusão Social e
Internet do novo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC)
do governo interino de Michel Temer, Maximiliano Martinhão. Ele defende que o
assunto seja tratado com profundidade e cautela para se chegar a uma decisão que
atenda aos interesses tanto dos usuários quanto das operadoras, com
sustentabilidade para o negócio.
“A internet nunca foi ilimitada. Desde os tempos da internet discada existiam
limitações não de banda, mas de impulsos”, destacou Carlos Godoi, Wahsat Telecom.
E tanto havia limitações, observou Martinhão, que os usuários aproveitam os
horários de pulsos mais baratos, de madrugada e nos finais de semana, para
usarem mais a internet.
Sem ferramentas de controle
Para Rezende, a suspensão por tempo indeterminado da adoção da franquia na banda
larga fixa pelas empresas com mais de 50 mil clientes – os provedores regionais,
em sua maioria, não têm que se submeter às cautelar – vai permitir não só
definir o caminho a seguir, como aprofundar os mecanismos de controle por parte
do usuário.
Em sua opinião, a maioria das empresas de banda larga não tem a capacidade de
implementar uma ferramenta para o usuário acompanhar o consumo de dados. “E o
usuário precisa se empoderar, precisa ter mais informações”, insistiu.