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Leia na Fonte: Teletime
[15/03/17]
Senado aprova PL que proíbe franquia na banda larga fixa
O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira, 15, por unanimidade o projeto
que proíbe as operadoras de estabelecer franquias de dados em seus contratos de
banda larga fixa. A matéria vai agora à Câmara, onde será apensada a outros
projetos de leis sobre o mesmo tema apresentados no ano passado. Por acordo
entre os líderes, o projeto tramitou em regime de urgência. A proposta, aprovada
com apoio do governo, não altera as regras dos planos de internet móvel.
De autoria do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), o projeto (PLS 174/2016) altera
o artigo 7º do Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014, que trata dos direitos
do usuário) para vedar expressamente os planos de franquias de dados para esse
tipo de serviço. Na justificativa do projeto, Ferraço destaca a importância da
Internet no exercício da cidadania, e afirma que a limitação no acesso seria uma
"péssima novidade no Brasil, sendo somente repetida em países liderados por
governos autoritários, que cerceiam o acesso à informação por parte de seus
cidadãos". Vale lembrar que a franquia na banda larga fixa já era uma prática de
algumas operadoras (como a Net) há anos, constando inclusive no contrato. Também
é importante ressaltar que países como Estados Unidos, Austrália e Alemanha
adotam o modelo, porém com franquias mais robustas.
As empresas de telecomunicações, obviamente, são absolutamente contrárias à
proposta. Informalmente, dizem que uma medida como esta, colocada em lei, é uma
interferência indevida na liberdade de iniciativa e como tal será questionada
quanto à sua constitucionalidade. Mas o impacto maior pode ser sentido por
pequenos provedores de acesso, que em diversas ocasiões já se manifestaram
contra o fim das franquias. Alegam que têm mais dificuldade de fazer
investimentos para manter a qualidade da rede em condições de atender um aumento
expressivo de tráfego, sem possibilidade de algum mecanismo de controle, como
seriam as franquias. A Anatel, desde abril de 2016, mantém em vigor uma cautelar
que proíbe a prática de franquias, mas tomou o cuidado de excluir a restrição a
pequenos provedores. Recentemente, o presidente da Anatel declarou a este
noticiário que a agência só irá rever a cautelar quando as empresas de
telecomunicações apresentarem planos com velocidades e franquias maiores.
Durante o dia, especulou-se se a aprovação do projeto não seria uma forma de o
governo abrir o caminho para a aprovação do PLC 79/2016, que muda o modelo de
telecomunicações, mas como nesta matéria não houve qualquer avanço, a
interpretação de que houve um movimento apenas para melhorar a percepção do
governo junto à opinião pública ganhou força.
Outros dois projetos que tratavam do mesmo tema (PLS 176 e 249, ambos de 2016)
foram arquivados pelo senador Pedro Chaves (PSC-MS), relator do PLS 174. Ele
apresentou parecer favorável à aprovação do projeto de Ferraço. O PLC 28/2011,
que trata de Centros de Inclusão Digital (CIDs, ou Lan Houses) como entidade de
multipropósito para inclusão digital e tramitava em conjunto com o projeto
aprovado, foi enviado para nova análise da Constituição de Ciência e Tecnologia
(CCT).