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Leia na Fonte: Convergência Digital
[18/05/16]
Demi Getschko: Não há justificativa para uso da franquia na banda larga fixa
- por Luís Osvaldo Grossmann
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A Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados perdeu a chance,
nesta quarta-feira, 18/5, de aprofundar o debate sobre o uso de limites de dados
nas conexões à internet. A maior parte dos parlamentares foi eloquente nos
sucessivos repúdios à Anatel, mas os deputados foram comedidos ao questionar os
representantes das principais provedoras de conexão do país, as teles.
Afinal, como tentou explicar o presidente do NIC.br e membro de notório saber do
Comitê Gestor da Internet no Brasil, Demi Getschko, ainda que o uso de franquias
possa fazer algum sentido no mundo dos celulares, ele não se justifica na
internet fixa. “Na fixa, estamos falando de canais dedicados (mesmo considerando
ser uma rede estatística). Não justifica que se mude o modelo. E do ponto de
vista de telecom, é perfeitamente razoável alugar uma velocidade e um canal,
porque é assim que elas compram de fornecedores mais altos.”
Nesse sentido, a internet fixa já parte de uma limitação, que é a velocidade
contratada. E ela se adequa ao tipo perfil de uso. “Se o sujeito usa
principalmente correio eletrônico, vai contatar uma velocidade menor. Se assiste
muita aula de educação à distancia, remota, será maior. Por aí, essa discussão
de limitada ou ilimitada não faz sentido. A banda já é um limite. Não preciso
além desse limite ter ainda um medidor contando os quilômetros rodados”,
insistiu Getschko.
As operadoras costumam repetir – e assim o fizeramna mesma audiência – que o
aumento no consumo, especialmente de vídeos, exige mudanças na gestão das redes.
Mas como também ressaltou o presidente do NIC.br, esses conteúdos vão ficando
naturalmente mais próximos ‘da última milha’, o que faz toda a diferença,
especialmente diante da gestão dos ‘congestionamentos’.
“Quando se consome muito conteúdo de determinado tipo, esse conteúdo passa a
morar perto do provedor. Ninguém precisa ir buscar filme em Miami. Existem
caches, existem CDNs, existem pontos de troca de tráfego. O conteúdo vem para
perto do usuário. Não aceito argumento de que aumento de velocidade causa
aumento do outro lado, porque muito conteúdo passou a morar mais perto do
usuário então essa proporção não é razoável”, disse.
E como frisou Getschko na Câmara, existe um certo mistério que envolve essa
questão. “Por que estamos falando de conteúdo se nenhuma operadora gera
conteúdo?” No fundo, o limite de dados influencia no tipo de conteúdo que vai
ser acessado, mas como ressalta o presidente do NIC.br, isso é algo que não
deveria envolver as operadoras, que são apenas transportadoras.
“Esse não é um assunto restrito às comunicações. Mas envolve a comunidade como
um todo. Porque não estamos tratando dos canos, mas dos líquidos que passam
pelos canos. Quem fornece o líquido são as pontas, os escritórios, os jornais,
as pessoas, os blogs, o pessoal que enfia o conteúdo – e evidentemente eles já
pagam por um determinado canal”, completou Demi Getschko.