WirelessBRASIL |
|
WirelessBrasil --> Bloco Tecnologia --> Banda Larga Fixa --> Índice de artigos e notícias --> 2016
Obs: Os links originais das fontes, indicados nas transcrições, podem ter sido descontinuados ao longo do tempo
Leia na Fonte: Teletime
[14/06/16]
Abrint defende franquia na internet fixa, mas critica planos ofertados pelas
teles - por Lúcia Berbert
O diretor de regulação da Associação Brasileira de Provedores de Internet e
Telecomunicações (Abrint), Basílio Perez, defendeu o uso de franquia na banda
larga fixa como forma de manter os pequenos provedores do serviço, que hoje
atendem 20% dos usuários de internet no País. Em nova audiência pública sobre o
tema, realizada nesta terça-feira, 14, na Câmara dos Deputados, Perez afirmou
que, embora haja uma impressão de que não existe limitação no uso de dados em
redes de fibra óptica, equipamentos usados no backbone das pequenas companhias
funcionam como um gargalo, congestionando o tráfego dos bits. Além do mais,
parte de rede é construída com rádios, que têm capacidade muito menor do que as
de fibra.
Perez, entretanto, criticou a forma como as grandes operadoras trataram a
questão da franquia que, na opinião dele, foi muito atrapalhada. Ele também
afirmou que é contrário ao bloqueio do serviço ao final do consumo de dados
contratados e os limites ofertados nos planos das teles, além da falta de
transparência. Segundo Perez, muitos dos pequenos provedores usam a franquia,
mas com limites muito mais altos do que os planos de 10 MB propostos pela Vivo.
O representante do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Rafael
Zanatta, reconhece as dificuldades dos pequenos provedores e defende regras
assimétricas para eles. Porém, no caso das teles, acredita que há uma cultura de
escassez para limitar o uso. "O que falta é investimento em redes", disse.
O diretor do SindiTelebrasil, Carlos Duprat, voltou a apresentar os argumentos
das teles, de que sem franquia, os consumidores que consomem menos dados
subsidiam os heavy users. Para ele, a oferta de planos diferentes para perfis
diversos de usuários permite a inclusão de mais pessoas. "A diferença entre não
ter internet e ter internet é maior do que a diferença de ter internet com
franquia e sem franquia", argumenta.
A superintendente de Relações com Consumidores da Anatel, Elisa Leonel, também
repetiu os argumentos de que a liberdade de negócios é prevista na Lei Geral de
Telecomunicações (LGT) e que a agência apenas dá limites a essa liberação. E
lembrou que na semana passada, a agência aprovou um grande debate sobre o tema,
com a realização de consulta pública, reuniões com especialistas e revisão das
normas a partir da construção de uma nova análise de impacto regulatório (AIR) à
luz das manifestações apresentadas sobre o tema.
A conselheira do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), Flávia Lefèvre,
disse que a decisão sobre o uso ou não de franquia não pode ser apenas da Anatel.
Ela lembra que a regulamentação do Marco Civil da Internet prevê a participação
do CGI.br, Cade e da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacom) para tratar das
questões envolvendo a internet.
Já para o representante da Senacom do Ministério da Justiça, Igor de Britto, o
tema tem sido muito discutido no grupo de trabalho consumo e telecomunicações da
secretaria e a última decisão tomada foi de considerar como prática abusiva o
uso de franquia na banda larga fixa. Segundo ele, as publicidades das operadoras
sempre focam a velocidade nas ofertas do serviço, enquanto que indicações de
franquia estão sempre sem relevância. "No entendimento da Senacom, se a
informação não é clara, não existe", disse.