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Leia na Fonte: Exame
[01/03/17]
Brasil tem mais de 70 milhões de pessoas “offline”
Brasil está entre os dez países do mundo com maior número de pessoas que não têm
acesso à internet por banda fixa ou móvel
São Paulo – O Brasil é um dos dez países do mundo com maior número de pessoas
desconectadas, de acordo com um novo estudo encomendado pela Internet.org –
iniciativa do Facebook para levar conexão de internet a populações de baixa
renda e áreas isoladas – à unidade de inteligência da revista britânica The
Economist.
No total, 70,5 milhões de brasileiros estão “offline”, isto é, não possuem
acesso a internet, seja por meio de banda larga fixa ou móvel.
A pesquisa se baseia em dados de diversas fontes, como a União Internacional de
Telecomunicações (ITU, na sigla em inglês) e entrevistas com especialistas no
tema.
O relatório acaba de ser revelado no Mobile World Congress, maior congresso
global da indústria de celulares. O evento acontece em Barcelona, na Espanha,
até a próxima quinta-feira, 2.
No décimo lugar do ranking, o Brasil está em melhor posição do que países muito
populosos que aparecem no topo do ranking de desconectados, como Índia e China.
Essas nações têm 864,7 milhões e 660,9 milhões de pessoas sem conexão de
internet, respectivamente. Outros países com maior população offline do que o
Brasil incluem Indonésia, Paquistão, Nigéria e México.
De acordo com o estudo, 4 bilhões de pessoas – mais da metade da população
global – não tem nenhuma forma de acesso a internet.
A porcentagem de pessoas offline, porém, varia bastante conforme o continente:
enquanto em países da Europa, só 20% das pessoas estão desconectadas, 75% das
pessoas que vivem na África não tem qualquer acesso à web.
Inclusão
O estudo também avaliou os países segundo as condições que eles oferecem para
que as pessoas usem a internet e percebam seus benefícios.
Os analistas avaliaram parâmetros como disponibilidade e qualidade de conexão,
preço e ambiente competitivo, políticas para internet e educação dos usuários em
relação à web, além da relevância do conteúdo local.
Com base nessa análise, eles criaram o ranking de internet inclusiva, que
considerou 75 países em todo o mundo.
Na liderança do ranking, Suécia e Cingapura apareceram com o melhor desempenho,
empatados em primeiro lugar. Os Estados Unidos ficaram com o terceiro lugar,
seguidos por Reino Unido e Japão.
“Claramente, altos níveis de desenvolvimento econômico e social permitem o
acesso a infraestrutura de rede de alta qualidade, serviços de internet com
preços acessíveis, conteúdo relevante, além de favorecer o desenvolvimento das
habilidades digitais”, afirmam os responsáveis pelo estudo, no relatório.
O Brasil aparece em 18º lugar no ranking de internet inclusiva, atrás de nações
como Rússia, Espanha, Canadá, Coreia do Sul, entre outros.
O Brasil é citado diversas vezes no relatório de 40 páginas. Entre os fatores
positivos citados está a abundância de conteúdo em português o que estimula as
pessoas a usarem a internet.
Outro ponto de destaque é a competição entre as operadoras de telecomunicações
no mercado. A tendência é que a disputa faça o preço da conexão de internet cair
e a qualidade melhorar ao longo do tempo. A pontuação do Brasil é baixa, porém,
em relação ao nível de educação sobre internet.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.